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sábado, junho 21, 2008

Diz o JN ...e com razão!

Euro 2008: História de uma eliminação precoce

00h07m

Jorge Pedroso Faria

A eliminação portuguesa nos quartos-de-final do Euro 2008 é um mau resultado. Aliás, até o próprio seleccionador português já o disse, logo após a derrota com a Alemanha. Agora que a equipa das quinas já voltou a casa, há que fazer uma viagem ao que não correu bem.

Falta de físico
A altura, a robustez física e, consequentemente, a capacidade de choque não são atributos desta selecção. Os médios titulares, por exemplo, tinham, em média, 1,74 metros de estatura e 70 quilogramas de peso. Os dois centrais da equipa inicial padeciam do mesmo mal. E isso acabou por ser decisivo diante da Alemanha.

Sem trabalho de casa
É um mal que não é de agora. Coincide, precisamente, com a entrada de Scolari na selecção. O brasileiro é um mestre na motivação dos futebolistas, mas continua a não preparar os jogos da melhor forma, sobretudo em matéria defensiva. E a equipa das quinas continua a ser vítima das bolas paradas. Em 2004, com a Grécia, foi na sequência de um canto. Em 2006, frente à França, num penálti. Agora, diante da Alemanha, por duas vezes na marcação de livres. Não é coincidência…

Falta de lateral esquerdo
A falta de um lateral esquerdo de raiz foi o outro grande problema da selecção. Paulo Ferreira fez o que pôde e o que não pôde, mas, mesmo assim, percebeu-se desde o primeiro jogo, com a Turquia, que era pouco para uma competição deste nível. Era, claramente, o elo mais fraco. Confirmado o afastamento de Nuno Valente, Scolari esteve dois anos a apostar no também improvisado Caneira, para, na fase final, avançar para o futebolista do Chelsea. Incompreensível.

Anúncio de Scolari
O momento do anúncio da saída de Scolari foi cirurgicamente pensado pelo treinador. Confirmado o apuramento para os quartos-de-final, após a vitória sobre a República Checa, o Chelsea teve luz verde para revelar o acordo com o ainda seleccionador português. Se esse momento não afectou o técnico, o mesmo não se poderá dizer da equipa e da própria FPF. Os jogadores nunca esconderam a surpresa da notícia, ao passo que Madail esteve até ao final da prestação portuguesa remetido ao silêncio e escondido num comunicado emitido no site da FPF. Coincidência ou não, desde que a saída de Felipão foi oficializada, a equipa das quinas somou por derrotas os dois jogos disputados.

Cristiano Ronaldo
Apesar da dura época que teve pela frente, apareceu em excelentes condições físicas. No entanto, o seu rendimento acabou por ficar aquém do desejado. A partir do momento em que a mais do que provável transferência para o Real Madrid passou a andar nas bocas do mundo, o extremo do Manchester United nunca mais foi o mesmo. Havia sempre qualquer coisa que não saía bem. Houve pouco Ronaldo e muito Real Madrid.

Eternos suplentes
Um banco que tem Meira, Bruno Alves, Raul Meireles, Veloso, Nani e Quaresma não pode ser desprezado. Se é verdade que, diante da Suíça, nenhum deles agarrou a titularidade com as duas mãos, não é menos verdade que Scolari é um treinador "quadrado" na forma de pensar. É incapaz de mudar a equipa em função do adversário. Quem não entra de início no onze, sabe que vai passar ao lado da competição. É sempre assim…

Os erros de Ricardo
É, claramente, o calcanhar de Aquiles da selecção. Capaz de defesas fantásticas entre os postes, foi, mais uma vez, uma pobreza nos cruzamentos. Ficará para sempre ligado à eliminação com os alemães. Em 2004 e 2006, escondeu essa intranquilidade com actuações empolgantes em vitórias no desempate por grandes penalidades. Desta vez, não houve Inglaterra para esconder o que todos sempre viram e que Scolari nunca quis ver.

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho que concordo.