Incompetência e Demagogia
No Sábado, do dia 24 de Fevereiro, o DN publicou uma imagem do Parlamento (foto) durante o debate de 14 projectos para o combate à corrupção.
A legenda dessa imagem dizia o seguinte: “O interesse suscitado nos deputados que não eram intervenientes do debate foi pouco mais que nulo: as bancadas estiveram desertas, num acto que de tão habitual cada vez espanta menos o cidadão comum – mas contribui para a péssima imagem que o Parlamento transmite cá para fora, aliás confirmada em todas as sondagens de opinião.
Sim, é verdade que, enquanto dura o plenário, às vezes decorrem comissões; ou que alguns deputados estão acantonados nos seus gabinetes a trabalhar arduamente (?). Mas não é sempre assim e muitas vezes não é nada assim. Ao menos, figura de corpo presente.
Na quarta-feira houve debate mensal. A demagogia política imperou sempre, nomeadamente: na fragilidade de Marques Mendes, no anacronismo de PCP/ PEV e BE, na insignificância do CDS/PP e no autoritarismo do Governo. Além disso, à medida que o debate avançava verificava-se uma progressiva desertificação do plenário.
Uma verdade que me abomina, e desprestigia um País democrático.
Na quarta-feira houve debate mensal. A demagogia política imperou sempre, nomeadamente: na fragilidade de Marques Mendes, no anacronismo de PCP/ PEV e BE, na insignificância do CDS/PP e no autoritarismo do Governo. Além disso, à medida que o debate avançava verificava-se uma progressiva desertificação do plenário.
Uma verdade que me abomina, e desprestigia um País democrático.
Conselho: comparem a Assembleia da República com o Parlamento inglês. Como podemos ter confiança nesta “floresta” de enganos, demagogia e incompetência.
By Afonso Leitão
10 comentários:
Amigos colheteiros: hoje a crónica só foi publicada à tarde devido a problemas com o meu computador e também pelo facto de ter tido hoje prova a Português. As mais sinceras desculpas. É a vida atarefada de um estudante.
Abraço
Afonso: gostei da crónica porque toca num assunto bastante polémico. Gostei da imagem. A crónica estava simples e bem elaborada. Continua e espero que escrevas sobre temas que gerem polémica no blogue.
Continua!
Um abraço.
Atenção, Afonso, que no último parágrafo poderás estar a ser injusto.Nem sempre o nosso parlamento é tão mau , nem o inglês é sempre
aquela câmara animada e cheia de vida que vemos na tv.
No essencial receio que tenhas razão
mas devemos perguntar-nos porque é que não há outros e melhores candidatos a deputados. Estou convencido que a introdução de círculos uninominais também não traria nenhuma alteração substantiva ao status quo, pois sobre os deputados continuaria a pesar, como acontece em regra na Inglaterra,a disciplina partidária.
E quem escolhia os candidatos?E os partidos mantinham as mesmas regras que hoje vigoram em cada um deles
para esse efeito?
E o teste de Português correu-te bem?Que andas a estudar?Tudo de bom.Um abraço.
O teste correu bem e foi relativo a duas obras épicas: “Os Lusíadas” de Luís Vaz de Camões e “Mensagem” de Fernando Pessoa. O teste baseou-se nomeadamente no poema “Prece” da “Mensagem”. Apreciei bastante estas duas obras particularmente pela sua dimensão histórica que naturalmente está de acordo com os meus gostos literários e intelectuais. Agradeço por ter perguntado. Aliás são momentos decisivos pois cada teste que realizo é sempre com o intuito de desenvolver competências para o exame nacional de 18 de Junho à disciplina de Português. Agora vou começar com o Felizmente há Luar” de Sttau Monteiro e depois o Memorial de Saramago.
Um abraço.
Afonso: gostei da tua crónica pela pertinência do tema escolhido. De facto, se actualmente há uma grande exigência no mundo do trabalho (pela qual concordo) então essa “exigência” deveria começar de cima. Continua a escrever!
Afonso Leitão,já estavamos quase para marcar falta.Quando as cróncas
são boas, chegam sempre a tempo.
Muito bem.Demostrou espírto de observação,para uma realidade que
deixa toda a gente revoltada.Aonde
estará essa gente metida?
Não é que venha agora muito a propósito um artigo seu sobre o antiparlamentarismo do Prof. Salazar.(Para fazerem esta figurinha ,possivelmente o homem
até teria quase razão...)
Continuar sempre em frente
Bartolomeu no BLOG OLD
Devo dizer que tem boa memória sobre as minhas crónicas, pois estive para falar do caso paradigmático de Salazar acerca deste tema, mas enfim poderei voltar a falar dele depois do resultado dos grandes portugueses.
Um grande abraço.
Afonso,
Subscrevo a tua crónica e concordo com a tua conclusão. Tive oportunidade de assistir diversas vezes a assembleias plenárias do nosso Parlamento. Como elas decorrem é indescritível e se eu o fizesse provavelmente ninguém me acreditaria, por isso sugiro a todos que se desloquem uma vez ao nosso Parlamento e antes tomem um tranquilizante!!! Desde o desrespeito pelo Presidente da Assembleia da República e pelos deputados que estão a fazer intervenções (aliás são sempre os mesmos), o entrar dos deputados no plenário fora de horas (por vezes assinam o livro e saíem de seguida), a leitura descontraída de jornais e revistas, o navegar na internet nos seus computadores portáteis, a conversas em grupo (não raro até de costas voltadas para a mesa da Assembleia que preside aos trabalhos)ao frenesim de um entrar e sair no hemiciclo enquanto decorrem as sessões, etc. tudo isto nos é dado ver!!! Mais parece uma Assembleia da República transformada numa espécie de jardim infantil! Ora estes comportamentos chocam-nos, indignam-nos e entristessem-nos. Eu sei que noutros parlamentos do mundo acontecem coisas bem piores, que chegam a atingir a violência, mas eu gostava que no Parlamento do meu País as coisas se processassem com mais dignidade até porque eu gosto muito de ser portuguesa. Este modo de estar dos nossos deputados, dos representantes do Povo, teve como consequência na minha pessoa nunca mais ter votado. E só o voltaria a fazer na hipótese absurdíssima de um dia estar em jogo decidir entre a paz e a guerra!
Um abraço
Lena Pires
Acerca da visita à Assembleia da República devo-lhe dizer que irei no próximo dia 3 de Maio, no âmbito de uma visita escolar. Mas me admirava nada que as suas conclusões fossem semelhantes às minhas. Um bom tema para uma futura crónica.
Cumprimentos
Afonso
Eu só lá estive uma vez e foi a convite (para almoçar) do nosso saudoso conterrâneo José Gama.Na altura apresentou-me a vários deputados bem conhecidos e também encontrei lá um velho amigo Marques Júnior e foi tudo muito cordial.Contudo concordo que é muito desprestigiante a postura de certos senhores num local que deveria ser exemplo de tolerância e respeito.A mim tanto me impressionam as bancadas vazias como as brutas sestas a que não poucas vezes assistimos nos debates pela tv.
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