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terça-feira, junho 01, 2010

Ver com outros olhos .....

Para quase todos, a experiência da beleza e da revelação da beleza apenas acontece excepcionalmente ou em certos períodos da vida. É o que sentem os pais de crianças pequenas. Sempre que olham para elas, ficam estupefactos e comovidos pela extraordinária graciosidade dos seus corpos, gestos, olhares. É uma contínua surpresa, uma contínua descoberta da beleza, que se torna necessidade de os abraçar e beijar para ficar com qualquer coisa deles. O mesmo se passa quando estamos apaixonados e observamos, encantados, o rosto, o corpo, o modo de falar e de andar da pessoa amada e ficamos gratos por nos ter sido concedido tão grande dádiva, tão incrível privilégio.

Mas o amor também nos permite ver a beleza do mundo que nos rodeia. Há quem diga que é uma ilusão, que quando estamos apaixonados projectamos no mundo as nossas fantasias, mas eu penso que, pelo contrário, potenciamos as nossas capacidades para ver e ouvir. A mãe que brinca feliz com o filho vê com maior intensidade as cores dos brinquedos, ouve o chilrear dos passarinhos. E quando fazemos uma viagem com a pessoa por quem estamos apaixonados percebemos, qual revelação, a deslumbrante beleza das casas da cidade que visitamos, o encanto dos recifes que se precipitam no mar, o brilho de um pôr do Sol, a sublime poesia de uma catedral ou mosteiro que nunca tínhamos visto. E tudo se multiplica quando comentamos, quando partilhamos esses pensamentos e emoções com o ser amado.

E, quando apreciamos a beleza de uma paisagem ou de uma obra de arte sozinhos, temos uma experiência que se assemelha ao êxtase. Nesse instante, é como se caíssem as barreiras que nos isolam do mundo e a essência do objecto irrompe, apodera-se de nós. É como no amor: quando entramos em contacto directo com a natureza profunda do outro, captamos-lhe a incrível e assombrosa singularidade.

Não devemos maravilhar-nos por o amor nos levar a ver a beleza. Abre os olhos, escancara o coração, põe-nos em contacto directo com a realidade. Dá-se o oposto se estivermos fechados sobre nós mesmos, tristes, cheios de raiva e desconfiados porque, quando o nosso coração está fechado, os nossos olhos também o estão. E até podemos passar em frente das mais belas maravilhas naturais, das mais sublimes obras de arte sem as ver nem sentir.

No I de hoje

Vamos lá então continuar a amar ...

4 comentários:

Anónimo disse...

Amar sim,mas como?.Concebo que o ser humano se apaixone ao longo da
sua vida muitas vezes,mas á medida
que a idade se vai escoando,mais a
sociedade nos vai negando esse no_
bre sentimento.Quando somos sexage_
nários,ainda pior.Não devemos falar
de amor;desejo;sexo;ternura.Dizer a alguém substâncialmente mais nova
que a ama?é ridiculo,sai fora do contexto,o nosso tempo já passou,
isto na melhor das hipoteses.Isto
é,não pedindo nada em troca,só que
nos deixem na doce ilusão dum so_
nho irrealizavél,não nos ostraci_
zem com a dolorosa expressão,coi_
tado do idoso!.
C.N.

Anónimo disse...

HB,estás sempre a surpreender-me!
gb

Anónimo disse...

O HB anda muito filosofo !
C.

Anónimo disse...

É claro que temos que continuar a AMAR!!!! E quem não quiser deixar-se amar é porque não sabe AMAR. E não tem idade, não tem sexo, pode nem ter outro ser humano. O AMOR transcende a matéria, está na nossa alma, na mente e, assim, alimenta o coração de quem ama, sendo ou não o "objecto" digno de ser amado. É difícil mas as escolha de continuar a amar vale a pena. Eu continuo a apostar no Amor universal. Não ganho sempre nem assim tantas vezes, mas é por minha incompetência, já que nem sempre estou atenta ao que vale a pena e me distraio com o que não presta para nada. Mas eu sou... como toda a gente.
Um abraço amoroso para todos vós.
Fbbc