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segunda-feira, setembro 12, 2011

Com o tempo...


XXXIV

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos como animais envelhecidos;
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos:
como frutos de sombra sem sabor
vamos caindo ao chão apodrecidos.

Eugénio de Andrade

in As mãos e os frutos

5 comentários:

Anónimo disse...

Somos Amigos
Não,
Não queremos cair.
Cair apodrecidos?
Não!
Lutemos
Somos livres.
Vejamos,
Olhos bem abertos,
Atentos,
Todos.
Dêmos Rosas,
Paz, Amor.
Afastemos o horror. UM

Anónimo disse...

Se ainda distinguimos o Sol
Procurêmo-lo!
Forçosamente
Virá o tempo da sombra...
Retardêmo-lo, agora,
Antes que o Sol se esconda!
Abraços
Fbbc

Anónimo disse...

Muito bonito este poema de Eugénio de Andrade e traduz muitas verdades...é a vida. M.A.A.

mc disse...

"Nós" não somos todos assim, cegos, surdos e empedernidos, embora alguns sejam até pior.
O espírito desiludido e pessimista deste poeta,amargurado e descrente, apresenta uma visão definitivamente derrotista da humanidade .
Acentuo a justa adequação da ilustração ao conteúdo do poema.

DuarteO disse...

Poema pessimista, mas adequado aos tempos que passamos!