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quarta-feira, junho 02, 2010

Raúl Brandão ....

Não fora a Nikita , Raúl Brandão tinha-me passado ao lado . Fui á sua procura , ainda não encontrei o livro "Húmus , mas já me documentei sobre o mesmo e sobre o autor .

Duas citações do referido livro:

Reduzimos a vida a esta insignificância... Construímos ao lado outra vida falsa, que acabou por nos dominar. Toda a gente fala do céu, mas quantos passaram no mundo sem ter olhado o céu na sua profunda, temerosa realidade? O nome basta-nos para lidar com ele.
Fonte: "Húmus"
Desde que se cumpram certas cerimónias ou se respeitem certas fórmulas, consegue-se ser ladrão e escrupulosamente honesto - tudo ao mesmo tempo. A honradez deste homem assenta sobre uma primitiva infâmia. O interesse e a religião, a ganância e o escrúpulo, a honra e o interesse, podem viver na mesma casa, separados por tabiques. Agora é a vez da honra - agora é a vez do dinheiro - agora é a vez da religião. Tudo se acomoda, outras coisas heterogéneas se acomodam ainda. Com um bocado de jeito arranja-se-lhes sempre lugar nas almas bem formadas

Fonte: "Húmus"

Estas citações deixam antever já o que é o livro:

Considerada a obra-prima de Raul Brandão, foi publicada em 1917. Trata-se de um romance-monólogo, centrado em dois monólogos interiores: um primeiro orador e o seu alter-ego, um filósofo lunático. Com a narração dominada por estes dois pontos de vista, as restantes personagens são remetidas para o plano do grotesco. A obra explora a contradição entre o mundo aparente e o autêntico, onde se descobrem monstruosidades não sonhadas.

Fonte: "Infopédia"

Nota :A literatura não é de perto nem de longe a minha especialidade , sou apenas um iniciado que procura estudar e documentar-se sobre o assunto , de maneira que ,se escrever alguma asneira , ficais inteiramente á vontade para me corrigir . É nos erros que se aprende...

3 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Um livro belíssimo!
"Conheço" Raúl Brandão há muito...
Tem uma obra admirável!

Abraço

mc disse...

Começa assim:
"
A Vila

13 de Novembro


Ouço sempre o mesmo ruído de morte que devagar rói e persiste...


Uma vila encardida - ruas desertas - pátios de lajes soerguidas pelo único esforço da erva - o castelo - restos intactos de muralha que não têm serventia. Uma escada encravada mos alvéolos das paredes não conduz a nenhures . Só uma figueira brava conseguiu meter-se nos interstícios das pedras e delas extrai suco e vida. A torre - a porta da Sé com os santos nos seus nichos - a praça com com árvores raquíticas e um coreto de zinco.Sobre isto um tom denegrido e uniforme: a humidade entranhou-se napedra, o sol entranhou-se na humidade. (...) "

****
E continua. Até parece a vista a partir da tua casa , se estivesse num ponto mais alto!!!
Boa leitura.

Anónimo disse...

Parabéns, H.B., para principiante, estes estudos vão muito bem.
Urze dos Montes