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sexta-feira, janeiro 29, 2010

Berlusconi à portuguesa!

Belmiro dixit: “Cavaco é um ditador…”

Numa entrevista informal à Revista Visão, refastelado na sua casa de Ambrães no Marco de Canavezes, o empresário Belmiro de Azevedo “abriu-se” com a jornalista Cesaltina Pinto. link
Nessa entrevista, Belmiro destacou em Marcelo Rebelo de Sousa, a característica de possuir uma ambiguidade polivalente. Disse: “O Marcelo é um pluri-pluri. Tem dez respostas, todas boas, para a mesma pergunta”.
Na verdade, Belmiro de Azevedo, nas múltiplas intervenções públicas que estrategicamente protagoniza, aproxima-se muito dessas “qualidades” que vê em Marcelo Rebelo de Sousa.
Fala sobre negócios, política geral, educação, etc. como se fosse uma pitonisa. Só que as primitivas pitonisas eram jovens virgens e Belmiro há muito que perdeu a virgindade quer na área empresarial, quer na política. Quando se lê a longa e dispersa entrevista deste grande empresário nortenho, ficamos com a sensação de que o mesmo vive uma incontornável frustração. Sendo, sem sombra de dúvida, “Il Cavaliere (do Norte)”, não conseguiu ser o “Berlusconi português”….
Caso contrário, teríamos uma outra entrevista…

Mas, na entrevista à Visão, a grande cacha mediática foram as suas afirmações sobre Cavaco Silva. Primeiro, revela que teve com o então 1º. Ministro, entre 1986 e 1992, uma relação muito boa.
De seguida interroga: “sabe porque zanguei fortemente com ele?” Perante a achega da jornalista – por causa da privatização do BPA? – respondeu: “Também. Mas isso são erros possíveis…”
E acrescenta: “O Cavaco é um ditador. Mandou quatro amigos meus, dos melhores ministros, para a rua, de mão directa.”.
Para quem critica a falta de rigor em tudo e a todos, esta concepção sobre ditadores é, no mínimo, extravagante,

Até porque, noutro passo da entrevista, interrogado sobre o ditador Salazar afirmou: “Salazar terá feito coisas relativamente importantes até à Constituição corporativa.. Depois tornou-se muito complicado.
Ficamos, portanto, sem saber se ditador é quem manda amigos embora do governo, ou se será aquele que se torna muito complicado. Complicado será, deste modo, um novo eufemismo empresarial para designar a ditadura salazarista. Tomamos nota.
Sem querer ser advogado do diabo – entendo que Cavaco Silva não é um Presidente da República que esteja à altura das necessidades do País - acho que complicado é, de facto, o poder económico intrometer-se na política… Não é?

Um velho adágio português caracteriza e sintetiza esta abrangente, eclética e polémica entrevista:
- não vá o sapateiro além da sovela...
in Ponte Europa

1 comentário:

IFFT disse...

Desde quando o poder económico não se intrometeu no poder político, ainda que por intrepostas figuras?