quarta-feira, fevereiro 28, 2007
O Quadro do BCP
Paulo Macedo bate com a porta
A saída de Paulo Macedo da Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) estará praticamente garantida e deverá ser formalizada ainda esta semana pelo ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, que na mesma altura anunciará o nome do substituto
O ministro, que ontem estava em Bruxelas para a reunião com os ministros das Finanças da União Europeia, não confirmou a informação divulgada pelo site do ‘Expresso’ e disse que a situação se mantém como estava. Em causa está a lei que impede que qualquer pessoa que ocupe um cargo no funcionalismo público possa ganhar mais do que o primeiro-ministro – cerca de 5360 euros. Por isso, Paulo Macedo teria de reduzir o seu ordenado de mais de 23 mil euros brutos para aquele valor. Teixeira dos Santos tentou encontrar outras formas de remuneração que permitissem a Macedo continuar sem infringir aquela lei, uma medida que não foi aceite pelo director-geral dos Impostos, que tenciona regressar ao seu lugar de origem no Millennium BCP, banco de que é quadro.
Ana Rita Estrompa
terça-feira, fevereiro 27, 2007
URGÊNCIAS HOSPITALARES, adenda.
Foi um debate intenso, vivo, profundo, sem ofensas, e com opiniões diversificadas.
Paradoxalmente, e ainda bem, a moderadora tomou uma atitute adequada.
Confesso que clarifiquei ideias e mudifiquei a minha opinião.
Depois de refletir sobre o que ouvi apetece-me dizer:
- O Ministério deve continuar a reorganização da rede de urgências cujos trabalhos começaram, salvo erro, em 1996 ou 1999
- A exposição dos elementos da Comissão Técnica foi, para mim, absolutamente esclarecedora e fundamentada
- A Comissão Técnica trabalhou de forma gratuita e continha médicos de todo o País
- A implementação dos novas formas de organização dos Centros de Saúde tem de ocorrer em simultâneo
- Cerca de metade das autarquias discordantes chegaram já a acordo com o Ministério tendo sido defininido, em protocolo, novas formas de organização dos serviços de saúde locais, conforme as especifidades próprias
- Quase todas as outras têm reuniões agendadas no Ministério
- O Ministro foi claro, aberto ao dialogo e esclarecedor
- Segundo a O.M.S. Portugal, em termos de qualidade de saúde, está em 12º lugar mundial, tendo à frente a França (1º lugar), Espanha, Itália, e atrás, pasme-se, a Inglaterra, os países nórdicos, os Estado Unidos e outros grandes e ricos países
- Apesar de haver alguma dificuldade em a opinião pública assimilar muitos conceitos técnicos, desta vez, por mérito da moderadora e de todos os participantes, a linguagem foi bastante acessível e clara
- Só não percebeu quem, por razões emotivas (não acredito que haja outras) não conseguiu ver/ouvir para além do imediato
- Ficou claro que é indispensável a definição dos percursos entre os serviços (que já está a ser elaborada pela Comissão Técnica)
- Ressaltou a necessidade de dotação adequada do INEM para poder cumprir a sua quota parte de responsabilidade nesta questão
- Ficou ainda claro a importância da existência de Médicos Internistas espalhados pelos hospitais de todo o país, na prática serão eles a espinha dorsal deste sistema
- Compreendo que, mesmo assim, haja quem não fique satisfeito
- A politica é a arte de decidir, ora, decidindo não se agrada a todos
- Agradar a todos é o caminho mais curto para o fracasso
- No total serão criados muitos mais serviços de urgência (nas várias modalidades) do que os que mudam de estatuto
- O País fica totalmente coberto por esta rede de Urgências, nas suas diversas formas
- Não sejamos utópicos, não pode haver uma urgência em cada bairro.
- Claro que todos nós gostaríamos que a urgência fosse no nosso bairro
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
4º Encontro Colheita 63 ... em Tomar
Programa Provisório:
DIA 2: - Almoço ( restaurante a indicar)
- Tarde Cultural ( Visitas a locais históricos)
- Teatro com Jantar ( no Convento de Cristo)
Dia 3 : - Almoço "flutuante" a bordo do Barco de S. Cristóvão, na Barragem de Castelo de Bode.
Nota: - Haverá descontos em Hotéis.
- Dentro de dias, enviarei programa mais pormenorizado.
domingo, fevereiro 25, 2007
URGÊNCIAS HOSPITALARES
A Comissão Técnica apresentou, provavelmente, um relatório que deve estar cheio de "razões científicas".
O Ministro tem sido desastrado a lidar com este problema.
Lembra um elefante numa loja de porcelanas.
De verdade o que muitas das vilas reclamantes necessitam é de "consultas permanentes" com alguma diferenciação.
Só quem trabalhou anos e anos num serviço de urgência sabe o que isto significa.
São milhões gastos em recursos não rentabilizados.
É um sorvedouro de dinheiro a correr para o bolso de alguns médicos, sem qualquer justificação.
O que falha é a prestação de cuidados médicos a montante da urgência.
Neste momento os Serviços de Urgência, na generalidade, além de tratarem urgências - poucas - tratam emergências - muito poucas - e, acima de tudo, fazem "consulta permanente".
Os Serviços de Urgência são inundados por doentes que necessitam de consulta mas que nunca lá deveriam ir.
Para isso os serviços de saúde a montante têm de responder às necessidades dos utentes.
Importante é dar resposta nos serviços de ambulatório, consultas dos Hospitais e dos Centros de Saúde, por exemplo, e não só das 9 horas às 13 horas!
Quem estivesse doente, uma gripe por ex., deveria ir ao seu médico nesse mesmo dia. Não recorreria ao serviço de urgência.
Assim só iriam ao serviço de urgência os doentes referenciados pelos seus médicos como URGÊNCIAS MÉDICAS e os doentes com EMERGÊNCIAS MÉDICAS.
