sábado, dezembro 12, 2009
Desencontro
Desencontro
Só quem procura sabe como há dias
de imensa paz deserta; pelas ruas
a luz perpassa dividida em duas:
a luz que pousa nas paredes frias,
outra que oscila desenhando estrias
nos corpos ascendentes como luas
suspensas, vagas, deslizantes, nuas,
alheias, recortadas e sombrias.
E nada coexiste. Nenhum gesto
a um gesto corresponde; olhar nenhum
perfura a placidez, como de incesto,
de procurar em vão; em vão desponta
a solidão sem fim, sem nome algum -
- que mesmo o que se encontra não se encontra.
Jorge de Sena,
in 'Post-Scriptum'
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1 comentário:
Daqui a pouco vou-me desencontrar com uma posta mirandesa em Moncorvo , finalizada com um queijo de serra . Quem quer vir ?
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