Ontem, o meu Tio descreveu um incidente muito singular da sua vida de estudante. E quando lia, lembrei-me que, pela primeira vez, poderia relatar na crónica desta semana um episódio muito insólito e humilhante que me aconteceu no meu 5º ano.
Estava no ano lectivo 1999/2000, a encetar o 2º ciclo na Escola Básica Dr. Guilherme Correia de Carvalho de Seia. Nas derradeiras semanas do 2º Período, recebi o último teste de Matemática em que obtive a classificação “Bom”. Levei para casa, e a minha mãe assinou, no cabeçalho da prova, o espaço correspondente aos encarregados de educação. Até ao momento tudo normal. A única particularidade é que a minha mãe, para cumprir a sua obrigação, utilizou uma caneta azul que também tinha a função de porta-minas. Por azar, assinou inicialmente a lápis, mas depois emendou com a caneta, deixando apenas uma pequena marca do lápis.
No dia seguinte, apresento o meu teste à professora assinado pelo encarregado de educação para que apontasse na caderneta o meu cumprimento. Contudo, a professora ao passar pela minha carteira, fica especada e parada alguns minutos a vislumbrar escrupulosamente a assinatura. Pediu-me satisfações relativamente à presença da marca do lápis na rubrica. Expliquei educadamente a veracidade dos factos e para corroborar a minha argumentação mostrei-lhe, naquele exacto momento, a caneta.
Os momentos que se seguiram foram factualmente humilhantes: 1) mandou-me comparar essa assinatura com a de outros testes; 2) perguntou-me diversas vezes se tinha sido o meu encarregado de educação a assinar a prova; 3) acusou-me de mentiroso; 4) a generalidade da turma acusou-me de falsificador; 5) outros professores souberam do sucedido, e enveredaram pela mesma via: acreditavam na tese da falsificação.
Ainda hoje guardo este teste física e psicologicamente na minha mente, e com o sólido sentimento que àqueles professores e alunos nunca lhes perdoarei que duvidassem de uma pessoa trabalhadora, honesta e verdadeira como eu. São professores como estes que contribuem para a indesejada indisciplina escolar, suscitando nos alunos a vontade de não cumprir, de não estudar, em suma, de abandonar a escola que é ainda em Portugal uma forte razão para não se atingirem níveis universitários satisfatórios. Só aqueles providos de boa formação ficarão imunes a este tipo de influências, embora marcados no seu intimo para sempre. Ou seja, algumas razões haverão para que os professores sejam perseguidos só é pena que pague o justo pelo pecador.
By Afonso Leitão
Estava no ano lectivo 1999/2000, a encetar o 2º ciclo na Escola Básica Dr. Guilherme Correia de Carvalho de Seia. Nas derradeiras semanas do 2º Período, recebi o último teste de Matemática em que obtive a classificação “Bom”. Levei para casa, e a minha mãe assinou, no cabeçalho da prova, o espaço correspondente aos encarregados de educação. Até ao momento tudo normal. A única particularidade é que a minha mãe, para cumprir a sua obrigação, utilizou uma caneta azul que também tinha a função de porta-minas. Por azar, assinou inicialmente a lápis, mas depois emendou com a caneta, deixando apenas uma pequena marca do lápis.
No dia seguinte, apresento o meu teste à professora assinado pelo encarregado de educação para que apontasse na caderneta o meu cumprimento. Contudo, a professora ao passar pela minha carteira, fica especada e parada alguns minutos a vislumbrar escrupulosamente a assinatura. Pediu-me satisfações relativamente à presença da marca do lápis na rubrica. Expliquei educadamente a veracidade dos factos e para corroborar a minha argumentação mostrei-lhe, naquele exacto momento, a caneta.
Os momentos que se seguiram foram factualmente humilhantes: 1) mandou-me comparar essa assinatura com a de outros testes; 2) perguntou-me diversas vezes se tinha sido o meu encarregado de educação a assinar a prova; 3) acusou-me de mentiroso; 4) a generalidade da turma acusou-me de falsificador; 5) outros professores souberam do sucedido, e enveredaram pela mesma via: acreditavam na tese da falsificação.
Ainda hoje guardo este teste física e psicologicamente na minha mente, e com o sólido sentimento que àqueles professores e alunos nunca lhes perdoarei que duvidassem de uma pessoa trabalhadora, honesta e verdadeira como eu. São professores como estes que contribuem para a indesejada indisciplina escolar, suscitando nos alunos a vontade de não cumprir, de não estudar, em suma, de abandonar a escola que é ainda em Portugal uma forte razão para não se atingirem níveis universitários satisfatórios. Só aqueles providos de boa formação ficarão imunes a este tipo de influências, embora marcados no seu intimo para sempre. Ou seja, algumas razões haverão para que os professores sejam perseguidos só é pena que pague o justo pelo pecador.