Mas fiquem cientes: é preferivel uma boa Urgência a 20-30 Km, do que uma má Urgência à porta de casa. Desde que haja uma boa rede de transporte, ambulâncias com assistência (enfermeiro, por ex.), não necessáriamente medicalizadas.
Mas repito, o Ministro está a ser completamente obtuso na forma de lidar com esta questão.
NÃO BASTA TER RAZÃO, É NECESSÁRIO TER BOM SENSO.
Uma verdade inconveniente
É inquietante verificar como o homem está a destruir a natureza.
- Avós porque deixaram destruir este planeta?
Música semana 09 ...Cavalina
Revi o filme “O Caçador” e esta música faz parte dos seus temas. Como gosto muito dela, dedico-a a todos vós Colheiteiros e meus amigos.
Rescaldo do referendo...
sábado, fevereiro 24, 2007
Zeca Afonso .... O cantor da liberdade
Professores ....
sexta-feira, fevereiro 23, 2007
CRÓNICA DE SEXTA-FEIRA (14ª)
No dia 20 de Fevereiro, desta semana, o governo socialista, de maioria absoluta, superintendido por José Sócrates comemorou o seu segundo aniversário. Chegou a circunstância primorosa de todos os leitores percepcionarem o meu juízo relativamente ao secretário-geral do Partido Socialista e às suas reformas governativas.
Numa primeira abordagem, devo salientar que neste meio mandato, assistimos a uma inteligível “personificação” do poder na medida em que conseguiu domesticar a esquadra partidária e impor o seu pujante e inflexível estilo em distintas matérias, nomeadamente na sua incontornável relação com a Oposição. Por exemplo, Paixão Martins afiança que Sócrates “tem uma política de comunicação muito simples: fala quando tem alguma coisa para dizer”.
O estado de graça do Primeiro-Ministro vislumbra firmeza. Contudo, houve algumas “nuances” na sua governação: Cavaco Silva moderou a tentação de conflito. Por conseguinte, efectuarei uma análise à governação em duas vertentes: positiva e negativa.
Considero: i) Positiva a actuação do governo nas áreas da economia/ finanças e na política externa. No primeiro ponto verificámos um esforço singular, por parte de Executivo, em reduzir o défice orçamental para 4,6% em virtude dos cortes perpetrados nas despesas com os salários e investimento. Por outro lado, Sócrates é o rosto triunfante no âmbito das excepcionais negociações com a União Europeia, respeitante a fundos comunitários para Portugal entre 2007 e 2010. Neste contexto, desejo veementemente que o “Simplex” germine os primeiros progressos. A Lei das Finanças Regionais e Locais espelha a intrepidez política de Sócrates na medida em que silenciou os “dinossauros” da nossa sociedade, tais como: Alberto João Jardim, Rui Ruas e Valentim Loureiro.
ii) Negativa a actuação do governo em termos sociais e na área da saúde. Relativamente ao primeiro aspecto quero lançar algumas questões: o nível de vida melhorou? O poder de compra aumentou? Porque é que o desemprego aumentou no último trimestre de 2006 para os 8,2%? Porquê maior carga fiscal sobre os portugueses? Porque é que não se fomenta o investimento privado, em detrimento dos aumentos dos impostos? Onde estão os 150000 postos de trabalho prometidos pelo PS na campanha eleitoral?
A derrota das autárquicas e a “vitória” das Presidenciais não esmoreceram o espírito reformista do Governo e com o triunfo do Referendo, que foi um dos obreiros, e com os índices de popularidades notáveis só aguardo pela recuperação económica e social, o arranque do investimento e um maior enquadramento de Portugal na globalização.
Estarei a ser demasiadamente optimista?
By Afonso Leitão
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
Um bom parceiro...
" Saber ser um bom parceiro é meio caminho para ser um ganhador de bridge. Segundo Rixi Marcus, uma das melhores jogadoras de sempre,a atitude perante o parceiro é tão importante como o domínio da técnica. Fazer críticas, ser sarcástico, discutir leilões ou linhas de carteio, comentar os erros com os adversários ou ser mal educado só contribui para enervar o parceiro. Não esqueça que ele( ou ela) está do seu lado e tem tanta vontade de ganhar como você. Charles Goren dizia aos seus alunos " o bridge é para se divertir;não jogue por outra razão, nem por dinheiro nem para provar o quanto é esperto, nem para demonstrar que o parceiro é estúpido...
nem qualquer das outras milhentas razões que os jogadores de bridge inventam".
Quando estiver prestes a perdero controlo, levante-se da mesa e dê uma volta para arejar.Se não suporta o parceiro, arranje outro.
Afinal, o bridge não passa de um jogo !
É fartar vilanagem ....
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
Pensamento(s) do Dia...
Sobre o amor
"Que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure."
Sobre o whiskey
"O uísque é o melhor amigo do homem, ele é o cachorro engarrafado."
A propósito, saiu em DVD um filme de Miguel Faria Jr. sobre este "poeta, músico, diplomata, dramaturgo, boémio, sedutor incorrigível. (...)Um extraordinário tributo a um dos mais extraordinários brasileiros do século XX." (João Miguel Tavares, in suplemento "6.ª" do DN de 16/02/07)
terça-feira, fevereiro 20, 2007
Um Pouco de Humildade...
