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terça-feira, novembro 11, 2008

Pela última vez...! Garanto!

Sala de aula em Moçambique!

Vi e ouvi numa entrevista, uma professora com 22 anos de serviço, declarar ser incapaz de avaliar as suas colegas.
Fiquei estupefacto!
Então nós no Liceu, como alunos, não sabíamos quem eram os bons e os maus professores?
Claro que sabíamos e os bons eram profundamente respeitados!

Na minha vida profissional fui avaliado por colegas, várias vezes, nos concursos de progressão na carreira, e fiz parte de dezenas de júris, avaliando mais de uma centena de colegas.
Sempre aceitei ser avaliado e sempre me senti capaz de o fazer!

Agora vem uma professora com 22 anos de serviço dizer que se sente incapaz de avaliar colegas! E os alunos também se sente incapaz de avaliar?
Então quem avalia os professores? Não devem ser outros professores? Ou deverão ser os médicos, os advogados ou, talvez, os polícias?

Se esta avaliação não serve proponham outra, mas séria e feita pelos pares, não auto-avaliações e avaliações em grupo, nacional-porreiristas, como ouvi na referida entrevista, que conclua que "somos todos bons rapazes, ou raparigas"!

E não me digam que o professor tem de preparar as aulas em casa.
Sempre fiz a minha preparação e estudo à minha custa e, para me manter actualizado, continuei a estudar em casa e sem apoios do Estado, durante toda a vida.

Também sou pai e amigo de muitos professores, e sei bem como eram feitos os horários nas escolas, escolhidas as turmas pelos professores e distribuídos os alunos nas mesmas.
Era preciso contentar a base de apoio que elegia o Conselho Directivo...!?
Um amigo dos meus filhos, quando começou a dar aulas, ficou muito surpreendido porque no primeiro dia em que chegou à Escola onde foi colocado, quando foi saber do horário, a primeira pergunta que lhe fizeram foi "qual era o dia da semana em que queria folgar, segunda ou sexta"?!

Não era excepção, todos os professores meus conhecidos tinham um dia semanal de descanso...e com a progressão na carreira diminuíam as horas de aulas semanais.

Não discordo da reforma, nem dos horários dos professores, mas devem-se reconhecer as regalias...bem como defender trabalho sério e propor avaliações justas para todos, feitas pelos seus pares.

Por fim acho que a intransigência, de ambos os lados da barricada, não leva a nada, ou antes, leva a prejuízo do ensino!
Mas convém estar atento e ver de que lado está a maior intransigência, quem assina protocolos e os denuncia no dia seguinte...
Sei bem que vai haver eleições..."et par cause"...!

E não volto mais ao assunto!

PS - para que conste, este governo não é do meu agrado, - a maioria dos professores são sérios e competentes -, mas oportunismo (politico), hipocrisia e dolce far niente ("the sweetness of doing nothing"), é ainda menos...Voilá!

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro Duarte:


Estranho que uma pessoa com o teu perfil não consiga ter uma visão mais aberta dos problemas que os professores enfrentam.
120.000, mais os que não puderam estar presentes,deve querer dizer alguma coisa.A maioria não são sindicalizados.Não é uma questão político-partidária mas uma indignação devido a múltiplas causas que surgiram com o ECD-estatuto da carreira docente.Vamos então à avaliação..,burocrática centenas de fichas,grelhas,catadupas de legislação e orientações diariamente. Papelada que naõ resulta em melhoria de conhecimentos e aprendizagens.(digo,conhecimentos já que resultados facilmente se podem arranjar..ex.matemática..)

Avaliação sim e pelos pares- professores da mesma área, mas não necessáriamente em simultâneo.(apenas os que fossem subir de escalao).
Atrevo-me a perguntar se nos hospitais são avaliados todos ao mesmo tempo e quantos oftalmologistas,ortopedistas,...te avaliaram ou quantos avaliaste??

