O debate de ontem

Algumas notas sobre o debate de ontem.

Louçã - é brilhante (ontem não foi), demagogo, tele-evangelista e detentor da VERDADE (mais outro!). Ontem foi-se abaixo. Não soube descalçar as botas das nacionalizações, da retirada dos benefícios fiscais da saúde, PPRs e educação, que atinge em cheio a classe média. "É tudo gratuito". Ai é? E quem paga a professores, médicos, enfermeiros, etc? O orçamento, logo mais impostos. Ou seja dá com uma mão e tira com a outra.

As grandes fortunas?
Deixa-me rir, no dia seguinte estavam todas nas Ilhas Caimão!

Mentiu com a história da Autoestrada, pois a Estradas de Portugal já tinham comunicado aos consórcios que não adjudicava a construção nas condições pretendidas. Só que ele esperava que Sócrates ficasse esmagado e se ia abaixo das canetas. Enganou-se. Não é demagogia, é mentira pura e dura! Se tomasse o poder tínhamos uma sovietização do país. Leiam com atenção o programa, principalmente nas entrelinhas. Assusta-me.

Sócrates - defende-se bem, prepara-se, é um estudioso, apresentou-se cordato, sem irritabilidade, mesmo depois do debate, nas entrevistas à saída. Nova imagem porque aprendeu, ou eleitoral? Penso que aprendeu. Leu o programa do BE, desmontou-o, deixou Louçã sem os habituais argumentos falaciosos. Não explicou bem a questão dos contentores, quanto a mim não deveria ter havido ajuste directo, ou este tinha de ser bem explicado para o povo português perceber as suas vantagens, se as havia. Arrumou Louçã na mentira da Autoestrada e na retirada das deduções fiscais. Pôs o dedo na ferida: para o BE o inimigo a abater é o PS, e eu que julgava que o adversário era a direita! Nota-se uma postura mais à esquerda. Mostrou vontade de dialogar com a esquerda, apesar da intransigência do BE. Felizmente.

Nota final - penso que Sócrates beneficiou do debate, pois Loução perdeu a áurea de "imbatível", foi mostrado como demagogo e mentiroso e engasgou-se frequentemente.

Declaração de interesses - não sou filiado em nenhum partido mas vou votar PS.