«A essência do comportamento ético não parece ter começado com os seres humanos. Há dados notáveis de estudos feitos em aves (como os corvos), e em mamíferos (como os morcegos, os lobos e os chimpanzés) que indicam claramente que espécies não humanos se parecem comportar, aos nossos olhos sofisticados, de uma forma ética. Exibem simpatia, apegamentos, embaraço e vergonha, orgulho dominante e humilde submissão. São capazes de censurar e recompensar as acções de animais congéneres. Uma espécie de morcego conhecido pelo nome de morcego vampiro consegue detectar aqueles que fazem batota e trata também de os castigar. Os corvos fazem o mesmo. Exemplos de comportamento ético são, como seria de esperar, ainda mais convincentes entre os primatas e não se confinam de modo algum aos chimpanzés, os nossos parentes mais chegados. Os macacos Rhesus comportam-se com outros de maneira altruísta. Numa experiência notável executada por Robert Miller e discutida por Marc Hauser, os macacos deixavam de puxar uma cadeia que lhes traria comida caso esse acto fizesse com que um outro macaco recebesse um doloroso choque eléctrico. Em tis circunstâncias, alguns macacos passaram horas e até dias sem comer. De forma bem sugestiva, os animais mais susceptíveis de se comportarem de forma altruística eram aqueles que tinham conhecimento social prévio do animal que receberia o choque. Os macacos que noutras fases de experiência tinham eles mesmo recebido choques, mostravam também maior probabilidade de se comportar de forma altruísta. Não há qualquer dúvida de que o altruísmo não se confina aos seres humanos. Este facto pode talvez desagradar aqueles que acreditam que a justiça é um traço exclusivamente humano. Como se não bastasse que Copérnico nos tivesse dito que não estamos no centro do universo, que Charles Darwin nos tivesse informado de que temos origens bem humildes e de que Sigmund Freud nos tivesse mostrado que não somos donos da nossa própria casa no que respeita à consciência que temos dos nossos comportamentos, somos agora também obrigados a admitir que, mesmo no domínio da ética, temos predecessores e somos descendentes.»
António Damásio, " Ao Encontro de Espinoza"
Mulher de Negro Vestida
Comecei a olhar para a minha companheira de banco. Como é hábito meu, interesso-me por tudo o que se passa à minha volta. Passados minutos a conversa surge espontânea, e daí às confidências é um passo. A minha companheira começava a comer um papo-seco com queijo branco: pão já ressequido, queijo com aspecto de caseiro...Já não vai sendo comum ver puxar de merendas em lugares públicos, o que se vê são sanduíches standardizadas dos bares de estação.
Seria sinal de dificuldades, interrogava-me e dispunha-me a tentar adivinhar o que se passaria com aquela mulher de ar tão sofrido.
De repente, os altifalantes da estação anunciaram a chegada de um comboio. Vendo-a na dúvida, e depois de ver o seu bilhete, tranquilizei-a, aquele ainda não era o que ia apanhar. Agradeceu e começou a falar:ia para o Entroncamento, tinha ido levar um filho ao Porto, e tinha parado em Coimbra para visitar outro filho que estava internado por causa de um acidente no trabalho. Olhei-a condoída para ela. Teria cerca de 60 anos. Perguntei-lhe se o filho era tão novo que necessitasse da companhia da mãe, respondeu-me que tinha 28 anos, mas que estava muito doente. Era muito trabalhador, há uns anos, mas depois as más companhias....Fez um breve silêncio, o meu coração deu um baque. Muito baixinho, como que pedindo desculpa, mas no intuito de ver se podia ajudar, balbuciei "não me diga que o seu filho...". Calei-me, sem coragem para proguessir. Porquê fazê-la contar uma coisa tão íntima e que tanto a fazia sofrer? Pois não estava estampado no seu rosto?!... Olhou para mim com os olhos rasos de água, necessitada de contar a sua infelicidade a alguém: "Há tempos, a minha filha parou junto de um jovem que pedia para a REMAR, uma associação que dá ajuda a toxicodependentes. Deu o seu contributo, e vendo o seu ar, o jovem que lho agradeceu perguntou-lhe se tinha alguém que precisasse de apoio. Ela falou do irmão, ficou com o contacto...e assim foi o filho de sua mãe tentar uma vez mais livrar-se do vício."
Que dizer àquela mãe vestida de negro, por fora e por dentro, senão apertar-lhe fortemente as mãos nas minhas, falar-lhe em melhores dias e em não perder a esperança?!
O altifalante anunciava a chegada do meu comboio e a minha alegria da viagem a Roma, por momentos, esmoreceu. Ela levantou-se e ajudou-me a transportar a bagagem. Procurei uma janela. A minha mão direita levantou-se várias vezes para lhe dizer um adeus solidário e confiante, ela sorriu levemente. Talvez as minhas poucas palavras de conforto e esperança a tenham feito esquecer, por momentos, o seu sofrimento, e nascer alguma fé em dias melhores...
Texto escrito pela Levinda em 22/08/93
Piada da Semana 08
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
Um exemplo de vida
domingo, fevereiro 18, 2007
MUSICA SEMANA 08
sábado, fevereiro 17, 2007
Aproveitai este fim de semana
Para todos os Colheiteiros e Amigos, em especial os que vivem em Lisboa, não esquecendo as minhas filhas, netos e genros
Hoje por aqui é assim ... Feira do Queijo
Para v/consolação, mostro-vos as famosas sandes de queijo que foram, gratuitamente distribuídas durante a Feira a todos os visitantes.
Na 1ª foto o stand dos famosos Queijos Matias, várias vezes galardoados com 1ºs prémios, em Itália, Espanha, Alemanha e outros países.
Queijo de altíssima qualidade, fruto dos conhecimentos da Família Matias e especialmente do meu amigo Eng.º Matias( a quem daqui envio um forte abraço de parabéns) que podemos ver com o cachecol no seu stand. Já agora, quem o quiser comer vem cá ter comigo, quem o quiser provar vai ao gourmet do Corte Inglês e desembolsa a bela nota. Até pró ano.
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Lares da 3ª idade....
É tempo de começar a pensar na reforma MEUS AMIGOS, vou fazer o mesmo.Tem paciência e lê esta história.......
"A Velhinha do Cruzeiro"
Minha esposa e eu viajávamos num cruzeiro pelo Mediterrâneo a bordo de um transatlântico da empresa Princess.Durante o jantar notamos uma senhora velhinha sentada perto da varanda do restaurante principal. Notei também que todo o pessoal, a tripulação do barco, garçons, ajudantes dos garçons, etc. estavam muito familiarizados com ela.
