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quinta-feira, janeiro 17, 2008

Hoje vamos recordar Mafra...1

Não tenho boas recordações da tropa , mas ainda assim , Mafra foi o local aonde me senti melhor , embora o meu instrutor fosse a "fera" do sítio, nem vale a pena escrever o seu nome.
Estivémos uma tarde na Tapada a receber uma lição sobre a espingarda Mauser,desmontado-a e montando-a ( aqui a ordem é ao contrário ) as vezes que foi preciso e quando chegámos ao quartel verifiquei que me faltava uma peça ( era a que tapava o cano da espingarda , mas não me lembro do seu nome ) o que podia ter graves consequências para mim , caso não aparecesse ..
Apresentei o problema ao meu comandante de pelotão , preparado para o pior , quando para admiração de todos ( ele sabia a gravidade da situação) desprotocolando tudo , levou todo o pelotão para o local aonde tínhamos estado e mandou fazer uma limpeza geral, aparecendo quase logo a peça perdida. Recebi uma grande rabecada , e uma grande lição pois verifiquei que também ele era humano, assim como a maioria dos militares , embora às vezes não o pareçam...
Agora só umas fotos dessa altura :
Entrei no mesmo dia para a EPI de Mafra , juntamente com o Colheiteiro LNB Manuel Dias, meu ilustre Amigo e marido da n/Colheiteira63 Zélia Padrão . ZP dá-lhe um abraço por mim e diz-lhe que este ano não pode falhar ao 5º Encontro , pois é em Seia e não tem desculpas...

11 comentários:

Anónimo disse...

Meu amigo...PROTECTOR DE BOCA...
A mim, aconteceu-me dar um tiro com o protector de boca (o original) na arma.
Levei um coice do caneco e parece que tudo rebentava á minha volta.
Tive o mesmo problema, mas desenrasquei-me conseguindo "gamar um". Guardei-o,religiosamente, e por milagre começaram a aparecer os de, creio, plástico.
Safaram tanta malta!!!
EPI = Entrada Para o Inferno.

IFFT disse...

Mafra foi para mim um objectivo a atingir e o local onde, durante toda a minha vida militar, mais sofri, para poder satisfazer as exigências de ordem física, que nos foram impostas.
Um objectivo, porque durante todo o tempo que frequentei a Academia Militar, sonhava atingir o posto de aspirante-a-oficial e ir para Mafra,frequentar durante 6 meses o Tirocínio para oficial, cimentando assim os conhecimentos adquiridos, durante os três anos de estudos essencialmente teóricos.
No entanto,não esperava que o vector físico fosse tão "levado a peito".
Apenas o entendo, ainda hoje, sob o ponto de vista de exigência disciplinar.
Reconheço, no entanto, que os meus atributos físicos eram precários, para as necessidades existentes.
Por tal motivo, sofri, se porventura se poderá chamar sofrer, nas aulas de aplicação militar, trabalhos de estrada, corrida e orientação,obstáculos, etc. etc..
No restante tudo bem.
Histórias devo ter algumas, mas não me recordo.
Lembro-me sim de que a maioria dos jantares foram num restaurante do outro lado do Convento, onde havia uma empregada muito bonita, com um ar angélico, de nome Rosarinho e que servia com um sorriso encantador, uns simples bifes de porco, mergulhados num molho com
um sabor inigualavel, acompanhados com umas batatas fritas estaladiças, cozinhadas na hora.
Simplesmente inolvidavel.
Pela Rosarinho, pelo permanente apetite ou por toda a envolvência dura e àspera.
Com um abraço.

Anónimo disse...

Ó Isaías que excelente memória.
Ainda te lembras da Rosarinho.
Esses 6 meses deu para tudo.
Já lá vão 40 anos.
RECORDAR....
Bartolomeu

H.B. disse...

Essa Rosarinho devia ser um petisco !!! O Restaurante não seria o Frederico ??? Nos 3 meses que lá estive só me lembro dumas bifanas que comi logo no dia da chegada num café à saída de Mafra para a Ericeira.Estive lá no ano passado mas já não me lembrava de nada...

H.B. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
IFFT disse...

