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quinta-feira, março 27, 2008

É cedo de mais e tarde de mais...

Tarde de mais...


Quando chegaste enfim, para te ver

Abriu-se a noite em mágico luar;

E para o som de teus passos conhecer

Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar...


Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!

Viu-se nessa hora o que não pode ser:

Em plena noite, a noite iluminar

E as pedras do caminho florescer!


Beijando a areia de oiro dos desertos

Procurara-te em vão! Braços abertos,

Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!


E há cem anos que eu era nova e linda!

E a minha boca morta grita ainda:

Porque chegaste tarde, ó meu Amor?!...


Florbela Espanca



O fado que o Hélder colocou no blogue fez-me reler Florbela Espanca, e daí a vontade de colocar este soneto!

1 comentário:

Anónimo disse...

O amor nunca chega tarde. Já viram o filme "Amor em tempos de cólera"? Quem leu o livro também já sabe do que falo.