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quarta-feira, outubro 04, 2006

EFEMÉRIDES - ABERTURA DAS AULAS

Ontem 3 de Outubro era o dia da abertura oficial do ano lectivo no nosso tempo.
Para uns(como eu) era um dia especial e ansiosamente esperado, para outros era o começo do martírio(mais uma chatice ,um ano a estudar !!).. Não quero dizer com isto que gostava de estudar, que não gostava, mas não era uma chatice.
Era um dia especial para mim e para quase todos, porque ao fim de três meses íamos voltar a ver os nossos amigos e colegas ( não havia telemóveis nem mensagens de sms,), íamos voltar ver as meninas, os n/amores reais, virtuais e platónicos .Não era fácil namorar e muito menos encontros amorosos. Eu era daqueles que pertencia à classe dos amores platónicos ( por acaso o meu até vivia na cidade, mas raramente o via, a não ser quando lhe rondava a casa , pois assobiava e ele às vezes aparecia à janela, ficando eu muito contente ) Enfim devaneios de puto !!!!
Também íamos saber quem eram os n/colegas de turma e os professores. Alguns deles faziam apenas a apresentação e mandavam-nos embora (era o que eu quería) mas outros, mais chatos, começavam logo a dar a aula. Lembro-me que só não queria dois ou três professores, pois tinha-lhe medo e felizmente nunca os tive. Não digo os seus nomes, vocês já adivinharam, pois eram as feras do sítio, mas se os tivesse tido, se calhar mudava a minha opinião.
No dia anterior como mandava a praxe, íamos em grupo à estação da CP à chegada da automotora, para darmos as boas vindas aos velhos e uns cachaços aos caloiros..

3 comentários:

Anónimo disse...

Hélder,
Apesar do sentimento de nostalgia, gostei muito que me relembrasses o tempo do regresso às aulas. Era assim mesmo. A alegria do reencontro com os colegas após três longos meses de férias numa época em que praticamente não havia passatempos de Verão, a expectativa em relação aos professores, o entusiasmo de começar um novo ano escolar (eu era das que gostava de estudar!)Obrigada por me teres lembrado esses tempos

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Teresa disse...

Tudo era ou parecia novo. Eu era da cidade, mas vinha de passar os últimos dias de férias na aldeia dos meus avós maternos. Despedia-me dos sítios, das árvores, da canalha com quem partilhara dias de liberdade quase absoluta. Desouriçava castanhas ainda tenras e recolhia mais cedo a casa, que aquele barbeirinho da Serra de Nogueira pedia lareira logo ao pôr-do-sol.
Depois, era mesmo tudo novo. Ou parecia. Colegas, professores, as capas dos livros (lembram-se do papel de ferro?), os cadernos...
Se existe mesmo memória olfactiva, no meu "arquivo" pessoal. o cheiro dos cadernos novos está lá bem vivo. Talvez por isso, mais tarde, aí por 1966 ou 67, quando passou por cá uma trupe brasileira que representava "Morte e Vida Severina" de Adriano Suassuna, fixasse particularmente dois versos: "É belo como um caderno / quando a gente o principia". Diziam-nos a propósito da criança, filha de miseráveis retirantes nordestinos, acabada de nascer.
Eram belos os nossos cadernos, Hélder, e o começo das aulas, uma espécie de renascimento.
Teresa