José Sócrates
No dia 20 de Fevereiro, desta semana, o governo socialista, de maioria absoluta, superintendido por José Sócrates comemorou o seu segundo aniversário. Chegou a circunstância primorosa de todos os leitores percepcionarem o meu juízo relativamente ao secretário-geral do Partido Socialista e às suas reformas governativas.
Numa primeira abordagem, devo salientar que neste meio mandato, assistimos a uma inteligível “personificação” do poder na medida em que conseguiu domesticar a esquadra partidária e impor o seu pujante e inflexível estilo em distintas matérias, nomeadamente na sua incontornável relação com a Oposição. Por exemplo, Paixão Martins afiança que Sócrates “tem uma política de comunicação muito simples: fala quando tem alguma coisa para dizer”.
O estado de graça do Primeiro-Ministro vislumbra firmeza. Contudo, houve algumas “nuances” na sua governação: Cavaco Silva moderou a tentação de conflito. Por conseguinte, efectuarei uma análise à governação em duas vertentes: positiva e negativa.
Considero: i) Positiva a actuação do governo nas áreas da economia/ finanças e na política externa. No primeiro ponto verificámos um esforço singular, por parte de Executivo, em reduzir o défice orçamental para 4,6% em virtude dos cortes perpetrados nas despesas com os salários e investimento. Por outro lado, Sócrates é o rosto triunfante no âmbito das excepcionais negociações com a União Europeia, respeitante a fundos comunitários para Portugal entre 2007 e 2010. Neste contexto, desejo veementemente que o “Simplex” germine os primeiros progressos. A Lei das Finanças Regionais e Locais espelha a intrepidez política de Sócrates na medida em que silenciou os “dinossauros” da nossa sociedade, tais como: Alberto João Jardim, Rui Ruas e Valentim Loureiro.
ii) Negativa a actuação do governo em termos sociais e na área da saúde. Relativamente ao primeiro aspecto quero lançar algumas questões: o nível de vida melhorou? O poder de compra aumentou? Porque é que o desemprego aumentou no último trimestre de 2006 para os 8,2%? Porquê maior carga fiscal sobre os portugueses? Porque é que não se fomenta o investimento privado, em detrimento dos aumentos dos impostos? Onde estão os 150000 postos de trabalho prometidos pelo PS na campanha eleitoral?
A derrota das autárquicas e a “vitória” das Presidenciais não esmoreceram o espírito reformista do Governo e com o triunfo do Referendo, que foi um dos obreiros, e com os índices de popularidades notáveis só aguardo pela recuperação económica e social, o arranque do investimento e um maior enquadramento de Portugal na globalização.
Estarei a ser demasiadamente optimista?
No dia 20 de Fevereiro, desta semana, o governo socialista, de maioria absoluta, superintendido por José Sócrates comemorou o seu segundo aniversário. Chegou a circunstância primorosa de todos os leitores percepcionarem o meu juízo relativamente ao secretário-geral do Partido Socialista e às suas reformas governativas.
Numa primeira abordagem, devo salientar que neste meio mandato, assistimos a uma inteligível “personificação” do poder na medida em que conseguiu domesticar a esquadra partidária e impor o seu pujante e inflexível estilo em distintas matérias, nomeadamente na sua incontornável relação com a Oposição. Por exemplo, Paixão Martins afiança que Sócrates “tem uma política de comunicação muito simples: fala quando tem alguma coisa para dizer”.
O estado de graça do Primeiro-Ministro vislumbra firmeza. Contudo, houve algumas “nuances” na sua governação: Cavaco Silva moderou a tentação de conflito. Por conseguinte, efectuarei uma análise à governação em duas vertentes: positiva e negativa.
Considero: i) Positiva a actuação do governo nas áreas da economia/ finanças e na política externa. No primeiro ponto verificámos um esforço singular, por parte de Executivo, em reduzir o défice orçamental para 4,6% em virtude dos cortes perpetrados nas despesas com os salários e investimento. Por outro lado, Sócrates é o rosto triunfante no âmbito das excepcionais negociações com a União Europeia, respeitante a fundos comunitários para Portugal entre 2007 e 2010. Neste contexto, desejo veementemente que o “Simplex” germine os primeiros progressos. A Lei das Finanças Regionais e Locais espelha a intrepidez política de Sócrates na medida em que silenciou os “dinossauros” da nossa sociedade, tais como: Alberto João Jardim, Rui Ruas e Valentim Loureiro.
ii) Negativa a actuação do governo em termos sociais e na área da saúde. Relativamente ao primeiro aspecto quero lançar algumas questões: o nível de vida melhorou? O poder de compra aumentou? Porque é que o desemprego aumentou no último trimestre de 2006 para os 8,2%? Porquê maior carga fiscal sobre os portugueses? Porque é que não se fomenta o investimento privado, em detrimento dos aumentos dos impostos? Onde estão os 150000 postos de trabalho prometidos pelo PS na campanha eleitoral?
A derrota das autárquicas e a “vitória” das Presidenciais não esmoreceram o espírito reformista do Governo e com o triunfo do Referendo, que foi um dos obreiros, e com os índices de popularidades notáveis só aguardo pela recuperação económica e social, o arranque do investimento e um maior enquadramento de Portugal na globalização.
Estarei a ser demasiadamente optimista?
By Afonso Leitão
9 comentários:
Afonso Leitão. Gostei da sua crónica. Gostaria porem de lhe fazer uma pergunta.
O ENSINO,está enquadrado na vertente positva ou negativa?
Continue com a suas crónicas.
