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sexta-feira, novembro 27, 2009

Não vi lá nenhum

Na passada quarta-feira teve lugar no "El Corte Inglés" o lançamento do livro Capitão de Abril, Capitão de Novembro, da autoria do meu camarada Sousa e Castro, ex-conselheiro da revolução.
Entrámos na mesma altura para a Academia Militar, pertencíamos à mesma camarata, e por ser do Norte, ele de Cabeceiras de Basto, ao contrário dos lisboetas, tinhamos que passar os fins de semana no Quartel. Nas nossas saídas, dentro das voltas a dar, havia a das meninas da terra. Para além dos Cafés e dos Jardins , havia a Missa das 11 horas de Domingo. Foi assim que ele conheceu a sua mulher, com quem ainda hoje está casado. Como é natural, nestas circunstâncias, criaram-se entre nós bons laços de amizade.
Contudo, a vida profissional separou-nos, pois ele optou pela Artilharia e eu segui pela Infantaria. Em meados de 1973, no início das reuniões que levariam ao Movimento dos Capitães, ele estava em Vendas Novas, tendo-se tornado um dos principais obreiros que levaram ao 25 de Abril, tendo eu sido mobilizado para Angola em Março daquele ano.
Pelo afastamento existente o nosso relacionamento deixou de existir, mas sempre que nos encontrámos houve sempre, entre nós, uma grande satisfação de nos revermos e de estarmos juntos.
Foi este o motivo principal que me levou a estar presente ao lançamento do seu livro.
Nada teve a ver com opções políticas, ao contrário do que sucedeu com a esmagadora maioria dos que lotaram a sala à disposição para o evento.
Estiveram presentes militares que naquele dia foram intitulados vencedores e vencidos: Vasco Lourenço, Eanes, Tomé Pinto, Pezarat Correia, Otelo,Banazol,Rosado Luz,etc. Militares que foram presos e que quando se vêem se cumprimentam.
Políticos profissionais civis que eu me tenha apercebido que lá estivesse só vi um: Marcelo Rebelo de Sousa. Foi ele que fez a apresentação do livro e do autor. Falou bem de tudo e de todos, como não podia deixar de ser. Agora pergunto eu.
O assunto não interessava aos políticos civis?
NÃO VI LÁ NENHUM!
Será porque não versava a corrupção e a maneira de enriquecer, fazendo uso da palavra?

1 comentário:

mc disse...

O importante é que este e outros construtores da nossa História recente escrevam o que fizeram, o que sabem e qual é a sua opinião sobre tudo por que passaram, para que se possa ter uma ideia mais clara do que aconteceu.
O teu texto é bem esclarecedor dos hiatos e mal quereres que se mantêm vindos dos anos 74 e 75 e seguintes, até à 1ªrevisão da Constituição.