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quarta-feira, maio 16, 2007

Ainda os críticos de arte ... e outros

Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos, numa estação de metro de Washington, de manhã, em hora de ponta, despertando pouca ou nenhuma atenção.
A provocatória iniciativa foi da responsabilidade do jornal "Washington Post", que pretendeu lançar um debate sobre arte, beleza e contextos. Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares.
Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares, mas na estação de metro foi ostensivamente ignorado pela maioria. A excepção foram as crianças, que, inevitavelmente, e perante a oposição do pai ou da mãe, queriam parar para escutar Bell, algo que, diz o jornal, indicará que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós.
"Foi estranho ser ignorado" Bell, que é uma espécie de 'sex symbol' da clássica, vestido de jeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou "Chaconne", de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dos grandes sucessos da história". Executou ainda "Ave Maria", de Schubert, e "Estrellita", de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total. Esse facto, aparentemente, não impressionou os utentes do metro.
"Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell, habituado ao aplauso. "Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um telemóvel toca. Mas no metro as minhas expectativas diminuíram. Fiquei agradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou.
O sucedido motiva o debate foi este um caso de "pérolas a porcos"?
É a beleza um facto objectivo que se pode medir ou tão-só uma opinião?
Mark Leitahuse, director da Galeria Nacional de Arte, não se surpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará".
Para outros, como o escritor John Lane, a experiência indica a "perda da capacidade de se apreciar a beleza". O escritor disse ao "Washington Post" que isto não significa que "as pessoas não tenham a capacidade de compreender a beleza, mas sim que ela deixou de ser relevante".
Artigo que me foi enviado por email por BL

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto que aconteceu numa estação
de "Metro",pode repetir-se em qualquer cidade do mundo.
As pessoas entram e saem das estações com tanta pressa ,dá lá para ouvir violino.
Se a Maria Helena Q está a ler este
meu comentário,lembra-se certamente
de um comemtário que ela fez,sobre
o saudoso"Verbo",que dizia que
tinha um violino destes.Nunca o
vi ,mas se o tivesse valia dois
tostões.
Um abraço para todo Bartolomeu

Anónimo disse...

A relevância da arte está ligada à dimensão da oportunidade, que está dependente da abertura e adesão do ouvinte/observador/espectador.Numa estação de metro, os utilizadores querem é ver-se ao fresco o mais rápido possível.A manifestação artística exemplificada está,além disso, claramente associada à sua
apreciação por uma elite melómana que,parece, não usa o metro.