Perguntei ao garçom que nos atendia quem era aquela dama, e esperava que respondesse ser ela a dona da companhia de cruzeiros, mas respondeu que não.Ela apenas estava a bordo nas últimas 4 viagens, ida e volta .
Uma tarde, quando estávamos saindo do restaurante, cruzamos com ela e aproveitei para cumprimentá-la. Conversamos um pouco e passado um tempo lhe disse:"Pelo que entendi a senhora tem estado neste barco nas últimas 4 viagens".Ela me respondeu:"Sim, é verdade".
Disse a ela que não entendia a razão e ela me respondeu, sem pensar:"É que sai mais barato que um asilo para velhos nos Estados Unidos. Não ficarei num asilo nunca e de agora em diante fico viajando nestes cruzeiros até à morte. O custo médio para se cuidar de um velho nestes asilos é de 200 dólares por dia. Verifiquei com o deptº de reservas da linha Princess que posso obter um desconto quando compro os cruzeiros com bastante antecipação mais o desconto para pessoas de mais idade, chegando a 135 dólares por dia.A viagem me sai 65 dólares diários e mais:
>1) Pago só 10 dólares diários de gorjetas.
>2) Tenho mais de 10 refeições diárias se quero ir aos restaurantes, ou posso ter o serviço na minha cabine, o que significa dizer que posso ter o café da manhã na cama, todos os dias da semana.
>3) O barco tem 3 piscinas, um salão de ginástica, lavadoras e secadoras de roupa grátis, biblioteca, bar, Internet, cafés, cinema, show todas as noites e uma paisagem diferente cada dia.
>4) Creme dental, secador de cabelo, sabonetes e shampoo grátis.
>5) Te tratam como cliente e não como paciente. Com uma gorjeta extra de 5 dólares, terás todo o pessoal de serviço trabalhando para te ajudar.
>6) Conheço pessoas novas a cada 7 ou 14 dias.
>7) A TV estragou? Necessitas trocar a lâmpada? Quer que troquem o colchão?Não tem problema. Eles consertam tudo e te pedem desculpas pelos inconvenientes.
>8Lavam a roupa de cama e as toalhas todos os dias, e não tens que pedir.
>9) Se voce cai num asilo de velhos e quebra a bacia, tua única saída é o plano médico. Se cair e se machucar em algum barco da empresa Princess, vão te acomodar em uma suite de luxo pelo resto da tua vida. "
........Agora vou te contar o melhor que tem as empresas Princess.
Queres viajar pela América do Sul, Canal do Panamá, Tahiti, Caribe, Austrália, Mediterrâneo, Nova Zelândia, pelos fjords, pelo rio Nilo, Rio de Janeiro, Ásia?Só menciona aonde queres ir.A Cia. Princess está pronta para te levar.Por isto, depois desta leitura, meus caros amigos e amigas, não me procurem num asilo para velhos.(se eu chegar a velhinhaa....rsrrsrsr).Viver entre ... 4 paredes ... E um jardim ... Como paciente de hospital, ...
No thanks!!! eu já me decidi......a partir de 2ª feira já vou saber
como é. Hãaa, ia esquecendo,
Se morres,atiram-te ao mar sem nenhum custo adicional.
(pensa bem no assuto)
Hoje por aqui é assim ... Carnavais em Bragança
CRÓNICA DE SEXTA-FEIRA (13ª)
Na pretérita semana li um livro, intitulado O Livrinho do Poder da Mente de Uri Geller. O título é muito penetrante e estimulante, em virtude do nosso frenético e intenso quotidiano.
Esta obra documenta uma panóplia de afirmações oriundas de “autoridades” que, no decurso da História, se avultaram nos planos político, cientifico, social e filosófico. São os casos de: Nelson Mandela, Henry Ford, Sigmund Freud, A. J. Ayer, William James e Anne Frank. Para condimentar esta crónica, e para fermentar o gosto pelo raciocínio e reflexão, decidi propalar as dez principais técnicas para recarregar o poder da mente, segundo Uri:
-Conceda espaço à descontracção. O stresse pode abafar a sua voz interior.
-Imagine-se a si próprio num calmo idílico. Observe-o, cheire-o, respire-o. Sonhe com ele.
-Torne esse idílio o seu prazer secreto. Os outros não saberão dizer em que momento você penetrou neles.
-Explore o seu idílio e deixe a sua beleza impregná-lo, de modo a poder regressar a ela num instante.
-Escolhe um cristal e mantenha-o junto do coração – o cristal amplifica a energia humana.
-Repita as seguintes palavras três vezes no se calmo idílio: «A minha mente está cheia de poder.»
-Repita as seguintes palavras três vezes no seu calmo idílio: «Eu alcançarei o meu objectivo.»
-Repita as seguintes palavras três vezes no seu calmo idílio: «Eu serei bem-sucedido.»
-Nunca permita que transgressores trocem do seu idílio ou o amesquinhem. Ele é seu e apenas seu.
-Retorne ao seu idílio e repita frequentemente os seus propósitos, até que o Poder da sua Mente resplandeça e irradie. Se o fizer, você poderá atingir um perfeito estado de paz mental.
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
A pedido
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você
Vinicius de Moraes
PS - falta o Hélder voltar a colocar esta canção em fundo!
Aqui vai
Ouvir carregar 2x no Play
Grandes Portugueses - Os nossos poetas mortos
Desta, diz Octávio Sérgio Azevedo no seu blogue Guitarra de Coimbra: "Preferiu a poesia ao palco, não no sentido do vero teatro, no qual também deixou obra de registo, mas no de uma atitude em que a poesia se basta a si mesma, e nisto tem a perene vitalidade que dispensa modismos de adrenalinas injectadas a gosto. Tão universal no princípio como no seu último verso, que fica sempre como mote para um recomeço de um breve fechar de pano. A vida bastou-lhe como afirmação."
