MUMBAI  ( Bombaím )  –   a   capital económica.
      A  cidade de Bombaím, capital do Estado de Maharashtra, foi edificada  sobre um arquipélago de 7 ilhas. Foi aqui que no século XVI, os portugueses  aportaram com as suas caravelas e ao entrarem na baía ficaram maravilhados  com a sua beleza. Chamaram-lhe   “ Bom Baía “, a bela baía, vocábulos de onde derivou o nome de  Bombaím. 
 Mumbai (  Bombaim ), vista panorâmica com a Porta da  Índia. 
        Em 1661, a cidade foi oferecida aos ingleses pelo Rei de Portugal como  dote de casamento da Infanta D. Catarina (  lembro: D. Catarina de Bragança, filha de D.  João IV e de D. Luísa de Gusmão, que além do hábito do chá  introduziu outras inovações na Corte Inglesa ) com  Carlos II de Inglaterra. 
     A  visita à capital económica da  Índia foi muito interessante, mas rápida, porque estávamos a um dia  da viagem de regresso.  
     Aqui  vivem pessoas de todos os cantos da  Índia pelo que são infindáveis os problemas que surgem quanto  à acomodação e instalação de tanta gente!
     Por  não haver capacidade de resposta muitos vivem na rua, ou em instalações  inadequadas. São os velhos problemas sociais característicos das grandes  cidades que na maioria delas ficam sem resolução!
Mumbai, a  capital económica e financeira. 
       Bombaim é, de facto, uma cidade cheia de vitalidade, de agitação,  uma autêntica cidade cosmopolita que também  é a “Meca” do cinema!  (sugiro o visionamento do filme: “Quem quer ser Milionário  – Slumdog Millionaire” dir. de Danny Boyle). Enfim, lugar de enorme convergência  de raças, línguas e religiões muito diversificadas. 
     Não  é, com certeza, a maior cidade da  Índia mas é a capital do comércio e da indústria, dos portos movimentados,  da moda, do maior mercado têxtil do mundo e do cinema; como eles dizem,  “ Bollywood “ - ( India’s Hollywood) ( onde todos os ingredientes  se misturam: amor, suspense, drama, música e dança).
      A  nossa visita começou por Dhobi  Ghats, a maior lavandaria  do mundo, a céu aberto. Impressionante! Não me perguntem que tipo  de emoções! Apenas uma curiosidade: os profissionais de lavagem são  homens. Eles transportam, lavam e entregam a roupa por um  pagamento quase insignificante!
      De  seguida visitámos mais um memorial a Gandhi  – Mani  Bhawan, a casa onde  o “Pai da Nação” ficava aquando das suas primeiras visitas  à cidade. O quarto onde Gandhi pernoitava continua tal como era no  seu tempo.  
O quarto  de Mahatma Gandi, em Mani Bhawan – Bombaim ( 1917-34). 
     Havia  pela casa exposição de fotografias e vitrines com esculturas que nos  contavam variados episódios da vida de Gandhi.
      Depois  desta visita passámos por Mallabarttil, pela Torre  do Silêncio.  A Torre do Silêncio é um lugar proibido para mulheres e para os não  parsis. 
  A Torre do  Silêncio ( fotografia antiga). 
     Os  parsis ( zoroastristas) em vez de enterrarem os seus mortos como  fazem os muçulmanos e cristãos, ou de cremá-los como fazem os hindus,  budistas e jainistas, colocavam-nos nesta Torre para serem devorados  pelos abutres e urubus.  
     Continuando  a nossa visita passámos pelos Jardins  Suspensos, assim  chamados por terem sido construídos sobre uns reservatórios de  água, usados para abastecer a cidade.
      A  paragem seguinte foi no Jain  Temple, construção  em mármore dedicada ao primeiro Jain Tirthankara.  É um dos Templos mais importantes dos Jainistas de Mumbai. No seu interior  mostram-se frescos relativos a cenas da vida dos 24 apóstolos Jain.  Com arquitectura exuberante transparece bem a forte expressão artística  da comunidade Jainista de Bombaim.
Jain Temple,  Bombaim. 
      No  final da manhã passámos na Front  Boulevard, ao longo  da Marine  Drive, tendo como  companhia lateral o Oceano Índico.
      A  seguir ao almoço dirigimo-nos para o ex-libris de Bombaim, a  “Gateway  of Índia”, que  foi antes do início das viagens aéreas, a  única porta de entrada na Índia. Fica numa praça enorme, aberta ao  oceano, que parece querer a dar as boas vindas a quem chega a Mumbai.  Foi construída para comemorar a visita do Rei Jorge e da Rainha Maria  à Índia, em 1911. 
Porta da  Índia, Bombaím. 
     Nas  imediações surgem ruas e largos pejados de edifícios com arquitectura  de variadíssimas escolas e estilos da  Índia. 
     Para  terminar a “ronda” por Bombaim dirigimo-nos ao Museu  Príncipe de Gales,  encaixado num frondoso parque e, cuja confluência de estilos numa arquitectura  gótica e mourisca tão bem mesclada, nos dá  um toque de Arte Indo Sarracena. 
      O  acervo do museu é riquíssimo: artesanato, peças de cerâmica,  jades primorosos, pinturas mongóis  únicas, espécimes interessantíssimos de história natural e esculturas  de variadíssimos estilos e escolas indianas. E, assim, nos despedimos  da fervilhante capital económica da  Índia!
Na  próxima semana terminaremos este conjunto de visitas com Goa.
Francisco  Almeida
  








1 comentário:
Parabéns,FA.Já nem sei se aprecio mais o teu passeio ou a maneira como o descreves!
gb
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