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segunda-feira, janeiro 08, 2007

Livro



Acabei de ler este livro.

Apesar de mal escrito, na minha opinião de não-crítico literário, é importante para percebermos melhor o tempo anterior ao nosso, o nosso e o actual.

É uma abordagem diferente do ditador e do seu tempo.
Personagens como Cerejeira, Duarte Pacheco, Alfredo da Silva, Almada, Dantas, Sidónio, etc, são apreciados de forma personalizada, aumentando a nossa compreensão da época.

Tímido, detestando ostentações, desconfiava da Igreja e dos militares.
Os comunistas eram o seu ódio de estimação.
Não conquistou o poder, ofereceram-lho.

Tinha receio da industrialização, preferia "uma casa portuguesa".
Culto, não admitia opinião diferente da sua.
Frio, por fora, era seco e cortante.
Deprimia-se, desanimava, tinha cólicas nos momentos de grande confronto.
Quem discordava dele era perseguido, implacavelmente, pela polícia.

Estava só, era bajulado pelos aproveitadores.
Por companhia e dedicação extrema só a Dona Maria de Jesus.
Foi "um ditador à portuguesa".

PS - por momentos senti um ligeiro "branqueamento" do ditador, pela humanização da sua figura. Não creio que fosse a intenção do autor.

ADENDA

A leitura dos comentários leva-me à seguinte adenda:

Ditador é ditador. Ponto final.
Não há ditadores maus (Hitler, Staline), ditadores assim-assim (Mussolini, Franco) e ditadores bons (Salazar)!
O livro tem de ser lido com muita crítica, não vá a leitura resvalar para a "lavagem", "até nem era dos piores..."

5 comentários:

Anónimo disse...

Também eu ando a ler, sempre que posso, e penso que esta obra que, discordando de si que considero o bem escrito, espelham as máscaras ou facetas desconhecidas do ditador que até à data poucos historiadores o publicaram.

Anónimo disse...

Até a formiga já tem catarro..

Anónimo disse...

Ei li a primeira edição deste livro
e o que mais me impressionou foi a falta de confiança do homem, que sabia que ia morrer no poder,na obra que tinha feito, naqueles que tinham crescido à sua sombra e que ele admitia que poderiam não lhe pagar o enterro.E assim foi amealhando dinheiro para esse efeito, que foi encontrado no seu espólio .
De resto, como diz o povo, o saber não ocupa lugar. MC

Anónimo disse...

Porque é que "até a formiga já tem
catarro"?
Neste Blog todos temos a nossa opinião, e há que ter coragem para a manifestar.
Gosto de ver a juventude activa.
Afonso ,Helder, Manuel Carvalho,
Duarte Osório e todos,vamos SEMPRE
EM FRENTE- CONTINUAR
Um abraço Old

Anónimo disse...

Quase que não ia chegando ao fim da leitura tal a minha indignação e revolta que me invadia á medida da leitura.
Por fim fiquei mais sossegado quando li a palavra "branqueamento".
Meus amigos, custe a quem custar, rapazes e raparigas do meu tempo, essa figura sinistra não pode ser de maneira alguma "lavada"(prefiro este termo).
A memória é curta e nos tempos hodiernos há peritos para nos darem a volta.Lá que os há há. Abordem este assunto alguns dos nossos atentos colheiteiros com formação para tal.
Eu podia dar algumas, mas não passariam de uma abordagem simplista, direi popular, e não assente em bases científicas.
Concluindo: A História é para todos uma grande "Bíblia". Saibamos lê-la,interpretá-la e daí tirar os conhecimentos sublimes que contribuam para uma sociedade cada vez melhor e mais abrangente, de modo a que ninguém fique de fora.
Afinal, os seres racionais somos todos nós e também os vindouros.
Um grande abraço para todos.