A interactividade da Colheita63 em movimento contínuo para todo o Mundo e especialmente para Lisboa , Tomar , Monte Estoril , Linda-a-Velha , Setúbal , Coimbra , Porto , VNGaia , Braga , VNFamalicão , Santo Tirso , Afife , Vila Real , Vinhais , Bragança , Castelo Branco , Seia , Vendas Novas , Varsenare e Aveiro

segunda-feira, setembro 20, 2010

"Não sabe o tempo ter firmeza em nada"


Na tarde de sábado passado decidi ir de abalada até Lisboa e dedicar um tempinho à nossa região.Há já uns meses que está aberta ao público no Museu Nacional de Arte Contemporânea,ao Chiado, uma exposição da obra do pintor flaviense Nadir Afonso, que queria ir ver e de que se aproxima a data do encerramento. Ao ler,na véspera, no blog da AAALNB, que ,nesse dia,ia acontecer um encontro no Largo Camões de apoio à luta em defesa da linha do Tua, decidi ,até pela sua proximidade física,associar as duas actividades. E lá fui.A tarde estava quente e havia imensa gente , que a velha Baixa está nitidamente em fase de franca recuperação da agitação intensa de centro da capital.Visitado o museu,cuja visita recomendo ,fui ,pelas 6h da tarde, até ao Largo Camões. Havia meia dúzia de pessoas , deambulei por ali um quarto de hora, não vi caras conhecidas e regressei aos Restauradores para pegar o carro e regressar a casa. A linha do Tua é um tema ligado à minha existência desde tão tenra idade que se me tornou íntimo. E a ameaça do seu possível encerramento faz vibrar em mim uma corda de indignação. Saí dali frustrado,claro. E foi então que me lembrei que era chegada a altura certa para,numa tradição saudável deste blog, dar a conhecer uma foto muito especial. É a que ilustra o início deste post. É uma foto que dentro de dias contará cento e quatro anos . Eterniza a chegada à estação de Bragança da primeira locomotiva, em 26 de outubro de 1906. Tanta gente, não é, a aclamar o progresso?!

6 comentários:

DuarteO disse...

Com a barragem a memória de muitos de nós vai ficar submersa.
Sinal dos tempos...

Anónimo disse...

Indignação,é sempre o que nos resta..Nada nestas terras,por mais belas que sejam,tem direito a sobreviver!A próxima geração viverá toda em Lisboa e arredores,o resto já nem será paisagem.
Gostei deste post.
gb

PEREYRA disse...

Também eu fui de Chaves ao Largo de Camões, em Lisboa e quando lá cheguei, antes das 19h, encontrei a praça bem composta de gente desconhecida mas animada na luta pela defesa da Linha do Tua. Não fui em passeio lúdico à capital, fui para participar na vigília, até à meia noite. A quem não tem olhos de ver, não se pode pedir que veja muito mais.
Contrariando o seu amigo Duarte, que escreve que a memória de muitos de vocês vai ficar submersa pela barragem, eu respondo que a minha, de certeza que não ficará submersa. Ainda muita água brava vai correr no Tua sem que a suposta barragem seja sequer construída. Lágrimas para quê? Lutem enquanto é tempo!

Anónimo disse...

E lutem , como ? Votando ? Nestes ou noutros ? Ou luta armada ? Ir do Nordeste a Lisboa a uma vigília pela linha do Tua, os decisores devem ter ficado todos a tremer...
Sou uma apaixonada pelos combóios, já aqui o disse. A Linha do Tua é única, até pela geologia da região. Foi aberta a pulso, é nossa.Esperemos que não se faça.
M.A.A.

IFFT disse...

Que saudades dos tempos em que embarcava em Stª Apolónia à meia-noite e meia hora e apanhava a automotora no Tua, cerca das duas da tarde, para chegar a Bragança por volta das seis da tarde.
Nessa altura Trás-os-Montes era longe e esquecido, como hoje, mas pelo menos, não enganavam as suas gentes honradas, com promessas vãs.

Anónimo disse...

Eu tb tenho saudades desse tempo!!!
Quantas e quantas viagens fiz, nessa automotora, do Tua a Bragança!
Ainda me lembra bem do apito da partida, por volta das 6 e tal da manhã, era o nosso despertador!!!!
C.