A interactividade da Colheita63 em movimento contínuo para todo o Mundo e especialmente para Lisboa , Tomar , Monte Estoril , Linda-a-Velha , Setúbal , Coimbra , Porto , VNGaia , Braga , VNFamalicão , Santo Tirso , Afife , Vila Real , Vinhais , Bragança , Castelo Branco , Seia , Vendas Novas , Varsenare e Aveiro

terça-feira, agosto 24, 2010

Quem fala verdade?

O artigo de contra capa do semanário Expresso, do último fim de semana, intitulado " Grupo de militares ameaça "ir ao focinho" de Lobo Antunes", despertou uma certa curiosidade e provocou, como não podia deixar de ser, a polémica sobre a forma pouco ortodoxa como oficiais na reforma reagiram, a umas frases da autoria daquele médico/escritor, sobre a sua experiência na guerra colonial.
Antes de vir a público esta tomada de posição, foi apresentada ao Chefe de Estado Maior do Exército uma queixa contra o referido escritor, para que o chefe máximo do Exército patrocinasse um processo crime, por atentado à honra e dignidade dos militares.
O Gabinete do Chefe analisou o pedido dos oficiais, mas declinou a possibilidade de avançar para os tribunais, alegando estar perante uma "obra de ficção".
O que terá levado a que tal grupo tenha reagido daquela forma, quando tantos registos, ensaios, novelas, romances e livros foram escritos sobre a Guerra Colonial de forma ficcionada ou real, sem que se tenha levantado tanta repulsa e indignação?
Quem lá andou, sabe perfeitamente que certas afirmações escritas no livro são mentira pura!
Mas, pelos vistos, o que consta do livro foi repetido depois numa entrevista a um jornalista, como sendo a realidade vivida por Lobo Antunes, em Angola, como Alferes miliciano médico, integrado num Batalhão.
Será que o escritor se estava a referir à sua ficção escrita e a entrevista resultou como sendo a sua realidade?
Quem quer falar a verdade? e com que finalidade?

5 comentários:

Anónimo disse...

Escrito por uma figura pública re_
conhecida internacionalmente,que
viveu nesse mesmo teatro de guerra,
é fácil e útil ao especulador,fazer
acreditar na ficção ou em exageros.
Desta forma fácilmente se leva a julgamento, desde a Instituição Mi_
tar, até ao mais básico zé soldadi_
to luso,que todos os que por lá an_
damos,fomos uma cambada de assassi_
nos sem dó nem piedade,isso dói
muito,apesar de volvidos quarenta anos.
CN

Unknown disse...

Este é um assunto muito sério e não reconheço àquele ex-militar o mínimo de credibilidade para falar nesse assunto e noutros a que se tem dado azo . Ganhar dinheiro num livro com as cartas dirigidas á sua mulher e vice-versa durante o tempo em que esteve a prestar serviço militar( não na guerra ) em Angola é obra !!!
Quanto ao conteúdo das suas declarações , ainda não as conheço bem , por isso não me pronuncio para já , mas deixo para depois.

mc disse...

Isto ameaça tornar-se num vespeiro à boa maneira portuguesa.Como não fui à guerra, não tenho experiência directa do que por lá se fez.Mas ninguém é mais dono dessa guerra do que qualquer outro que lá tenha estado. Nem todos tiveram ou viveram a mesma guerra, mesmo que tivessem estado no mesmo teatro de operações.
Sobre o essencial da questão suscitada pelos queixosos, e já a esta distância de tantos livros do mesmo autor em que a guerra é tão presente, ela é, além de extemporânea, apresentada em termos
de postura de "senhores da guerra" que ninguém lhes concedeu e a que não têm direito de apropriação.Além dos livros, ALA tem -se referido muitas vezes e de viva voz à temática da guerrra e aos excessos que essa actividade humana sempre acarreta - como são conhecidos ,no caso concreto das guerras de África, desde há várias décadas. O que é que estes queixosos disseram em relação à série televisiva sobre o tema, apresentada pela RTP em duas séries e com uma ampla e vária participação de militares que intervieram nessas guerras e que as conheceram em directo?
Não li o livro que se refere na notícia, da autoria do jornalista João Céu e Silva. Não conheço os termos da queixa apresentada no Estado Maior do Exército.Mas o único militar com nome na notícia é da Força Aérea e foi chefe desse ramo .Não +e estranho?
Como disse outro militar, este da Marinha, "O povo é sereno".É certo que ninguém gosta de ser difamado e injuriado e tem direito a buscar disso condenação por um tribunal. Mas ameaçar "ir ao focinho" do presumivel delinquente faz lembrar outros tempos e seus "irrecomendáveis" métodos.A ver vamos, se há bom senso .

Anónimo disse...

mc,

parabéns pelo teu comentário !

Abraço

GM

IFFT disse...

Prestando mais uns esclarecimentos, adianto que no ano de 2007 o Presidente da Liga dos Combatentes, General Chito Rodrigues, para além de outros factores, atendendo ao teor do livro de Lobo Antunes, convidou-o, para que no Dia do Combatente, 9 de Abril, na Sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha, proferisse a intervenção de fundo.
Aceitou o convite e fez uma intervenção oral, não escrita, absolutamente adequada às circunstâncias e muito bem aceite por todos quantos participavam naquela cerimónia.
Após a entrevista dada a um jornalista, sobre a sua vivência na Guerra Colonial e os seus escritos nos seus livros, sobre amesma matéria, que tanta polémica estão a dar, o mesmo general escreveu-lhe uma Carta Aberta, em que entre outras coisas lhe pede:
-Que lhe faça chegar a síntese escrita da sua intervenção , no Dia do Combatente, em 2007, na Batalha, conforme prometido;
-Que utilize o espaço da Revista do Combatente ou do "Site"( propriedade da Liga dos Combatentes)para esclarecer, confirmar, negar ou dar a sua interpretação sobre as afirmações que terá produzidona referida entrevista.