Enviado pelo M.C.
Caeiro
Gosto do céu porque não creio que ele seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito,não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa numa parte e numa parte acaba
E que agora e antes d'isso ha absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um principio e tem um fim,
E que antes e depois d'isso não havia tempo.
Porque há de ser isto falso? Falso é falar de infinitos
Como se soubéssemos o que são de os podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de cousas.
Tudo é definido,tudo é limitado,tudo é cousas.
Poema inédito,sem data,transcrito por Jerónimo Pizarro
(Público/CML/Casa Fernando Pessoa)
Lisboa,13.Junho.2008
1 comentário:
Para comentar Fernando Pessoa encontro apenas uma palavra: GÉNIO à escala planetária.
LP
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