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segunda-feira, março 12, 2007

A Torre da Princesa

Quem de nós não se lembra das visitas ao nosso querido Castelo e do mistério que rodeava com as suas lendas a Torre, já entre muralhas e encostada à cerca ?
Hoje ao folhear uma enciclopédia de lendas das Terras de Portugal, deparei com a respeitante a tantas interrogações da nossa meninice/adolescência! Nem mais nem menos, contava a história de uma princesa, cujo nome se desconhecia,era orfã , vivia com um tio e desde muito nova se apaixonara por um jovem nobre que nada tinha de seu e nem se atrevera a esperar na cidadela bragançana que tivessem idade de casar. Arispidez do tio não admitiria reconciliação de classes económicas. Assim os namorados juraram guardar-se um para o outro e ele, 16 anos feitos, atirou-se para o mundo à procura de fortuna.
Dez anos se passaram sem que ele aparecesse ou desse notícias. O tio quer, por força, casar a princesa com um jovem seu amigo. Ela recusa-o quando qundo lhe é apresentado pelo tio, dizendo-lhe que há muito ama outro jovem e não deseja casar-se.
Para a fazer mudar de ideias , nessa noite, o tio faz de fantasma e vai atormentar a princesa para que se case.Porém, a noite é trespassada por um raio de sol que põe à vista o miserável truque do velho, a quem a sobrinha perde logo o respeito. Retira-se a princesa para a sua Torre. E nunca mais ninguém a viu. Nem o namorado da infância que, apesar das juras, nunca mais apareceu...
Atentem agora a uns versos feitos sobre esta lenda por Cristovão Aires:

Dizem que nessa terra majestosa
Do castelo fronteiro, uma princesa
Viu correr longos dias de tristeza
Numa prisão estreita e silenciosa.

Decerto foi amada e foi formosa
E a roubou, com tão bárbara crueza,
As alegrias vãs da natureza
Uma paixão fatal e desditosa!

Dirão:Foi desgraçada! E no entanto
Sabe Deus quanta paz, que doce encanto
A solidão guardava para ela...
Vive-se mais da íntima ventura
E ama-se, bem melhor, com mais ternura,
Na sublime triteza de uma "cela"!

2 comentários:

H.B. disse...

Fiz dezenas e dezenas de visitas ao Castelo e à Torre da Princesa , cuja lenda, em boa hora truxeste ao Blogue.O que mais me fascinava eram as famosas calças do Gungunhama e também a sua lenda ( ou história ? ) e a famosa janela em estilo Rócócó ( estarei certo ).Tenho muitas e boas recordações dessas visitas .

Anónimo disse...

Na verdade trata-se de uma lenda emblemática da nossa cidade a quem o meu amigo de peito e irmão, António Manuel Afonso (Toninho) imortalizou no seu belo livro "A Lenda da Torre da Princesa", livro esse a que eu infelizmente não tive acesso por se encontrar há muito esgotado.Tive contudo acesso (por sua gentileza)à prelecção do Prof.Gabriel Magalhães, a quando do lançamento do referido livro, e onde destaco:..." eu diria mesmo que homens de cultura como o autor desta obra são os príncipes encantados que podem despertar a Bela Adormecida do interior do país" e eu concordo inteiramente pois ainda há românticos que tentam remar contra a maré e tudo fazem para colocarem a sua (nossa) terra no mapa,o que não é tarefa fácil.E mais adiante escreve o Professor..."A Lenda da Torre da Princesa não é só uma obra de teatro:é também um gesto cultural que ressuscita um monumento-a antiga Torre de Menagem do belo Castelo de Bragança.Fazendo reviver esse seu monumento,António Afonso torna também mais viva esta cidade de Bragança".E mais adiante escreve ..."com este trabalho literário, fica o interior de Portugal mais vivo-fica Portugal mais forte, mais inteiro".Nada efectivamente mais verdadeiro digo eu."Enfim, António Afonso aproveita este cenário castelão ...para fazer da sua obra uma interessante meditação sobre os mecanismos ínvios da opressão".Na verdade como são actuais esses mesmos mecanismos que olvidando a miúde as suas gentes e pregando tantas vezes demasiado pragmáticamente certas teorias políticas desprezando os verdadeiros interesses das populações pelo desprezo absoluto dos seus anseios em nome de uma lógica economicista difícil de compreender e aceitar.VMB