A interactividade da Colheita63 em movimento contínuo para todo o Mundo e especialmente para Lisboa , Tomar , Monte Estoril , Linda-a-Velha , Setúbal , Coimbra , Porto , VNGaia , Braga , VNFamalicão , Santo Tirso , Afife , Vila Real , Vinhais , Bragança , Castelo Branco , Seia , Vendas Novas , Varsenare e Aveiro

terça-feira, novembro 28, 2006

1º DE DEZEMBRO - NOTAS SOLTAS

1.A lembrança mais remota que tenho do “1º de Dezembro”, andava eu ainda na primária, recua ao ano em que o reitor do liceu, que já era o Dr. Mário Costa, recusou entregar aos estudantes o estandarte da academia. Vivia esse senhor no prédio da casa comercial Domingos Lopes, na esquina da Alexandre Herculano com o Tombeirinho, onde mais tarde viria a morar a Teresa A. Pires.Não se resignando a fazer o cortejo cívico sem o tradicional estandarte académico, juntaram-se os estudantes na rua em frente à casa do reitor, gritando “Queremos a bandeira”, “Queremos a bandeira”, durante longo, longo tempo, ocorrência que eu acompanhei ao vivo e a cores por morar na esquina em frente. O senhor não deu o estandarte e o cortejo , sem brilho nem animação,cumpriu-se , levando os estudantes uma pequena bandeira nacional.No nosso tempo, o estandarte passava directamente de uma direcção para outra. E onde andará agora?
2. Depois de eleitos, fomos apresentar cumprimentos às autoridades. E do encontro no gabinete do Presidente da Câmara nunca esqueci nem as palavras, nem o vigor, nem a entoação empolgada com que o Cor.Machado , que estava no gabinete quando chegámos e lá ficou, proclamou solene: “Porque a vossa causa, estudantes, é a causa da pátria!!!”
3.O governador civil, que era uma pessoa afável, prometeu dar uma ajuda financeira, se passássemos por algum aperto com as despesas da festa. Quando fomos ao Governo Civil solicitar o cumprimento da promessa, o senhor estava em casa , de cama , e foi no quarto mesmo que nos recebeu e anunciou que nos daria mil escudos , que agradecemos com desejos de melhoras e que, de facto, recebemos com a sensação generalizada de ficar aquém do esperado.
4.A comédia “O Urso”, de Anton Tchekov, foi uma segunda escolha, determinada pela proibição imposta pela Censura à peça de Ionesco “A Lição”, cujos ensaios tinham começado e de que lembro esta frase que a Levinda dizia “... Eu sei de cor todos os resultados possíveis de todas as multiplicações possíveis”. Absurdo? Era o que o autor pretendia mostrar com o seu teatro. Para “O Urso” juntou-se o Quintas, que como o Bartolomeu já lembrou, criou uma corcunda com o recurso a uma almofada.A outra peça foi “ Terra Firme”de Miguel Torga (cujo centenário do nascimento se celebra no próximo ano) e à qual a Lena Q. já se referiu. Pois nós tentámos obter o perdão do pagamento dos direitos de autor desta peça ,metendo uma cunha ao Prof.Paulo Quintela , outro transmontano ilustre a viver em Coimbra ,e bragançano , claro, e dado ao teatro ,o que –em nossa opinião – assegurava o êxito do pedido. Veio a resposta : lamentava muito não poder ser de utilidade para o efeito pretendido por estar de relações cortadas com Miguel Torga e desejava que a representação da peça fosse um êxito.
5.Tudo correu bem, como todos se lembram e pela primeira vez eu fui à ceia do 1º de Dezembro. Mas não pôde haver abusos, porque no dia seguinte tínhamos que repetir o espectáculo para o Movimento Nacional Feminino ,que pelos vistos ainda era pobre. E lá estávamos nós a trabalhar para a pátria!!! .
6.Cinco anos depois, voltei a viver o 1º de Dezembro, já como professor, colaborando com o Dr. Subtil na preparação da tragédia grega “Rei Édipo”, de Sófocles. Já não era a minha festa, mesmo tendo feito uma directo na véspera do grande dia.
Actor, jornalista, vice-presidente da academia, ligado também à Jec e estudante, pois claro, tiveram como resultado um dez em OPAN no fim do período. A esta distância, é engraçado, quase soa a prémio com distinção!!!

A pedido do Helder, que merece o nosso aplauso pela ideia do Blog e a quem agradeço ter-me proporcionado motivo e alento para teclar, aqui ficam estas notas soltas, esperando que outras e outros as continuem e valorizem. Vosso, M.C.

By Manuel Carvalho

6 comentários:

Anónimo disse...

Artigo muito bom Manuel.
Tens muita facilidade em comunicar as coisas e factos.
Gotei muito de ler assuntos novos que eu desconhecia, como por exemplo a repetição da peça para
o M.N.F.Só faltou mais esaa.
Um abraço Old.
Ó Manuel só mais uma coisa .
Vê lá se ainda te lembras da letra
do hino da Restauração. Eu só sei
um pouco: Portuguses celebremos
o dia da Redenção em que valentes
guerreiros nos deram livre a Nação.
E Mais.... por aqui me fico

Anónimo disse...

Eu tenho a letra toda. se quseres envio Hélder

Anónimo disse...

HELDER.Se não for incomodo punhas
aqui nos comentários,não há necessidade de ir ao Blog.
Helder depois do 1º. de Dezembro
não esqueças aquele assunto que
dei ideia por e-mail.
( O HINO ou CANÇÃO de .....segredo
Vai analizando o assunto.
Im abraço OLD

Anónimo disse...

Portugueses celebremos
O dia da Redenção
Em que valentes guerreiros
Nos deram livre a Nação!

A Fé dos Campos de Ourique
Coragem deu e valor
Aos famosos de Quarenta
Que lutaram com ardor.

Anónimo disse...

E acho que continua assim:

Prá frente, prá frente,
Repetir saberemos as proezas portuguesas
Avante, avante
É a voz que soará triunfal
Vá, avante, mocidade de Portugal(bis).

Bom 1º de Dezembro. M.C.

Anónimo disse...

Manuel.Lá vem a razão do nosso grito EM FRNTER - Continuar.
Bom feriado
OLD