Já que falámos de cartas de amor extraviadas, ao passar os olhos por umas publicações dos CTT, deparei com umas referências ao que se fazia em Lisboa,nos finais do Sec. XVI, sobre essa forma de transmitir tão nobre sentimento e causador de tanta alegria e, por vezes, fonte de tanto sofrimento.
Existiam "especialistas" no Largo do Pelourinho, de mesa, tinteiro e pena, prontos, a mando dos seus clientes, a encontrarem as palavras certeiras para conquistar o coração da paixão.
Registos de uma freira explicavam : escolher namorados que escrevam cartas longas e subtis; responder só à terceira carta de um pretendente a namorado; intercalar na carta um cozinhado de ciúme e saudade; nas cartas sentidas desenhar um coração trespassado por uma seta ; nas cartas de " ausência" utilizar dois tinteiros, um com tinta e outro com água. Este para esborratar a escrita, funcionando como certificado de qualidade de amor " derramado" em lágrimas.
A pé , por cavalo ou numa Mala Posta, o "correio" lá ia por estradas que não existiam, atravessando montes e vales, numa autêntica aventura, para ser entregue a um destino tanto desejado!
2 comentários:
Em Macau havia nas arcadas doa Praça do Leal Senado "bancas" para os escribas de cartas ,em chinês, sobre as matérias da necessidade do pagador. E ,em Rangoon,Birmânia proliferavam na zona central as mesmas "bancas" mas com máquinas de escrever.Será que ainda existem?
Gostei do teu artigo Isaías.
Bom tema.
Achei piada ao conteudo.
BV.
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