Passos Coelho demorou muito a responder à bizarra moção de censura do BE. Deveria ter-se demarcado imediatamente da iniciativa do Bloco e, ao hesitar, acabou por regressar à desconfortável posição que tem sido uma sina da sua liderança: justificar iniciativas, a ausência delas, meias-palavras, frases ambíguas, etc.
Mesmo com tanto acidente de percurso, Passos Coelho tem-se aguentado sem sobressalto de maior, exceptuando, claro, o incontornável facto de não disparar nas sondagens. Passos é um líder certinho, mas não suscita paixões arrebatadoras no eleitorado, e esse é o seu grande drama, que deixa o PSD nervoso. Não faz faísca que incendeie o descontentamento contra o Governo e Sócrates. É um líder em construção que, por aquilo que são as suas características, dificilmente arrebatará para chegar a uma maioria absoluta. Talvez por isso tenha escolhido o caminho da paciência.
Espera que o Governo vá caindo de maduro às mãos de uma economia deprimente, de uma execução orçamental que falhe, da descrença absoluta. Pode ser que assim chegue lá e que possa dizer, como Durão Barroso, que vai ser primeiro-ministro, só não sabe quando. Mas, já agora, convém acautelar que, quando isso acontecer, ainda exista um País chamado Portugal e o que PSD tenha algumas ideias diferenciadoras do PS para apresentar. O que não é de todo claro!
Por:Eduardo Dâmaso, director-adjunto do CM
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Texto que eu estou totalmente de acordo . Para mim este não é o líder que a oposição precisa , e mais , haverá algum naquele quadrante , não me cheira
2 comentários:
Estaremos ou não de acordo? Pelo meu lado, malgré tout, deixemos andar.
Um safado desses, só no Grupo das Doce!!!!
Um abraço.
JT
Quem lhe comeu a carne que lhe roa os ossos...
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