Mas não deixou de intervir na nossa realidade colectiva. É dela este belíssimo poema de 1967, em tempo de guerra colonial, que todos conheceis cantado pela linda e límpida voz de Adriano Correia de Oliveira, e que glosa um outro poema - cantiga de amigo de João Zorro - dos primórdios da nossa literatura: Barcas Novas.
Barcas Novas
Lisboa tem suas barcas
agora lavradas de armas
Lisboa tem barcas novas
agora lavradas de homens
Barcas novas levam guerra
As armas não lavram terra
São de guerra as barcas novas
ao mar deitadas com homens
Barcas novas são mandadas
sobre o mar com suas armas
Não lavram terras com elas
os homens que levam guerra
Nelas mandaram meter
os homens com sua guerra
Ao mar mandaram as barcas
novas lavradas de armas
Em Lisboa sobre o mar
armas novas são mandadas
Sobre Cesariny, transcrevo o que escreve Pedro Mexia no suplemento "6.ª" do DN, publicado pouco depois da sua morte e em sua homenagem: " Se o lirismo português tem sido muitas vezes plácido ou escapista, Cesariny usou um lirismo incomodativo, com o sublime e o escárnio convivendo ombro a ombro. (...) "Pastelaria" reabilita o real quotidiano contestando o real e o quotidiano. O poema está cheio de insolências, escandalizando os literatos (...) e os ideólogos (...). O real não é simplesmente o real que nos é dado, mas aquele que inventamos. Essa "realidade surrealista" nasce, como vemos, do protesto, de uma recusa em aceitar o leite azedo, como outros aceitam o seu triste quotidiano. (...)Em "Pastelaria" vejo ao mesmo tempo o gesto de quem abraça a realidade mas não se confunde com a realidade que existe. (...) E a ousadia maior é a que está no poema: não recusar o copo de leite mas protestar se o leite está azedo. É esse o riso admirável que devemos a Mário Cesariny."
PASTELARIA
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos
frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mário Cesariny de Vasconcelos, 1991
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
Passeio Virtual
4º Encontro Colheita 63
terça-feira, fevereiro 13, 2007
Amanhã é dia de S. Valentim
O dia é hoje muito associado com a troca mútua de recados de amor em forma de objectos simbólicos. Símbolos modernos incluem a silhueta de um coração e a figura de um Cupido com asas. Iniciada no século XIX, a prática de recados manuscritos deu lugar à troca de cartões de felicitação produzidos em massa. Calcula-se que, mundo afora, aproximadamente um bilhão de cartões com mensagens românticas são mandados a cada ano, tornando esse dia um dos mais lucrativos do ano. Também se estima que as mulheres comprem aproximadamente 85% de todos os presentes.
Para os solteiros é um dos dias mais deprimentes do ano!
Para todas as Colheiteiras e mulheres dos Outros Colheiteiros
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
Adolfo Correia da Rocha
Seta de um arco tenso disparado
Vou cego e apontado
Ao alvo que o destino me destina.
Ali termina,
Inglória,
A curva trajectória
Da minha vida.
Insólita aventura,
Tão breve, tão impura,
Tão absurdamente acontecida!
Miguel Torga, Diário (IX - XVI), pág.1179
Os nossos...na montra
MUSICA 7ª SEMANA
domingo, fevereiro 11, 2007
Referendo
SIM - 59.25 %
NÃO - 40.75 %
Abstenção - 56,39 %
Apesar de não ser juridicamente vinculativo, é-o politicamente, como foi em 1998 relativamente ao NÃO.
Hoje por aqui é assim ....Vinhais
sábado, fevereiro 10, 2007
SONDAGEM SOBRE REFERENDO
Como já vai sendo habitual, todos Sábados compro e leio, com grande interesse e espírito crítico, o semanário SOL. Sem estupefacção, o jornal patenteia uma sondagem nacional SOL/ TNSeuroteste que revela uma límpida vitória do SIM (59%) sobre o NÃO que obteve 41%.
Análise:
O NÃO triunfa no Porto e no Norte, contudo perde claramente em Lisboa, no Centro e no Sul. Curiosamente, subsistem mais mulheres do que homens a votar NÃO.
Outros factos curiosos: cerca de 78,7% dos inquiridos não vai mudar o seu sentido de voto, relativamente ao referendo perpetrado em 1998. Consequentemente, 11,1% irá alterar o seu voto, enquanto que 10,2% não votará.
Nesta abordagem estatística, houve ainda uma aprazível abertura dos inquéritos a três temas insólitos e ambíguos das sociedades ocidentais: i) eutanásia; ii) casamento entre homossexuais; iii) adopção por casais homossexuais. Os resultados são taxativos:
Eutanásia:
Discorda (31,5%)
Ns/ Nr (18,2%)
Casamento entre homossexuais:
Discorda (50,4%)
Concorda (35,4%)
Ns/ Nr (14,2%)
Adopção por casais homossexuais:
Discorda (60,3%)
Concorda (29,7%)
Ns/ Nr (10,0%)
Em síntese, há conformidade na opinião dos portugueses relativamente a estes aspectos que não deixam de ser controversos e de difícil interpretação quanto mais numa sociedade que percepcionava mais tradicionalista.
By Afonso Leitão
sexta-feira, fevereiro 09, 2007
CRÓNICA DE SEXTA-FEIRA (12ª)
António de Oliveira Salazar é um dos primaciais vultos da História política de Portugal, tendo sido o homem que mais tempo assumiu o poder português no século XX, tendo desempenhado ao longo dos tempos, dissemelhantes cargos: Ministro das Finanças, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Ministro da Guerra e Presidente do Conselho, em 1932. Este “colosso” perfilou, durante décadas, um País arcaico, anacrónico, rural e repressivo que teve como primordial pano de fundo o autoritarismo.