Nos casos que apresentaste (também eles causa de descontentamento para a maioria dos professores)..penso que não deve ser confundida a árvore com a floresta.
Esta avaliação até pode beneficiar os exemplos que dás em detrimento dos que realmente cumprem.Veja-se o caso das aulas de substituição...os que não faltam terão que cumprir o trabalho dos que faltam.Pergunto- quantas consultas de obstetricia..deste???


Muito poderia eu dizer das tuas doze horas seguidas...mas a conversa já vai longa...

Um abraço
GB


PS.Subscrevo tudo o que disse a Rosa dos Ventos.

DuarteO disse...

Eu sei, mudar é muito difícil.
Custa a todos.
E não podes ver também a árvore pela floresta nas 12 horas de urgência!
Se calhar tens visto maus exemplos...mas maus e bons exemplos há em todos os grupos profissionais!
Os exemplos que dei são múltiplos e aconteceram em muitas escolas!

Claro que percebo os problemas dos professores, um deles é a "sala dos professores"!
Os outros são as 36 horas, as aulas de substituição e a avaliação.
Mas o maior de todos é o desinteresse completo que alguns professores tinham pela sua actividade!
O ensino teve uma época que era o "caixote do lixo" dos licenciados.
Vi advogados, engenheiros e até médicos a dar aulas!
Claro que isto é a subversão completa do ensino.
Bem sei que os outros professores habilitados não têm culpa.
Mas foi assim que o ensino não se adaptou, não melhorou os seus resultados.

Não dei consultas de obstetrícia mas se fosse necessário estaria 1 hora com as grávidas e falaríamos de assuntos de saúde que seriam importantes para elas.
Não reproduziria mecanicamente uma consulta de obstetrícia, mas até poderia falar do que de relevante se tinha passado no dia anterior, no mundo, e daí tirar conclusões que fossem úteis às gravidas, ou aos alunos!
Desde que haja interesse e imaginação tudo se consegue.
Acredita que até a ti te substituía se estivesses doente, não poderia é dar as tuas aulas.
Falaríamos de temas diferentes mas que fossem úteis à formação pessoal dos alunos.
Fiz muitas reuniões com alunos, fora das horas de serviço, gratuitamente e por vezes a centenas de Km que tinha de percorrer com o meu carro, sempre que me convidavam, e sei bem o que é lidar com jovens.
Não te esqueças que além de ter amigos professores que me contavam a vergonha que se passava na escola deles com horários, turmas e desinteresse pelos alunos, também os ouvia quando se "iam abaixo".
Sabes que todos os funcionários públicos eram avaliados todos anos?
Bem ou mal avaliados é outra questão!
A crítica que fiz foi ao facto de uma professora se dizer incapaz de avaliar outra e defender a auto-avaliação e avaliação em grupo!
Claro que te vou avaliar bem a ti para tu me avaliares bem a mim!

Mas repito, em todas as profissões há bons e maus exemplos, não podemos generalizar!

Por último, não leste o que escrevi até ao fim!
Ou pelo menos parece...

Um beijo!

Anónimo disse...

Talvez vá fugir ao tema, mas tenho de o dizer...GB, durante mais de 30 anos fomos colegas de grupo ( 11ºB)no nosso Liceu e que Grupo ... todas por formação e vocação.Como a cidade é pequena, sabia-se da Amizade que nos unia e o profissionalismo do nosso trabalho.Era e é, um grupo feminino.Até as "novas" que iam entrando, alinhavam na nossa qualidade de trabalho.Quem tinha medo de ser avaliada ? Antes avaliada por quem conhece o nosso trabalho do que ter de ir ao Porto defender o currículo, como me aconteceu em janeiro de 1994 perante um júri nacional.
Quem no nosso Liceu era chamado para trabalhos de responsabilidade ?O 11º grupo B. Isso às vezes até nos dava revolta, sempre as mesmas...Lembras-te , quando e quem nos disse " fazeis tudo bem, fazei como eu...onde ponho a mão só faço asneira e depois já nem me chamam".Todas sabiamos bem quem trabalha e quem se " balda".
Sou a favor de uma avaliação, mas nem 8 , nem 80.M.A.A.

Anónimo disse...

Pois é M.A.A,tudo trabalho com avaliação zero pontos!!!
gb