A interactividade da Colheita63 em movimento contínuo para todo o Mundo e especialmente para Lisboa , Tomar , Monte Estoril , Linda-a-Velha , Setúbal , Coimbra , Porto , VNGaia , Braga , VNFamalicão , Santo Tirso , Afife , Vila Real , Vinhais , Bragança , Castelo Branco , Seia , Vendas Novas , Varsenare e Aveiro

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

E, se falássemos do polvo da Madeira ?

Enquanto pelo continente não se falava de mais nada senão do «Polvo», título que o jornal Sol deu ao seu dossiê sobre as escutas, o director do Diário de Notícias da Madeira, Luís Calisto, escrevia um texto digno de nota sobre a liberdade de expressão naquele arquipélago.

De facto, compreende-se o desespero de quem há décadas protesta contra a «asfixia democrática», de quem entregou queixas na ERC e ao presidente da República, sem obter resposta, ao perceber que a questão que neste momento leva o país ao rubro, é tratada com total indiferença quando acontece lá longe no Funchal.

Mais ainda que aqueles que agora bradam contra os perigos para o Estado de Direito, são exactamente os mesmos que quando vão à Madeira fecham os olhos às violações chocantes que ali acontecem. Nomeadamente ao facto de o Governo Regional financiar directamente o Jornal da Madeira, o único que recebe toda a publicidade institucional, e onde Alberto João publica a sua coluna de opinião várias vezes por semana.

Escreve, a linhas tantas, Luís Calisto: «Mas... e se Sócrates, mais do que querer já tivesse comprado a TVI, alimentando-a com dinheiros públicos e proibindo a estação de divulgar a opinião de políticos não PS, reservando toda a antena para quem obedece ao regime rosa, tal como Jardim faz aqui com o Jornal da Madeira, dispensando-se de guardanapo? Fizesse-o Sócrates e o País estaria hoje em situação de guerra civil.» Para, mais à frente, perguntar: «E se Sócrates fizesse como o sr. Jardim, que calunia, insulta e enxovalha directamente os jornalistas com epítetos de corruptos, traidores, comunas, súcias, fascistas, tolos, incapazes, incultos, vingativos, desonestos, gente reles, mentes recalcadas, bastardos, exóticos, incumpridores de estatutos editoriais, ralé que não toma banho? E as jornalistas de vendidas, descompensadas, sovaqueiras. Que seria de um Sócrates cavalgando tal paradigma?»

Para além do mais, para provar o caso da Madeira, nem seriam precisas escutas, nem complicadas diligências, já que Alberto João Jardim faz questão de dizer e fazer tudo às claras. Afinal, sabe que o seu polvo é melhor do que o do continente, como aliás se viu na Lei das Finanças Regionais.

Sem comentários: