"O CARÁCTER VOLTA A ATACAR
Ferreira Fernandes
Já aqui disse que foi tolo da parte de José Lello acusar Manuel Alegre de "falta de carácter." O que não falta a Alegre é carácter. E com isso faço um elogio limitado: só digo que ele não é mole. Ainda ontem, na entrevista à Antena 1, ele disse que se fosse às "reuniões do [seu] grupo parlamentar, depois das eleições presidenciais, já não havia grupo parlamentar." Quem diz isto, de facto, é durão. O que prova também que o carácter (a falta de moleza) nem sempre dá para coisa boa. Alegre insistiu no que aconteceria se fosse ao seu grupo parlamentar: "(...) se calhar não teria sido possível nós chegarmos onde chegámos com alguma estabilidade, cujo mérito se deve ao presidente do grupo parlamentar, ao secretário-geral José Sócrates e a mim." Quer dizer, a estabilidade deveu-se ao que o líder parlamentar e o líder do partido fizeram e - relembro: é Alegre a falar - deveu-se ao facto de Alegre não a ter torpedeado. Ora aqui está como tudo isto é relativo. Alegre não torpedeou o seu partido - quer dizer, foi um bocadito mole - e só lhe fica bem. Por outro lado, teve carácter para vir gabar-se do mal que poderia ter feito e, isso, francamente, cai mal."
(Hoje no DN)
1 comentário:
Vejamos:
FF não nega nem contradiz o dito por MA: Constrói um texto assente numa interpretção muito própria da palavra/termo/conceito carácter, ou seja, identifica carácter com dureza.E segue brincando, na tentativa de reduzir o possível impacto da provável verdade contida nas palavras de MA.Ora bem, como diz o próprio FF "Ora aqui está como tudo isto é relativo"!!!
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