Um abraço
Bartolomeu
O ensino é uma das temáticas pela qual estou bastante enquadrado na medida em que sou estudante. Devo confessar que concordo com algumas medidas, nomeadamente com encerramento de escolas em determinadas zonas do País. Contudo discordo com o ataque feroz da Sr.ª Ministra aos professores e não ataque, ao invés, as associações de pais que deveriam contribuir mais para o progresso do ensino. Se o nosso governo aprecia os paradigmas finlandeses, então nesses Estados se um aluno atinge um determinado nº de faltas ou chumba os governos "cortam" nos benefícios fiscais aos pais. E os melhores resultados europeus são oriundos desses mesmos países.
Espero tê-lo esclarecido.
Um abraço.
Amigo Afonso Leitão:Gostei sinceramente da tua análise e pouco mais haverá para dizer,contudo, sempre gostaria de referir que infelizmente vivemos num país em que dificilmente são penalizados os que não cumprem as promessas eleitorais.Julgo que o cinto já dá voltas a mais à barriga e já não poderá apertar mais!Um enorme número de portugueses vive nos limiares da pobreza,outros tantos asfixiados pelas dívidas à Banca, quer seja para pagar as suas casas ( não lhes resta outra alternativa que não seja comprar por ausência de uma política de aluguer séria)quer seja até para pagar as despesas correntes com o ordenado já vencido antes de o receber...etc...et... etc.Os bancos neste aspecto são muito benevolentes para não dizer outra coisa e são exímios a adiantar fundos!!!Quanto à brilhante política de saúde....vamos ver no que vai dar,pois parece haver indícios de que poderá haver algum recuo.Como sempre,neste aspecto do encerramento das urgências, o poder não trata o problema,a meu ver, com seriedade, pois tudo se aceitaria se uma gripe ou outra doença normal pudésse ser atempadamente tratada pelo respectivo médico de família (quem o tem)mas isso é utópico pois, como já uma vez aqui referi à tua prima,tive uma crise renal bem dolorosa e quando fui marcar consulta para esse dia...tive que esperar mais de um mês pela dita!Perante tais perspectivas como se pode encerrar urgências?Sabes quem é que vai ganhar ,como sempre, com a situação?Os ricos e poderosos bancos e seguradoras, vendendo seguros de saúde e as clínicas privadas que proliferam por aí!!!Para rematar e volvendo ao caso das promessas eleitorais sempre te direi que no dia em que os cidadãos portugueses acordarem e usarem a arma mais preciosa que têm ,que é o voto,em seu proveito, verás como as coisas mudam como mudaram na nossa vizinha Espanha onde um governo altamente maioritário foi relegado para a dissolução com uma estrondosa derrota eleitoral ( passando de 46% para escassos 5% salvo erro)!!!Tratou-se do Governo do CDS do Sr.Adolfo Suarez...É que eles ali ao lado não gostam de ser FLAGELADOS, não gostam que os proíbam, não gostam que os controlem, não gostam que os persigam e muito menos QUE TOMEM CONTA DELES...parafraseando alguém que tanto admiro.
Oh Vitor, se os vizinhos do lado não gostam de ser flagelados, como aguentaram uma ditadura de 40 anos?
Ninguém gosta,mas alguns toleram.
Un saludo a la reina de tu casa!
Afonso Leitão: gostei do teu trabalho e análise sobre o governo de Sócrates. Quer-me parecer que és socrático e, talvez, socialista. Não sei. Continuação de um bom trabalho para te desenvolveres.
Um abraço
Manuel Carvalho não te esqueças do que aconteceu em Espanha entre 1936 e 1939 e que explica muita coisa.A Espanha partiu do zero e em muitos aspectos a ditadura deles foi muito mais construtiva que a nossa ,pois levantou o país do nada, embora o grande salto tenha sido iniciado com Felipe Gonzalez e continuado com José Maria Aznar.Ainda assim continuo a pensar que nós somos mais ingénuos e acomodados que eles e por isso os políticos, sempre a encher a boca com o povo,acabam por o esquecer facilmente "asfixiando-o" o mais que podem...por logicamente ser o elo mais fraco.Continuo a pensar ou a sonhar(!) que um dia ainda vamos abrir os olhos e dizer basta!Também aproveito para vos desejar:KONG HEI FAT CHOI...
É verdade,San Nin Fai Lok. Ano do porco, para acabar a ronda. Obrigado
e saúde.Um abraço,Manuel
ATENÇÃO: Hitler também desenvolveu a sua indústria e técnicas científicas, contudo num regime antidemocrático e antiparlamentar e racista. Por isso uma coisa é o desenvolvimento em democracia, outra é em ditaduras repressivas (como a franquista), com forte carência de ética política e social.
Meu amigo:O que eu disse é que a ditadura deles foi em muitos aspectos muito melhor que a nossa e mantenho!Por exemplo, eles não tinham PIDE!Não sei se sabes mas na guerra civil morreram mais de 1 milhão de espanhóis ( entre eles mais de uma dezena de familiares meus)!O país ficou literalmente destruído e quer queiramos quer não foi Franco que o levantou!Isto não quer dizer que sinta alguma simpatia por ele,mas há que reconhecer que fez muito pelo seu país.Não sei se sabes que foi ele que preconizou a actual monarquia espanhola ao designar o futuro rei embora sufragado por plebiscito popular!Até aí foi diferente de Salazar ao vislumbrar uma transição pacífica ao contrário de nós que como sabes foi por golpe de estado!Estou farto de dizer que não sou fundamentalista e como tal abordo os assuntos com isenção e derprovido de quaisquer complexos, pois posso-me orgulhar de nunca ter estado enfeudado em qualquer partido!Não te esqueças que entrei no 25 de Abril de alma e coração!!!!
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