Vale a pena ler todo o post, que põe no devido lugar a pseudocoragem do rei espanhol no episódio chileno do Alberto João venezuelano:www.ruitavares.weblog.com.pt
Chávez chama “fascista” a Aznar (...) de forma repetitiva e sem a mínima consideração pelo significado das palavras. Reagindo a isso, Zapatero pediu respeito pelo seu antecessor e pelo povo que o elegeu. Mas foi talvez outra coisa que fez dele, naquele momento, um campeão da democracia: ter exigido respeito pelas palavras, que são os alicerces do debate honesto. Aznar não é um “fascista”. Nem a um adversário se devem distorcer as palavras. “Fascista” não significa dirigente eleito de que Chávez não goste, tal como “ditador” não significa dirigente eleito de que Helena Matos(v. Público) não gosta. Leio a resposta de Zapatero assim: sobretudo a um adversário não se devem distorcer as palavras.
Juan Carlos não discursou defendendo a democracia ou as liberdades. Limitou-se a mandar calar. Eu, que antes de ser de esquerda sou anti-autoritário, sinto-me distante de quem manda calar e não entro em êxtase quando vejo alguém mandar calar. Nem que toda a gente à minha volta aplauda. Sobretudo quando toda a gente à minha volta aplaude.
Às vezes digo-me até que a grande diferença, antes de ser entre esquerda e direita, é entre quem gosta de deixar falar e quem gosta de mandar calar. Há gente de esquerda que gosta de mandar calar — Chávez é um bom exemplo — e também gente que gosta de ver mandar calar, por interposta pessoa, enquanto é de esquerda ou quando passou a ser de direita. Não estava com eles antes, não estou com eles agora.
Para ser completamente sincero, eu entendo a satisfação de obedecer a um impulso muito humano. Mandar calar é coisa que alivia. E depois? Como visão política, é curto. A realidade não obedece às nossas birras. O populista Chávez ficou justamente diminuído quando Zapatero o acusou de não saber respeitar o povo. Mas lamento dar esta notícia: Chávez não desapareceu por Juan Carlos lhe ter mandado que se calasse.
Chávez chama “fascista” a Aznar (...) de forma repetitiva e sem a mínima consideração pelo significado das palavras. Reagindo a isso, Zapatero pediu respeito pelo seu antecessor e pelo povo que o elegeu. Mas foi talvez outra coisa que fez dele, naquele momento, um campeão da democracia: ter exigido respeito pelas palavras, que são os alicerces do debate honesto. Aznar não é um “fascista”. Nem a um adversário se devem distorcer as palavras. “Fascista” não significa dirigente eleito de que Chávez não goste, tal como “ditador” não significa dirigente eleito de que Helena Matos(v. Público) não gosta. Leio a resposta de Zapatero assim: sobretudo a um adversário não se devem distorcer as palavras.
Juan Carlos não discursou defendendo a democracia ou as liberdades. Limitou-se a mandar calar. Eu, que antes de ser de esquerda sou anti-autoritário, sinto-me distante de quem manda calar e não entro em êxtase quando vejo alguém mandar calar. Nem que toda a gente à minha volta aplauda. Sobretudo quando toda a gente à minha volta aplaude.
Às vezes digo-me até que a grande diferença, antes de ser entre esquerda e direita, é entre quem gosta de deixar falar e quem gosta de mandar calar. Há gente de esquerda que gosta de mandar calar — Chávez é um bom exemplo — e também gente que gosta de ver mandar calar, por interposta pessoa, enquanto é de esquerda ou quando passou a ser de direita. Não estava com eles antes, não estou com eles agora.
Para ser completamente sincero, eu entendo a satisfação de obedecer a um impulso muito humano. Mandar calar é coisa que alivia. E depois? Como visão política, é curto. A realidade não obedece às nossas birras. O populista Chávez ficou justamente diminuído quando Zapatero o acusou de não saber respeitar o povo. Mas lamento dar esta notícia: Chávez não desapareceu por Juan Carlos lhe ter mandado que se calasse.
10 comentários:
Dizíamos em miúdos que, quando um burro fala, o outro agacha as orelhas.Ora, esse princípio é válido também para presidentes e reis.Se não é respeitado, entorna-se o caldo (como escreveu o autor do artigo) e como este era um caldo quente, todos se queimam. A boa educação fica bem em todas as mesas, também numa roda de amigos , mas também se pode transformar numa arma de arremesso político.Plim! E aí , um homem não é de pau, palavra puxa palavra, as coisas azedam-se, com as verdades zangam-se as comadres ... e quem paga é o preço do petróleo que não pára de subir.
Achei muito bem escrito este texto.
Mais de 90% dos espanhois apoiaram a atitude do Rei Juan Carlos e isso é que conta...
Nem que fossem 100% eu deixaria de considerar que Zapatero pôs as coisas nos devidos termos e que o rei perdeu uma boa ocasião...de ficar calado!
È a sua opinião, eu tenho aminha...
Absolutamente! Ninguém lhe negou o direito de ter opinião, nem me parece que o que eu escrevi o impeça...
Percebe-se a reacção do homem que é rei ,mas o chefe de estado não tem a liberdade do cidadão anónimo! E a diplomacia dá-se bem com o silêncio controlado.
Mais uma vez agradeço o favor de colocarem o vosso nome nos comentários . Assim não.
Apoio incondicionalmente a Teresa que afimou e afirma o que pensa, assinando tudo o que escreveu com toda a lisura e correcção.
Um grande abraço
Hélder
Pues señora Teresa y demás componenetes de este blog, les digo que además de ese 90% de españoles, los venezolanos en gran mayoria apoyamos al soberano de España que le ha dicho a ese chavo lo que nosotros le queremos decir hace tiempo si no nos tuviese amordazados y amenzados.
Viva por ese rey valiente!!!!.
Caro Venezuelano, a si e aos seus compatriotas, todos os democratas reconhecerão o sagrado direito de mandar calar Chávez, se assim quiserem e entenderem. Já ao rei de Espanha, nas circunstâncias e do modo que o fez...isso é que não. Foi um acto que, na minha opinião, não traduz valentia, mas sim raiva e impotência. Teria demonstrado inteligência e coragem, se tivesse contido a sua fúria e esperasse pela sua vez para desfazer Chávez pela argumentação, como fez Zapatero. Assim...limitou-se a dar o flanco à demagogia chavista.
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