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domingo, dezembro 06, 2009

Ainda as escutas e o abandalhamento da política por parte do PSD ...


Francisco Pinto Balsemão, num debate promovido pelo Instituto Francisco Sá Carneiro, disse que o PSD estava a caminhar lentamente para o suicídio.
Deve ter sido interessante ver as caras dos que pensavam que o povo embarcava na patética conversa da "verdade" e da do "espelho meu, espelho meu, haverá alguém mais sério do que eu?"
Para quê gastar tempo a falar do futuro e a mostrar que existiam alternativas ao governo socialista, se ninguém ia ler programas? O esforço não era compensador. Para quê, repito, se nas palavras de um dos grandes promotores desta direcção, Vasco Graça Moura, os portugueses preferem a porcaria? De facto, com apoiantes destes, esta direcção social-democrata não precisava de adversários.
E assim, contra o governo de Sócrates, o PSD perdeu. Perdeu porque o PSD não apresentava alternativa, não mostrava rumo, apenas tinha para oferecer um misto de discurso de um qualquer populista sul-americano com um sermão dum catastrofista de hospício.
Quem dizia que era preciso discutir os grandes temas e ter uma visão para o futuro eram meia dúzia de destabilizadores que apenas queriam derrubar esta liderança e estavam ao serviço de um qualquer plano diabólico.
"Temos de sair deste impasse", afirmava Francisco Balsemão. Ainda bem que o recordou. Mais uma vez, deve ter havido um silêncio embaraçado.
É que enquanto este impasse dura, esta direcção, que ainda o é apesar de já não o ser, vai agravando, a cada dia que passa, a situação do PSD.
Ver a ainda presidente do partido a perder tempo com acusações que apenas servem para desviar a atenção do estado do país, insistindo em ataques pessoais em vez de se concentrar na busca de soluções é, pouco menos, que desesperante.
Constatar que num debate onde se devia falar do grave problema orçamental, do subsídio de desemprego e de questões que preocupam os portugueses a presidente do partido volta a falar de suspeições e de assuntos já arrumados pela Justiça é lamentável.
Ver o PSD ir atrás do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista na proposta da criminalização do enriquecimento ilícito e do fim do sigilo bancário é assustador.
Esta questão, aliás, vai muito para lá da luta política circunstancial. Neste debate discute-se a inversão do ónus da prova, pilar fundamental do Estado de Direito; discute-se o sigilo bancário, fundamental para o direito à privacidade.
Que pensará um habitual eleitor de direita ao ver o CDS a tomar uma pose de Estado, lutando contra estes ataques a direitos fundamentais, enquanto o PSD cede ao mais desbragado populismo?
A situação no PSD não é só de impasse, é de irresponsabilidade.

No DN de hoje ( extractos )  , que eu subrscrevo por inteiro .

7 comentários:

Reis Quarteu disse...

"Já arrumados pela Justiça"?!? Só se em Portugal o aparelho judicial esteja tão bem controlado pelo Governo e/ou PS já permita dizer como vão acabar os processos judiciais, actuais e futuros.
Em geral, gosto pouco de afirmações "absolutas". Correm sempre o risco de serem desmentidas no futuro.
Cumprimentos.
Reis Quarteu

Unknown disse...

Suponho que o articulista se referia ao assunto das escuras Vara/Sócartes , esse sim já arrumado pela justiça .

Reis Quarteu disse...

Você fala com muita certeza, a certeza de quem torce por algum dos intervenientes e de quem espera que aquilo que se deseja aconteça. Quanto a mim, não tenho tantas certezas, em especial quando o assunto está "cá fora", nas mãos da imprensa, que não deixará de investigar a fundo o que está por trás de todas as suspeições que se levantaram.

Unknown disse...

Como disse o artigo não é meu , foi transcrito como tb coloquei no post . Penso que como vivemos em democracia , devemos acreditar nas instituições . Se no caso vertente , quem de direito , disse o que disse e arquivou , não tenho nada mais a dizer .
Qt às considerações que fez quanto á minha pessoa sobre o que penso , ou desejo sobre o assunto , devolvo-as integralmente para si .

Anónimo disse...

H.B.,apoio a tua posição, também eu acredito nas instituições, livre de qualquer pensamento ou desejo inconfessáveis, pro ou contra seja quem for.
A polémica é saudável, mas, acreditemos. A democracia, a meu ver, não nos dá o direito de duvidarmos de tudo e de todos. Será que queremos criar a utopia, um país ingovernável? O tempo nos dirá quem tem razão.Um abraço,
Urze dos Montes

Reis Quarteu disse...

Caro Sr. H.B.:
Não disse que o artigo era seu, mas como o publicou na íntegra, presumo que seja porque está de acordo com ele, o que é um direito que obviamente lhe assiste.
Também é verdade que vivemos em democracia, mas isso não me obriga a acreditar no que "quem de direito" disse sobre qualquer assunto em particular, porque infelizmente, ao longo da última década, os "quem de direito" deste país têm feito tudo ou quase tudo para desacreditarmos na democracia em que vivemos.
Então, num caso como o das escutas, em que há suspeições graves sobre os teores das conversas do Primeiro-Ministro, não acha que seja natural que as pessoas queiram saber a verdade? E que esta verdade não seja encoberta porque alguma "alma iluminada" decidiu que ninguém tem o direito de saber o que se terá realmente passado? As almas iluminadas são próprias de monarquias ou ditaduras, não de repúblicas.
E se o PM acha que não disse nada de errado, teria todo o interesse em deixá-las vir ao conhecimento público, porque a ninguém interessa ter um PM em constante suspeição.
Por isso, diga-se o que se disser, apoie-se ou não o PM, ele estará sempre sob suspeita por não esclarecer cabalmente todas as polémicas em que se vê envolvido. E isso não é bom para o PM, nem para o Governo, nem para o PS, nem para Portugal.
Tudo o que escrevi anteriormente se aplica, infelizmente, ao nosso PR, que quando fala ao país, faz questão que ninguém perceba nada do que diz. Mais uma "alma iluminada"... Então, ele não achará que o povo que o elegeu não tem o direito de saber que história é essa das escutas em Belém?!? Como pode ver, sou completamente apartidário nestas polémicas.
Tenho uma empresa, que continua aberta há mais de 4 anos em Bragança, à custa de muito trabalho e esforço pessoal, e custa-me muito ter de pagar tantos impostos e ver que o país não sai da cepa torta e que os nossos governantes nos ignoram olimpicamente. Por isso, exijo o direito de me indignar e expressar a minha indignação com todos os "quem de direito" que nos desgovernam.
Por fim, não tem de se aborrecer sobre o que eu escrevi sobre o que acho que pensa ou deseja, porque reconheço-lhe o direito a pensar e a desejar o que quiser. Além disso, lendo o que escreve neste blog, não é difícil imaginar o que pensa e deseja sobre este assunto.
Sem remorsos, receba os meus cordiais cumprimentos.
Reis Quarteu

Unknown disse...

Cada um fica com sua . Por mim assunto encerrado
Cumprimentos