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sexta-feira, setembro 10, 2010

Tal como hoje

O Diário de Notícias de 17 de Abril de 1911 ( quase há um século) publicava uma pequena notícia, que testemunhava quais os principais predicados que umas meninas casadoiras desejavam encontrar no homem que escolhessem para marido.
As mesmas haviam-se reunido num 3º andar da Estefânia e atendendo a que, tal como hoje," a geração actual está muito mal servida de qualidades morais e físicas" chegaram à conclusão que o seu "Principe Encantado" deveria obedecer aos seguintes requisitos:
1º - Educado
2º - Honrado
3º - Trabalhador
4º - Económico
5º - Pouco dado ao tabaco
6º - Inimigo do alcool
7º - Inimigo do jogo
8º - Carinhoso
9º - Jovial
10º - Sossegado
Que me dizem do "carinhoso" em 8º lugar? O amor para estas meninas seria secundário?
E jovial , quase em último?
A educação e a honradez eram o principal. Porquê?
Pelas virtudes em si ou o que interessava era a "fachada/sociedade"?
Qual seria o estrato social destas meninas? Não será difícil de reconhecer.
Não nos poderemos esquecer que por esta altura, alvores da implantação da República no nosso País, começava, paulatinamente, a ser dada às mulheres a possibilidade de terem uma palavra a dizer sobre o homem com quem viriam a casar.
E casaram, certamente, mas não foi com homens com as características ordenadas daquela forma.

3 comentários:

Anónimo disse...

O Cupido não olha a condições social e moral, conveniências, bom senso, enfim...Depois, para o casamento, houve e haverá sempre pessoas corajosas e generosas que entregam suas vidas nas mãos de outras. Porquê? As respostas têm a maior variedade de causas. Sorte daquelas a quem o Cupido juntou! A minha maior consideração e respeito por todos os outros casais. Que Deus continue a abraçá-los, bem como a toda a sua prole.
Bom fim de semana.
Fbbc

Anónimo disse...

Julgo que o elenco é aleatório. Reunir tanta virtude numa só criatura também me parece que deveria ser difícil de conseguir. Interessante seria saber quais serão os predicados desejados do "Príncipe Encantado" dos nossos dias!

Sebastião (SA)

Gracilene Pinto disse...

Átila,
este texto me fez lembrar que, até há coisa de 15 a 20 anos atrás, a minha avó ainda queria interferir na escolha matrimonial dos meus primos, e interferia mesmo. Os critérios adotados para a escolha dos noivos eram: família boa e honrada; pai e mãe que tivessem feito jus ao título de bons pais de familia; ser trabalhador(a); à mulher, ser prendada nas lides do lar; ter uma boa situação financeira; e em último lugar vinha a parte afetiva.
Eu mesma cheguei a rir dos conselhos da minha avó (longe dela, é claro! rsrs).
Mas, hoje, às vezes me surpreendo pensando se eles não estariam certos. Afinal, era uma escolha baseada na racionalidade, mas havia estabilidade, e os casamentos duravam mesmo.
E no entanto, hoje, que prepondera a escolha passional, o casamento, além de não durar nada, perdeu mesmo totalmente o valor.
Tais considerações nos remontam ao pensamento de Socrátes, que achava que os relacionamentos conjugais deveriam ser baseados na razão e no afeto, mas, nunca na paixão. Pois, a paixão viaja facilmente de um extremo ao outro. O que hoje é paixão, facilmente pode transformar-se em ódio no mommento em que o outro deixar de satisfaze-lo plenamente. Daí as inimizades entre ex-companheiros e os crimes passionais.
Mas, acho que já me estendi demais e o que pretendia fosse um simples comentário já está quase uma palestra... ehehe
Desculpa!
Abraço amigo
Gracilene Pinto