Álvaro Barreirinhas Cunhal é o famoso militante do PCP que pugnou contra o regime salazarista e que, fruto da sua personalidade vincada, fermentou não só simpatia dos militantes do seu partido, mas também o respeito da sociedade portuguesa. Cunhal é um paladino do regime soviético e da doutrina marxista-leninista. Para corroborar esta linha de pensamento, o líder comunista apoiou acerrimamente a invasão da URSS à Checoslováquia, num período em que se sobrelevava uma efervescência de descontentamento à prepotência política, económica e ideológica do Estado Soviético. Por seu turno, o 25 de Abril clarificou duas teses: I) Cunhal não acreditava, de facto, na Democracia pluralista (disse-o numa afamada entrevista à jornalista italiana Oriana Falacci) e II) lutava por um outro regime, como também o demonstrou durante o período subsequente à Revolução dos Cravos.
A notícia, no dia 27 de Janeiro publicada no semanário SOL, de que Salazar e Cunhal lideram as escolhas dos votantes para Os Grandes Portugueses do programa da RTP provocou em mim sentimentos angustiantes. Salazar e Cunhal, porquê? Que ideia erigiram os votantes, acerca da História do seu país, para colocarem como primeiras escolhas homens tão avessos aos Direitos do Homem, às liberdades, à justiça e ao equilíbrio das sociedades do século XX? Sabendo que em países, como a França e a Inglaterra, com um programa com estas similitudes triunfaram personalidades democráticas (De Gaulle e Churchill, respectivamente) relacionadas com a reconfiguração dos seus territórios após a II Guerra Mundial, como é que em Portugal podem vencer dois antidemocráticos? Que posição ocupa, nestas circunstâncias, a nossa zelosa Democracia?
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
10.000
Este espaço, pela mão do meu Tio, abriu portas a uma oportunidade única: publicar uma crónica semanal da minha autoria acerca dos mais diversos temas nacionais e internacionais. Devo confessar que quando escrevo a crónica, normalmente à 4ª feira, amplio de uma forma extraordinária a minha cultura literária e até desenvolvo competências ao nível da estrutura textual.
Não posso deixar de agradecer o incentivo sempre demonstrado pelos colheiteiros: Dr.ª Lena Pires, Dr. Osório Duarte, Dr. Manuel Carvalho, Coronel Vítor Barata (Karet), Sr. Bartolomeu OLD e a minha querida prima Graça Barreira (que além de ser minha prima é também minha comadre e madrinha).
Em síntese, posso-me considerar também um colheiteiro, não é?
Continuação de um grande sucesso para o blogue.
By Afonso Leitão
Há Curas e Curas...
07.02.2007 - 23h04 Lusa
O padre de Viseu Manuel Costa Pinto disse hoje que votará "sim" no referendo do próximo domingo porque entende que devem acabar "a humilhação das mulheres em tribunal" e "o verdadeiro infanticídio" a que obriga a lei actual.
Visitante 10.000
Mais uma do nosso Niso ...
Hoje faz anos uma... "Outra Colheiteira"
É a Mercês, esposa do Niso e cunhada da Gélica. Que se repitam por muitos e bons anos . Beijos de parabens nossos.
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
SIM e NÃO
terça-feira, fevereiro 06, 2007
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
Ao cair do dia....
Vaca Desaparecida
comentando o evento, apenas pediu ao Papa para que caso a vaca apareça não seja levado para o "Dragão", admitindo que seja encaminhadapara a antiga Porcalhota (hoge denominada Amadora),
caso não regresse às origens.
Do "lagartão" Isaías.
A TODOS OS COLHEITEIROS 63
A DIREITA é assim!
domingo, fevereiro 04, 2007
Hoje dia 5 faz anos uma "Outra Colheiteira"
Lá fora, a morte saiu à rua, de novo!
sábado, fevereiro 03, 2007
O "PEQUENO PROBLEMA" DAS MULHERES PORTUGUESAS...
Esta absurda cacofonia em que partidários do "sim" e do "não" esgrimem argumentos, opiniões, acusações, cada vez num tom mais alto, mais agressivo, mais descuidado, mais displicente, mais para se ouvirem do que para serem ouvidos, parte do princípio de que o essencial neste referendo é convencer.
Duvido que alguém se convença nesta matéria, a não ser por rejeição - votava duma maneira mas ficou tão indignado(a) com uma frase ou uma atitude que passou a votar doutra. Talvez todos estes excessos possam servir marginalmente para mobilizar para o voto, embora duvide muito da sua eficácia, penso até que favorece mais a abstenção do que a mobilização. Posso estar enganado, são só impressões, não servem para nada.
Fique já bem claro que eu gosto do som e da fúria da política. Não tenho nenhuma das manias elegantes e preciosas de quem pensa que a política é só cumprimentos amáveis e frases subtis. Não sou dessa escola, nem me apanham na defesa de salamaleques de salão ou na condenação de compromissos e dedicações de quem está activamente nesta campanha.
(…)
O que me desagrada nesta campanha - feita mais para os homens do que para as mulheres - é que ela passa ao lado, mais do que isso, desrespeita, ignora, menospreza, o carácter essencialmente existencial, vivido, do problema do aborto. É por isso que o aborto é mais uma questão das mulheres, como é a maternidade, e não é totalmente extensível e compreensível aos homens. Este é um dos casos que esquecemos muitas vezes, quando achamos que a igualdade é algo de adquirido sob todos os aspectos, e que tem a ver apenas com a sociedade, a economia, a cultura e o direito.