Exactamente. Frederico. A minha memória não é assim tão pródiga.
Com um abraço.

Anónimo disse...

Tá visto que o pessoal daquela época fez recruta e especialidade no Frederico que não tinha mãos a medir por causa da Rosarinho.
Aquela gentikeza para com os S.cadetes era ímpar.
ás vezes tínhamos que ir para a fila para entrar no célebre restaurante desses tempos.
Ainda existirá?
Mais tarde soube que a tal dita Rosarinho se fez de amores com um Cadete e parece-me que juntaram os trapinhos.
8 anos depois quando regressei a Mafra o primeiro local que visitei foi mesmo esse. O restoa já eram recordações.
Isaías a coisa era mesmo puxada não só para vocês mas também para nós. ás vezes punham-nos a acompetir...

Geadas disse...

Ainda se lembram do poema mais célebre que ali corria e que para recitar na hora da despedida?
"Adeus ó terra de Mafra
Amldiçoada sejas tu,
Levo ferrugem nos dentes,
teias de aranha no cú!"
Agora se ainda se lembram, interpretem a razão de tal poema épico (assim o considero)!

Anónimo disse...

1973,Outubro,Novembro,Dezembro-Mafra
entrei apurado para todo o serviço, saí nos serviços auxiliares ,"numa mão a espada, na outra a pena".Não choveu, apenas levemente numa tarde ou duas, houve falta de água nas torneiras , o comandante de companhia era ,carinhosamente, o Astérix, o de pelotão era um Dâmaso qualquer e o cabo, um vira-latas do Bairo Alto.Lá revi o Jorge.
Um desperdício de tempo e feitio! 27 anos de idade, dois filhos e seis anos de actividade docente.O melhor de Mafra foi mesmo não ter
havido juramento de bandeira ,que foi adiado para o 2º ciclo.O 25 de Abril apanhou-me fresquinho no Ministério do Exército e nesse mesmo dia vi com os meus olhos o buraco na parede por onde fugiu o ministro , ouvi os primeiros disparos vindos do Carmo e comprei as primeiras edições dos jornais sem visto da comissão de censura.
Dois anos de serviço militar obrigatório,o segundo passado em Coimbra ,no Regimento do Serviço de Saúde.

Anónimo disse...

Assino o texto anterior.Está-se a tornar hábito, mas não é provocado. "Ocurre!"

Anónimo disse...

Mafra é passado!
Só me lembro de coisas pouco agradáveis. Os cheiros naqueles corredores " pudibundos"; o sofrimento de alguns camaradas que não aguentavam a exigência física, especialmente os "crosses"; a imensidão do refeitório e a má qualidade da alimentação; o maldito "quarto particular " onde dormíamos 8 ou 10 soldados cadetes, sem janelas, sem ventilação, um verdadeiro recanto irrespirável, bem pouco saudável. Digo "quarto particular", porque a densidade populacuional em relação aos restantes, era ínfima.
De bom: os intervalos na instrução e a procura daquelas sanduíches de chouriço, queijo e fiambre que aquelas "mulherzinhas" de Mafra vendiam aos cadetes, nas imediações do quartel.
Recordo bem o meu instrutor com o qual agora me encontro, algumas vezes. Era conhecido assim: " alferes Rocha e os seus cãezinhos amestrados". Não tenho razões de queixa. Sempre me tratou bem, embora fosse muito exigente sob o ponto de vista militar. Fui cumprindo da melhor maneira, pelo que nunca fui molestado.
A 2ª parte da minha recruta foi passada em Vendas Novas, na Escola Prática de Artilharia. Ali a "música" era outra. Muita mais exigência, muito melhores instalações, muito mais e maiores sacrifícios! Eram Comandantes da Instrução os Capitães Oliveira e Rei.
O Isaías deve lembrar-se.
Terminei, depois de bastante tempo por cá (já não contava sair), no Comando Territorial Independente da Guiné. Eram comandantes,O General Spínola e o do meu sítio, o saudoso Carlos Fabião. Pelo meio,lidei com um grande estratega, o Coronel Hélio Felgas.
A Guiné é para esquecer...
Um bom dia para todos.