Não existe a menor dúvida de que esta absolvição, em véspera de eleições autárquicas, permite-lhe colocar-se na ara das vítimas de um sistema judicial que permite acusações e condenações na praça pública e, quando é mesmo a sério, na barra dos tribunais absolve e manda em paz quem foi enxovalhado, maltratado, denegrido pela inquisição de todas as bruxas e bruxos vestidos de cristãos-novos.
Ninguém ganha com esta absolvição, a não ser a própria arguida, que viu reconhecida a sua inocência por quem tem a capacidade, competência e poder para ajuizar das provas. Nem a opinião pública, nem o País, nem o regime que sustenta a nossa vida colectiva ganha seja o que for, pelo contrário, sai desprestigiado de casos como este. Que não foi o primeiro. E não será o último. É assim que se destrói a confiança. Que se destrói a expectativa num país mais justo.
É isto, o Portugal que persiste medieval, inquisidor e negro. Uma tragédia.
In CM de hoje
Sem comentários:
Enviar um comentário