Salazar e Cunhal
António de Oliveira Salazar é um dos primaciais vultos da História política de Portugal, tendo sido o homem que mais tempo assumiu o poder português no século XX, tendo desempenhado ao longo dos tempos, dissemelhantes cargos: Ministro das Finanças, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Ministro da Guerra e Presidente do Conselho, em 1932. Este “colosso” perfilou, durante décadas, um País arcaico, anacrónico, rural e repressivo que teve como primordial pano de fundo o autoritarismo.
Álvaro Barreirinhas Cunhal é o famoso militante do PCP que pugnou contra o regime salazarista e que, fruto da sua personalidade vincada, fermentou não só simpatia dos militantes do seu partido, mas também o respeito da sociedade portuguesa. Cunhal é um paladino do regime soviético e da doutrina marxista-leninista. Para corroborar esta linha de pensamento, o líder comunista apoiou acerrimamente a invasão da URSS à Checoslováquia, num período em que se sobrelevava uma efervescência de descontentamento à prepotência política, económica e ideológica do Estado Soviético. Por seu turno, o 25 de Abril clarificou duas teses: I) Cunhal não acreditava, de facto, na Democracia pluralista (disse-o numa afamada entrevista à jornalista italiana Oriana Falacci) e II) lutava por um outro regime, como também o demonstrou durante o período subsequente à Revolução dos Cravos.
A notícia, no dia 27 de Janeiro publicada no semanário SOL, de que Salazar e Cunhal lideram as escolhas dos votantes para Os Grandes Portugueses do programa da RTP provocou em mim sentimentos angustiantes. Salazar e Cunhal, porquê? Que ideia erigiram os votantes, acerca da História do seu país, para colocarem como primeiras escolhas homens tão avessos aos Direitos do Homem, às liberdades, à justiça e ao equilíbrio das sociedades do século XX? Sabendo que em países, como a França e a Inglaterra, com um programa com estas similitudes triunfaram personalidades democráticas (De Gaulle e Churchill, respectivamente) relacionadas com a reconfiguração dos seus territórios após a II Guerra Mundial, como é que em Portugal podem vencer dois antidemocráticos? Que posição ocupa, nestas circunstâncias, a nossa zelosa Democracia?
António de Oliveira Salazar é um dos primaciais vultos da História política de Portugal, tendo sido o homem que mais tempo assumiu o poder português no século XX, tendo desempenhado ao longo dos tempos, dissemelhantes cargos: Ministro das Finanças, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Ministro da Guerra e Presidente do Conselho, em 1932. Este “colosso” perfilou, durante décadas, um País arcaico, anacrónico, rural e repressivo que teve como primordial pano de fundo o autoritarismo.
Álvaro Barreirinhas Cunhal é o famoso militante do PCP que pugnou contra o regime salazarista e que, fruto da sua personalidade vincada, fermentou não só simpatia dos militantes do seu partido, mas também o respeito da sociedade portuguesa. Cunhal é um paladino do regime soviético e da doutrina marxista-leninista. Para corroborar esta linha de pensamento, o líder comunista apoiou acerrimamente a invasão da URSS à Checoslováquia, num período em que se sobrelevava uma efervescência de descontentamento à prepotência política, económica e ideológica do Estado Soviético. Por seu turno, o 25 de Abril clarificou duas teses: I) Cunhal não acreditava, de facto, na Democracia pluralista (disse-o numa afamada entrevista à jornalista italiana Oriana Falacci) e II) lutava por um outro regime, como também o demonstrou durante o período subsequente à Revolução dos Cravos.
A notícia, no dia 27 de Janeiro publicada no semanário SOL, de que Salazar e Cunhal lideram as escolhas dos votantes para Os Grandes Portugueses do programa da RTP provocou em mim sentimentos angustiantes. Salazar e Cunhal, porquê? Que ideia erigiram os votantes, acerca da História do seu país, para colocarem como primeiras escolhas homens tão avessos aos Direitos do Homem, às liberdades, à justiça e ao equilíbrio das sociedades do século XX? Sabendo que em países, como a França e a Inglaterra, com um programa com estas similitudes triunfaram personalidades democráticas (De Gaulle e Churchill, respectivamente) relacionadas com a reconfiguração dos seus territórios após a II Guerra Mundial, como é que em Portugal podem vencer dois antidemocráticos? Que posição ocupa, nestas circunstâncias, a nossa zelosa Democracia?
By Afonso Leitão
4 comentários:
Afonso,
Mais uma vez li com interesse a tua crónica e em relação à de hoje tenho a dizer que não acredito na informação do Sol. A ser verdade estariamos perante grandes manipulações da votação. Os portugueses na hora da escolha são sábios e sensatos! Todavia, é uma realidade que os dois portugueses em questão farão sempre parte da história do nosso país até porque a história dos povos é feita das suas glórias e dos seus fracassos, das actuações meritórias e menos meritórias dos seus filhos. Eu continuo a torcer pelo Infante D. Henrique!
Um abraço e até à próxima sexta-feira.
Lena Pires
Olá Afonso!
A culpa não é da "nossa democracia".
Já te imaginaste na tua escola vestido com um fato do teu tio Helder? Os formatos de programas de TV também não são para transpor de país para país e utilizar de olhos fechados e sem cuidados prévios.
Em segundo lugar, será útil que se aproveite esta circunstância lúdica para libertar muitas consciências do fantasma salazarento.
Em terceiro, e não sei se por resultado de acções combinadas de grupos distintos , é irónico e poeticamente justo que os extremos se mostrem: nenhum canta vitória.E a caravana passa.Serena.Confiante.
Ãmigo Afonso Leitão:a causa de tais escolhas traduz-se apenas numa palavra:DESENCANTO!
São franjas de desencanto, claro, e é natural que se manifestem em qualquer país com liberdade. E fico contente por saber que estiveste na rua a defender a manutenção do centro de saúde da terra onde vives. Se bem que não é por estar num hospital que não se morre!Mas dói-me ver instituições ,que foram aspirações de séculos e de gerações, serem encerradas por força da redução do deswquilibrio das contas do estado e sem alternativa adequada.Sendo a vida o que é, é preciso perguntar : que faria outro governo no lugar deste em relação a estes assuntos ? E ainda, não poderá este governo mudar algumas das suas peças que pouco valor têm demonstrado na sua acção? E podíamos ir mais fundo e
questionarmos como se mantem tanta falta de racionalidade em todos os níveis da organização do estado.Etc
Continuaremos em próxima ocasião.
Um abraço .Manuel
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