De regresso às actividades lectivas e depois de uma longa semana pelas bandas da Jordânia, quero partilhar convosco alguns dos momentos mais dignos de registo, como a visita a Petra ( uma das actuais maravilhas do mundo ) e a Jerusalém.
Antes de mais alguns dados que me parecem ser importantes em relação ao povo Jordano. Registei com muito agrado a simpatia, afabilidade e hospitalidade Jordanas.
Um povo bastante marcado pelos desentendimentos patentes em todo o Médio Oriente mas um povo sofredor, com alguma resignação, e muito descontente sobretudo no que diz respeito ao comportamento dos israelitas. Não pretendo apresentar a minha opinião a respeito, mas tão somente relatar aquilo que me deixaram transparecer.
O guia que nos acompanhou, pessoa sabedora, respirando seriedade, professor de tantos outros guias como tive ensejo de ver, contava muito responsavelmente e com muita angustia o desgosto que lhe ía na alma, dado ser um refugiado da Palestina, a viver na Jordânia, a dolorosa separação dos seus familiares e o afastamento da sua pátria por razões que não considerava justas! Dizia-me com muita tristeza:
Imagine-se em sua casa. De repente entram-lhe casa dentro e dizem-lhe: toca daqui para fora porque a partir de agora nós ( israelitas ) seremos os proprietários. Mais. Imagine que de repente os espanhóis invadem Portugal e dizem: fora daqui, tudo isto passa a ser nosso.
Pergunto: vocês não lutariam até aos dentes para inverter toda esta situação?
É aquilo que nós vamos fazendo mas... e depois...., no fundo, nós é que somos os terroristas!!!
Não faltaram as culpabilizações a George W. Bush e aos americanos... Isto será outra conversa!!!
Provavelmente estas afirmações, ( sem querer tomar qualquer partido ), obrigam-nos a pensar!
Este é o drama de há milhares de anos!
" À procura da Terra Prometida "...!
Quando passávamos na fronteira da Jordânia para Israel pudemos notar o grande aparato e as dificuldades na entrada.
Todavia, o que mais nos surpreendeu foi o aparato bélico por parte dos israelitas. Gente muito, muito jovem, ( tipo 18 anos ou menos, ) assim nos pareceu, empunhando metralhadoras sobre tea shirt's Lacoste, despreocupadamente, entrando nos autocarros e gargalhando uns com os outros. Claro que o condutor... era árabe.
Ficámos com a ideia de que se muniram jovens, ainda bastante jovens, com demasiada autoridade!
Passada a fronteira ( quase 1h30 de formalidades ) entrámos em território israelita ( ou ocupado ), em autocarro israelita e condutor israelita.
Tudo correu normalmente e lá fomos até Jerusalém.
Aí visitámos o possível durante as seis ou sete horas que nos restavam. Fomos ao Jardim e Monte das Oliveiras, à Igreja de Sta. Madalena, fizemos a Via Sacra, visitámos o Santo Sepulcro e não deixámos de ir ao Muro das Lamentações.
Foi pena termos tido tão pouco tempo. Mas, mesmo assim, valeu a pena visitar. Pelo menos abriu o apetite para uma visita mais demorada.
No regresso à Jordânia lá sentimos novamente o peso das formalidades fronteiriças à saída de Israel, nada que se comparasse com as da reentrada na Jordânia, onde tudo foi mais fácil..
By Francisco Almeida