Também eu gostava de saber a verdade, mas não sei. Assumir a minha ignorância é o ponto de partida para alcançar a verdade. Mas esse é um caminho difícil e inacabado, pois eu sei que, tal como o horizonte, a verdade estará sempre para além do meu alcance.
De resto, há muitas maneiras de definir a verdade. A definição mais comum é a correspondência com os factos. Se eu disser que os melros são pretos, podem recorrer à vossa experiência para ver que isso é verdade. Mas basta que alguém me mostre um melro branco para que eu deva duvidar. Em minha defesa, sempre posso dizer que, se for branco, não é melro, e lá teremos então de ir à procura de um perito que me diga o que são os melros.
Um perito, munido da sua sabedoria, de códigos e instrumentos de análise, pode definir a verdade porque as suas palavras são aceites por todas as pessoas entendidas em melros. A verdade é o consenso dos entendidos que orientam o consenso geral. Foi por isso que toda a gente se convenceu que Saddam Hussein tinha armas atómicas, levando a uma guerra absurda depois da qual se descobriu que tais armas não existiam. Ao menos, a minha verdade sobre os melros é inofensiva.
Dizem os peritos da verdade que ela é inalcançável, pelo que teremos de nos contentar com aproximações. Por isso, quando vejo alguém dizer que fala com verdade, eu fujo. Ou está, de facto, a mentir, ou não sabe que não sabe e é, por isso, ignorante.
De resto, há muitas maneiras de definir a verdade. A definição mais comum é a correspondência com os factos. Se eu disser que os melros são pretos, podem recorrer à vossa experiência para ver que isso é verdade. Mas basta que alguém me mostre um melro branco para que eu deva duvidar. Em minha defesa, sempre posso dizer que, se for branco, não é melro, e lá teremos então de ir à procura de um perito que me diga o que são os melros.
Um perito, munido da sua sabedoria, de códigos e instrumentos de análise, pode definir a verdade porque as suas palavras são aceites por todas as pessoas entendidas em melros. A verdade é o consenso dos entendidos que orientam o consenso geral. Foi por isso que toda a gente se convenceu que Saddam Hussein tinha armas atómicas, levando a uma guerra absurda depois da qual se descobriu que tais armas não existiam. Ao menos, a minha verdade sobre os melros é inofensiva.
Dizem os peritos da verdade que ela é inalcançável, pelo que teremos de nos contentar com aproximações. Por isso, quando vejo alguém dizer que fala com verdade, eu fujo. Ou está, de facto, a mentir, ou não sabe que não sabe e é, por isso, ignorante.
1 comentário:
Subscrevo o último parágrafo...
gb
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