CRÓNICA SEMANAL (29ª)

Inveja-Exames-Justiça

Soube hoje as minhas notas dos exames: 160 pontos a Português e 171 pontos a História. Considero-as honestamente positivas, em mercê da elevada subjectividade e duma certa ambiguidade patente nas duas provas.
Como tinha mencionado na passada crónica, o exame de Português não afere rigorosamente os alunos na medida em que bastava que um aluno soubesse interpretar, escrever razoavelmente bem e tivesse um conhecimento global dos autores, para obter um resultado meramente congratulador. Contudo, cingir-me-ia a uma análise mais circunstanciada dos “bastidores” do meu exame de História.
Como é sabido tive nos 2º e 3º Período, 20 valores a esta disciplina e nos anos transactos terminei sempre com 19 valores. Um dado peculiar: foi sempre o mesmo professor. Ora, ao longo deste meu ano lectivo, sentia que havia um determinado espectro da minha turma que duvidava e questionava a veracidade e honestidade da minha nota. Por outro lado, esse segmento aguardava tenazmente pelo exame para “se comprovar” se a minha nota era justa.
Em primeiro lugar, participava, concretizava todas a tarefas exigidas, respeitava o professor, fui muito regular nos testes (17,6-19,2-18,6-19,9-18,4-18,2) e não desiludi o meu professor no exame nacional.
Em segundo lugar, este comportamento é aquilo a que Napoleão Bonaparte denominou de ser “a arma dos incompetentes”: inveja. Considero ser uma “epidemia” das sociedades contemporâneas e isso já se repercutiu em episódios muito pouco dignificantes da nossa Democracia: o caso do professor Charrua na DREN e a exoneração da directora de um centro de saúde. Nestes dois casos paradigmáticos conjuga-se inveja com delação.
Em suma, no meu caso particular, e pelas diversas críticas tecidas ao meu trabalho e ao meu empenho honesto, fez-se JUSTIÇA.

By Afonso Leitão