Não, pelo contrário, há desigualdades, "diferenças" no dizer politicamente correcto, estruturais entre os seres humanos, uma das mais fundamentais é a que a maternidade introduz entre homens e mulheres. E para as mulheres, que, quase todas, ou abortaram ou pensaram alguma vez em abortar, ou usam métodos conceptivos que à luz estrita do fundamentalismo são abortivos, o aborto de que estamos a falar neste referendo não e uma questão de opinião, argumento, razão, política, dogmática, mesmo fé e religião. Também é, mas não só. É uma questão de si mesmas consigo mesmas, íntima, própria, muitas vezes dolorosa e nalguns casos dramática. Não é matéria sobre que falem, se gabem, argumentem ou esgrimam como glória ou mesmo como testemunho.
Não é delas que vem esta estridência, nem é por elas que vêm os absurdos do telemóvel, do pinto, do ovo, do Saddam Hussein, do coraçãozinho. É mais provável que sintam tudo isso mais como insultos do que como argumentos que lhes suscitem a atenção. No seu silêncio votarão ou abster-se-ão, mas é por elas, por si, pelo seu corpo, pelos seus filhos, pelo seu destino, pela sua vergonha, pela sua dor, pela sua miséria, pelas suas dificuldades económicas, pela sua vida, pelos seus erros, pelas suas virtudes.
É verdade que, como em todas coisas, há irresponsabilidades, há mulheres irresponsáveis nos abortos que fazem, como nos filhos que fazem, mas duvido muito que sejam a regra. A regra é que aborto é sofrimento, físico e psicológico, e é sobre esse sofrimento que vamos votar. Eu vou votar sim, mas admito que, exactamente com a mesma consciência do mesmo problema, haverá quem vote não.
Mas os moderados, estranha palavra rara no meio desta estridência, não podem deixar de recusar este folclore que infelizmente nalguns casos torna príncipes da Igreja igualzinhos ao Bloco de Esquerda e vice-versa. Se percebêssemos esse silencio interior da maternidade, mesmo quando dilacerada pelo aborto, seríamos menos arrogantes, menos estridentes, menos obscenos nas campanhas.»
J. Pacheco Pereira, "Público", 25/01/07
UMA PERGUNTA
A pergunta a que vamos responder no referendo do próximo dia 11 é compreensível para qualquer pessoa que saiba ler e isso é algo que nenhum contorcionismo político ou gramatical poderá mudar. "Concorda com a despenalização..." A despenalização é, evidentemente, a palavra-chave desta pergunta. É talvez surpreendente, mas o referendo do próximo dia 11 não é acerca de quem gosta mais de bebés, tal como não é acerca de quem mais respeita o sofrimento das mulheres. A pergunta do referendo também não é "dê, por obséquio, o seu palpite acerca de quando é que a alma entra no corpo dos seres humanos", matéria que sempre intrigou os teólogos. Não é acerca de quem gosta de fazer abortos e quem gosta de dar crianças para orfanatos. Por isso e acima de tudo, devo confessar que sofro de cada vez que ouço na televisão jornalistas falarem dos dois campos em debate como o "sim ao aborto" e o "não ao aborto".
Numa pergunta que começa com aquele "concorda com a despenalização", os dois votos possíveis não se dividem em pró-aborto e antiaborto, e muito menos pró-escolha e pró-vida. Os que respondem "sim" à pergunta são "pró-despenalização". Os que respondem "não" são "pró-penalização" (ou "antidespenalização", o que é forçosamente ser a favor da penalização). Tudo o mais é responder com alhos a uma pergunta sobre bugalhos, e qualquer chefe de redacção deveria saber isso. "... da interrupção voluntária da gravidez...". Até agora sabemos que a pergunta é sobre despenalizar, mas ainda não falámos de quê. Há quem tenha problemas com a expressão "interrupção voluntária da gravidez" por considerá-la um eufemismo, mas acontece que é a fórmula correcta para designar um aborto não-natural, não-espontâneo.
Mesmo assim, isto não atrapalha o debate: toda a gente parte do princípio de que IVG é aquilo que, em linguagem corrente, genérica e imprecisa, chamamos "aborto". Os problemas surgem quando nos aproximamos da segunda parte da pergunta. "... se realizada, por opção da mulher". No mundo real, o que quer dizer esta parte da pergunta? Quer dizer que a concordância com a despenalização da IVG deve ser dada (apenas e só) no pressuposto de que ela seria realizada por opção da mulher. Basicamente, significa que se uma mulher for forçada a abortar por uma terceira pessoa, esse aborto é crime e essa tal terceira pessoa será punida. Quer dizer que, se fulano apanhar uma mulher grávida, a anestesiar e lhe interromper a gravidez, não poderá eximir-se respondendo que "o aborto foi despenalizado", precisamente porque graças à segunda parte da pergunta o aborto só é despenalizado se for por opção da mulher. No mundo do "não", porém, esta parte da pergunta é a que causa mais engulhos. Percebe-se porquê. "Por opção da mulher"? A mulher, grávida de poucas semanas, a tomar uma decisão? Sozinha? Deve haver aqui qualquer coisa de errado.
Quando se lhes retorque que não poderia ser por opção de outra pessoa, e se lhes pergunta quem queriam então que fosse, a informação não é computada. Algures, de alguma forma, teria de haver alguém mais habilitado para tomar a decisão. O pai? O médico? O Estado? Então e se qualquer deles achasse que a mulher deveria abortar, contra a vontade desta? Pois é. É precisamente por isso que aquele inquietante "por opção da mulher" ali está. "...nas primeiras dez semanas...". Aborto livre, grita o "não"! Aqui está a prova, o aborto é livre até às dez semanas! Ora, meus caros amigos, o limite de dez semanas significa precisamente que o aborto não é livre... Ou o facto de só se poder andar até 50 quilómetros por hora dentro de uma localidade significa "velocidade livre"? Não faz muito sentido, não é verdade?
