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quarta-feira, abril 21, 2010

21 de Abril, dia para recordar

Passam hoje 21 anos, sobre um dos acontecimentos mais lamentáveis e vergonhosos, que ocorreram com elementos da Polícia de Segurança Pública e, que foram alvo de notícia no mundo inteiro, pela singularidade de haver posto frente a frente forças de Segurança dependentes do mesmo Comando hierárquico.
Separava-as a falta de legislação para se poderem organizar como Sindicato Profissional.
Existia uma Associação Profissional, que lutava nesse sentido, mas os Governos desde o 25 de Abril, opunham-se a que tal viesse a acontecer e haviam permitido Associações, com muitos e diversos direitos.
Contudo, sindicato nem pensar.
A perseverança , primeiro do Comissário Santinhos, e depois do Subchefe Carreiras, mantiveram a chama sempre acesa da luta sindical, ao longo dos anos.
Neste dia de 1989, o Subchefe Carreiras, anunciou uma Sessão de esclarecimento para as 16H00, na Voz do Operário, seguido dum desfile, com o Pessoal fardado e armado, até à Praça do Comércio, onde frente ao Ministério da Administração Interna, seria feita uma Manifestação.
Na altura, esta atitude do Subchefe Carreiras, era um desafio ao poder instituido, duma gravidade extraordinária, caso se viesse a verificar.
Pensou-se em tudo e até mesmo que poderia ser mais uma fanfarronada.
Seria de proibir o deslocamento, logo a partir do início, por a manifestação não ser autorizada, por nela participar pessoal armado e fardado, etc, etc., ou apenas na Praça do Comércio?
Seria de vir a utilizar a GNR, para fazer cumpria a lei, já que a PSP é que estava a prevaricar?
Uma série de questões para um grande e grave problema !
Desempenhava na altura as funções de Oficial de Informações do Comando da Polícia de Lisboa.
O meu Comandante, à hora do almoço, ordenou-me que tentasse saber algo sobre a reunião no Voz do Operário e se se confirmava a deslocação dos pró- sindicalistas até à Praça do Comércio.
Desloquei-me ao local e lá, através de diversos contactos, tive todas as garantias que a reunião lá teria lugar e que o desfile de lá sairia.
Com mais certeza fiquei, destes factos, quando ao passar pela Esquadra do Teatro D.Maria II, no Rossio, o Graduado de Serviço, me informou que o Subchefe Carreira tinha por lá estado há poucos minutos, e garantira aos presentes que aquele dia ficaria gravado para a história, pois só não iriam ao MAI, se fossem todos presos antes.
O que se passou a seguir de todos é conhecido.
O Ministro de então, Silveira Godinho, PSD, soube muito cedo o que se ia passar.
A cena da Praça do Comércio poderia ter sido evitada, pois o pessoal esteve na Voz do Operário, e fez todo o itinerário apeado desde a Graça até lá. Demorou tanto tempo a intervenção, porquê?
Estavam à espera que o Carreiras desistisse? Que o Corpo de Intervenção avançasse, não estiveram à espera, certamente.
Era na altura Primeiro Ministro o Prof. Cavaco Silva.
Um dia muito triste para a Polícia de Segurança Pública.

3 comentários:

Anónimo disse...

Lembro-me muito bem. Este dia, creio, ficou conhecido " os secos e os molhados " . Passa-se cada uma....
M.A.A.

mc disse...

Bem longe do Terreiro do Paço,na altura, vi as imagens pela tv e ouvi os ecos do ocorrido. Por isso me soube tão bem ler agora este teu relato , num documento a preservar.

Anónimo disse...

O mal das nossas polícias,já vem de
longe,na minha modesta opinião,des_
de o tempo do Intendente Pina Mani_
que,quando a polícia verdadeiramen_
te começou a ter o nome e actuar,
como "polícia",já vão duzentos e
alguns anos.Baixo indíce escolar;má
preparação técnica e psiquica;salá_
rios baixos;chefias incompetentes e
tão analfabetos como os subordina_
dos.Ao longo dos anos, foi-se cri_
ando o estereótipo do polícia,nada
abonatório.Desde o menino que não
comia a sopa ou não ía para a cama
dizia-se que vinha o papão do polí_
cia e fazia mal ao menino,até ao
cidadão infractor,que tinha(tem)co_
nhecimentos, lá "dentro",para per_
doar qualquer transgreção detectada
pelo agente,até a oficiais das For_
ças Armadas(sr.IFFT,a carapuça,ser_
ve,a quem serve)que utlizando o seu
estatuto,achincalhavam e participa_
vam do ignorante do GNR,ou do PSP,
quando estes os interpelavam,por
qualquer falta cometida à ordem pú_
blica.Isto até ao 25 de Abril,mas
também pouco mudou.Há pouco anos o
sr.dr. Mário Soares,envergonhou na
via´pública um militar GNR,que o
escoltava,porque era aquela a sua missão.Ninguém gosta das polícias,
começando logo por cima a dar o mau
exemplo,os políticos.Não sou nem
fui policia ou GNR,o meu avô;meu pai e o irmão,foram.Ouvi e vi,pala_
vras e actos dirigidos a homens
pais de familia,que não se dizem a ninguém.Por aquilo que me apercebo as coisas pouco evoluiram, ás vezes
acabam em suicídio.Escolham melhor
o pessoal;formem melhor;apoiem.Des_
pai a extenção do texto.
CN



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