terça-feira, julho 08, 2008
Amanhã é dia de partida...
Amanhã é dia de partida...mas não é dia em que não se possa ler e sentir um poema:
POR UMA PAPOILA
Não a façam sofrer.
Não olhem a nudez da sua cor.
Se a quiserem ver
Adivinhem de longe o seu pudor.
Olhos nos olhos, não:
Cora, descora, agita-se de medo,
E é toda desespero e a solidão
De ter na própria vida o seu degredo.
É uma donzela que não quer casar.
Veio ao mundo viver
A beleza gratuita de passar
Sem nenhuma paixão a conhecer
Miguel Torga
in Diario, 24 de Março de 1943
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9 comentários:
bOAS FERIAS
Se o acaso o permitir...
Obrigado!
Bem as merece, quem tu vais acompanhar, e, por tabela, aproveita tu os ares puros e frios, vindos do Àrctico, para te purificarem a alma e os pensamentos...
Uma óptima viagem e uma excelente
" saison". Um grande abraço.
Sempre a mesma linguazinha viperina!
Um dias trinca-la e morres envenenado!
Abração!
Um belo poema de Torga acompanhado por uma imagem muito sugestiva!
Gosto muito de Torga e de Eugénio de Andrade (entre outros).
Pois então umas férias muito revigorantes para o corpo e para a alma!
Abraço
Sawabona Rosa dos Ventos,
Agradeço em nome do meu corpo e da minha "alma".
Fica bem, minha amiga, mesmo longe escuto-te!
Abraço
Bonito Poema!
Boas Férias..Descansem bem nessas Paragens "luminosas"!
Beijos e abraços Mercês e Niso
Desculpa Isaías,mas fiquei com uma
dúvida.Tu dizes no teu comentário e
passo a citar"Os ares......para te
purificarem a alma e os pensamentos" FIM DE CITAÇÃO.
- Pensamentos não precisa-
Os olhos são só para ver. Certo?
Olha, aproveita bem essas vacaciones.Bom local-
Adeus e até ao teu regresso.
BV.
Para lá de poemas, tragédias de fortunas e azar e destruição por esse mundo fora, a papoila é ,primeiro que tudo, o herbário dos meus 12 anos.
Há dias, em Lisboa, junto ao Teatro da Cornucópia,enquanto fazia horas para o espectáculo, descobri um grupo de papoilas num terreno afastado da rua.
Vá lá, apesar do adiantado da hora , cá vai a sugestão de leitura do poema "De Tarde", de Cesário Verde:
Naquele pic-nic de burguesas
Houve uma cousa simplesmente bela,
E que,sem ter história nem
grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu,descendo do burrico,
Foste colher,sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
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