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sábado, junho 28, 2008

Fim de semana atribulado

Saí da Beira baixa, bem baixa já quase Alentejo, e dirigi-me ao norte litoral.

Saí com 35,5 ºC e cheguei, 2 horas depois, com 20ºC!

Recepção, chave, quarto.

Primeira coisa em qualquer parte do mundo: ir á janela ou varanda se houver, gosto de vistas lindas quando acampo em hotéis ou pousadas.

O meu “porto de abrigo” desfez o saco, roupa de dia, roupa de jantar, etc, o que já era bom sinal!

Depois de retemperadora passagem na casa de banho avançamos para a sala de jantar.

Escolhemos mesa de forma a ver Aveiro, as luzes, bem lá no fundo!

Mesa apresentada com o costume, entradas vulgares. Um chouriço e salsichas grelhadas banais, azeitonas verdes carregadas de ervas provençais, fracotas, salvavam-se as ervas, e a respectiva cestinha de pão sintético, e dois ou três bocadinhos de broa!

Carta com os pratos, escolhi empada de berbigão como entrada e caldeirada de enguias, a minha mulher optou por papaia com gambas e dourada com broa não sei quê!

Vinhos, bom! pensei, com a caldeirada apetece-me Muralhas, meia garrafa.

Comecei a debicar as entradas e provei o Muralhas. Pedi um cestinho só de broa de milho, obviamente! Chegou a empada, desapareceu em duas dentadas e o Muralhas evaporou-se!

Pedi nova garrafa.

Chegou a caldeirada de enguias! Divinal, bem temperada, de fazer chorar por mais, claro que o Muralhas evaporou-se completamente.

- Duas garrafas dizia a minha mulher, a sorrir. Bom, já sorria e só bebia água.

Na altura de partirmos para a sobremesa, em buffet, a menina começou a levantar os pratos e ia levar a cesta da broa.

Escandalizado disse-lhe:

- Ó minha linda menina pode levar a minha mulher se quiser, mas deixe-me a cesta da broa!

Ela ficou especada a olhar para mim, de olhos muito abertos, a minha mulher ria, ria, e o Chefe de Mesa chegou aflito!

- Há algum problema?

- Não, não, é só uma troca, sem consequências…! Disse.

A menina percebeu e, sorrindo, deixou a broa. A minha mulher comentou:

- Já sei que para ti vale mais meia cesta de broa do que eu! E ria a bom rir. Fiquei, por dentro, feliz por vê-la rir daquela maneira.

E aproveitei (safado!):

- Traz-me a sobremesa!

- Não, não, se ainda fosse a cesta cheia…

E tive de ir à sobremesa.

Mas os pais modernos usam uns sapatos caríssimos que os filhos recomendam, de marcas caras e parecem ténis. Os meus agarravam-se ao chão de xisto e tropecei. A minha mulher começou a gozar:

- Deve ser do vinho que se evaporou…

Mas não era! Era mesmo o chão irregular. Na dúvida, levantei-me, depois dos ovos-moles, e saí de mão dada qual jovem a passar o primeiro fim-de-semana com a namorada, não fosse o chão enrugar mais!

Cheguei ao quarto, deitei-me, comecei a ler e não passei da primeira linha! Adormeci de luz acesa, TV ligada, janela aberta, etc. Deve ser do ar da ria, puxa muito, dá muito sono!

De manhã depois do pequeno almoço fomos dar uma volta, e recebemos um telefonema que nos fez regressar. Nada de grave.

Passagem na Meta, não caí na asneira da meia garrafa, para não evaporar, veio garrafa das grandes, mas também se evaporou.

É que nas viagens grandes fazemos sempre assim: um conduz na ida, outro na volta. Por causa de eventuais evaporações escolho sempre a ida.

Adormeci! Ando a trabalhar muito e dormir pouco, por isso tanto sono.

Acordei depois de Pombal, na A1, e a seguir a Leiria disse: Sai, vamos fazer turismo!

Saímos e fomos passando por terras iguais a tantas outras. Ao fim de vários kms vi um monte com um castelo e disse: vamos lá espreitar!

O que fui dizer! Já não queria sair de lá sem ver todas as pedras e pedrinhas, o que valeu foi o calor que não permitia.

A vinda, junto à capela/igreja estavam muitas pessoas bem vestidas e uma noiva a preparar-se para entrar, cheia de pompa.

Disse rapidamente: abranda! Quase parou junto da noiva, abri o vidro e disse: Felicidades!

A noiva virando-se para mim, com um sorriso de felicidade, respondeu: Obrigado!

A minha mulher olhava para mim, espantada, e disse:

- Assim é que gosto de te ver, bem-disposto, a brincar, vou trazer-te mais vezes a passar o fim-de-semana a uma pousada. Esta fica para o Outono.

Sorri e pensei: “e julgava eu que era ela que precisava de sair para espairecer”, e era, mas mesmo assim estava a pensar no meu bem-estar!

As mulheres são um mistério perfeito e indecifrável! É bem verdade, e ainda bem!

3 comentários:

H.B. disse...

Boa , gostei da descrição e das v/vivências deste fim de semana...Continuai

Anónimo disse...

Fico satisfeito com a tua satisfação.
Mais comentários para quê?
É um artista português !!!

Anónimo disse...

O chão enruga,a imaginação estende!