Enquanto digerem esta pergunta, os adeptos do "não" mudam de estratégia. Então o que acontece às 11 semanas? E o que acontece, meus amigos, quando se anda em excesso de velocidade? É-se penalizado, e a penalização vai-se agravando quanto maior for o excesso de velocidade. Isso quer dizer que, nos pressupostos da pergunta, o aborto não é livre. Não era esse o problema? "... em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?" Esta parte final é tão clara que vou poupar palavras. Um "estabelecimento de saúde" quer dizer que não é um estabelecimento desportivo, e "legalmente autorizado" quer dizer que não é ilegal, ou que não é legalmente desautorizado, se tal coisa existisse.
Mas vale a pena notar o que "legalmente autorizado" não quer dizer. Não quer obrigatoriamente dizer do Estado, mas também não quer dizer privado, particular, ou o que seja. Quer dizer apenas que é num estabelecimento de saúde conforme com os procedimentos legais e que foi expressamente autorizado para a operação em causa.Não há melhor barómetro da má-fé neste debate do que dizer que estamos em face de duas perguntas diferentes, ou até duas perguntas de sinal contrário (uma legítima, a outra capciosa), tentando fazer passar a ideia de que a "segunda pergunta" de alguma forma perverte a primeira, rompendo com ela. Não há aqui primeira nem segunda pergunta: há apenas uma pergunta, que se refere a determinadas condições, condições essas que qualificam e restringem o âmbito da questão. Dizer o contrário disto não é só má-fé, é principalmente má-lógica: se a segunda metade da pergunta está contida na primeira, ela não pode ser mais aberta do que a anterior. Como é natural e faz sentido, cada passo da pergunta a fecha um pouco.
Dizer que é "despenalização da IVG" significa que não é despenalização de qualquer outra coisa, dizer que é "por opção da mulher" significa que não é por opção de qualquer outra pessoa, dizer que é até "às dez semanas" significa que não é sem qualquer limite, dizer que é "em estabelecimento de saúde" significa que não é no meio da rua, e dizer que a pergunta se refere a um estabelecimento de saúde "legalmente autorizado" significa que não pode ser no dentista, ou na farmácia, ou no ginásio. Tudo o resto é apenas uma desculpa para não se assumir as responsabilidades do voto. Pessoalmente, não vejo nesta pergunta nada que não me agrade, e vejo muita coisa que me agrada.
É uma pergunta de compromisso, cautelosa, que prevê os limites mais importantes, deixando a definição das políticas (de saúde, de planeamento familiar, judicial, etc.) para os actores e momentos certos. Pode responder-se sim ou não, e eu responderei "sim". Sou pela despenalização, naquelas condições, como outros são pela penalização mesmo naquelas condições. O que não se pode é invalidar a pergunta, degradando a sua lógica. Trata-se de uma pergunta directa. Como tal, pede apenas uma resposta honesta."
Rui Tavares
«Público» de 3 de Fevereiro de 2007
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
Terrorismo...!
Extracto de texto publicado no DN (link acima) e que as crianças de uns infantários - Aquário e Nuvem do Centro Paroquial Nª Srª da Anunciada - dirigido pelo Padre Vieira, em Setúbal, levaram na mochila para casa:
"Um dia quando estava feliz a brincar no mais íntimo das tuas entranhas senti algo de muito estranho, que não sabia como explicar: algo que me fez estremecer. Senti que me tiravam a vida!... Uma faca surpreendeu-me quando eu brincava feliz e quando só desejava nascer para te amar (...) Mãe, como foste capaz de me matar?(...)"
"Diz-me Mãe: quem poderia entrar cruelmente dentro de ti e chegar onde, com tanta segurança eu me encontrava, a fim de me matar? (...) Como poderia eu imaginar que uma mãe fosse capaz de matar o seu filho quando, em casa, não maltratam nem o gato, nem a televisão?"
"Agora, Mamã, sei tudo. Estou aqui no outro mundo e um companheiro que teve a mesma sorte do que eu, disse-me que sim, que foste tu... Disse-me que há mães que matam os filhos antes de nascerem. Mãe, como foste capaz de me matar? (...) Por acaso pensavas comprar uma máquina de lavar ou um aspirador, com os gastos que talvez eu te iria causar?"
"Ele me disse que terás de Lhe dar contas do que fizeste! (...)"
SEM COMENTÁRIOS!
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
CRÓNICA DE SEXTA-FEIRA ( 11ª )
No dia 11 de Fevereiro efectuar-se-á, em Portugal, o referendo relativo à despenalização voluntária da gravidez até às 10 semanas. Ora, esta controversa questão social tem procriado, de uma forma lapidar, uma panóplia de opiniões no cerne da sociedade. Durante as últimas semanas, esta campanha francamente pejorativa e funesta traduziu-se numa irreversível radicalização de posições, assente no desrespeito mútuo dos argumentos basilares de ambos os movimentos.
Se no dia 11, pudesse votar, a minha escolha seria: NÃO. Porquê?
Considerando que:
1) A resposta à pergunta despenalizar não pode ser levada à letra, ou seja, despenalizar é não penalizar;
2) Despenalizar significa liberalizar a IVG até às 10 semanas;
3) Não precisa haver avaliação, basta pedir;
4) Para haver crianças tem que existir uma, duas, três… semanas de gestação, então porquê é que 11 semanas hão-de ser mais importantes que 10?
5) Este referendo não vai resolver a clandestinidade do IVG a partir destas semanas;
6) Em diversos países, com uma legislação semelhante à que se pretende implementar em Portugal, o número de abortos legais e ilegais têm aumentado de forma progressiva (eurostat, 31/01/07);
Em síntese, todos estes pressupostos, bem como, o cumprimento da Constituição e da ética médica, e a inquietante situação demográfica portuguesa (padecendo de um duplo envelhecimento) facultam-me poder concluir que não haverá outra alternativa senão votar, no dia 11 de Fevereiro, NÃO.
By Afonso Leitão
Nota : por impossibilidade de ser esta crónica postada amanhã, foi-o hoje.