By Afonso Leitão
24 comentários:
Amigo Afonso Leitão:Lamento o sucedido!Felizmente esse caso é a excepção que confirma a regra.A par de uma minoria de péssimos profissionais(como em todos os sectores)a grande maioria são excelentes professores.Eu tive vários dos dois lotes e refiro apenas alguns excelentes profissionais e grandes figuras que muito me marcaram pela positiva:Dr.Costa Paz,Dr.E Carvalho(pai do amigo MC),DrªÁlia Monteiro,Dr.Rijo,Dr.Miranda,Dr.Faria e principalmente o meu Prof.Primário Sr.Dionísio(pai do amigo Dionísio).A todos recordarei sempre com muita saudade.Na verdade a situação descrita é mais que ridicula direi mesmo anedótica! Se a classificação tivesse sido negativa ainda se poderia dar o benefício da dúvida mas com um Bom!Na verdade deverá ser angustiante ser-se injustiçado.Eu fui acidentalmente Juiz durante 3 anos e sempre tive o maior cuidado no julgamento das centenas de casos que tive entre mãos.Sempre estive atento a todos os pormenores e espero bem nunca me ter enganado!
Tive alguns episódios como estudante em que também fui vítima!Lembro-me de uma situação no meu 3º ou 4º ano do Liceu numa aula do Dr.Correia Alemão.Estavamos a escrever o sumário no início da aula , num anfitiatro, estando eu na parte alta da sala.Enquanto escrevia observava o que se passava no cerca do recreio.O contínuo Sr.Costa(Costinha)estava com um engaço a arar a areia da caixa de saltos e inesperadamente caíu de costas o que provocou o meu sorriso ...apenas.Com tanto azar que o Prof mirando a sala me apanhou a sorrir!Fui logo expulso da aula com falta de castigo!Acredita que não fiz qq barulho nem perturbei ninguém...mas a disciplina nesse tempo, para alguns, era assim!Como calculas fiquei indignado e muito aflito, pois as faltas disciplinares eram comunicadas aos respectivos encarregados de educação por correio.Andei preocupado uns dias e como a comunicação não chegásse fui perguntar ao contínuo quando é que a mandavam?Tive uma sorte dos diabos pois como o sumário era enorme ultrapassou a zona das faltas e passou despercebida!Como estou grato ao Sr.Ernâni (contínuo) que fez vista grossa à tal falta!Deus escreve direito por linhas tortas!Tive outra situação bem dramática no meu 4ºano quando após um feriado de aula (por falta de professor...ainda não era ministra a Maria de Lurdes!!!)e indo a turma em correria louca pelo corredor,um aluno deu um pontapé num escarrador (não sei se sabes o que isso é?Pergunta ao teu tio!)e o mesmo foi a rebolar pelo corredor fora!Fomos apanhados pela DrªAdelaide Peixinho que sempre dava aula de porta aberta e após breve interrogatório e como nunca fomos delatores e ninguém se acusou,apanhámos todos 3 dias de suspensão de aulas!Para mim e para mais alguns até perdíamos o ano por faltas!Eu perdia o ano pela Religião e Moral pois já tinha as 3 faltas regulamentares.Lembro-me das sábias palavras do Dr.Faria que na altura foi o único que nos confortou e nos deu ânimo!Com alguns arranjos nos dias de falta e no meu caso pessoal com a colaboração do P.Videira Pires (meu Prof.de Moral)lá me safei de perder o ano!Abstenho-me de referir o que se passa hoje nas salas de aula de muitas escolas ...
Dr.Ália Monteiro : foi minha professora no 3º ano de Ciências Naturais,vinha rotulada de muito competente, pois tinha acabado de editar um livro oficial dos liceus que era sobre os trabalhos práticos de ciências ( estais lembrados ?)e era-o de facto . Fez parte duma geração de profesores novos que vieram substituir os muitos antigos ( Marduk, Miss Azeitona,Charlot, não me lembro dos seus nomes próprios por isso os chamo assim). O Dr. Miranda já tinho ido embora e devias tê-lo apanhado no seu último ano.Alinho contigo na apreciação aos Drs. Rijo, Faria e Carvalho, embora este último fosse muito sisudo.O Dr. Costa Paz ( tinha esse defeito que apontaste, era um prof. que infundia respeito pela força, era pouco humano , bastava ver sempre o seu ar iracundo )foi meu professor de física e a sua esposa minha professora de francês.Quanto ao Prof. Dionísio era o máximo ,nunca foi meu Professor,mas era meu vizinho e amigo, frequentava a sua casa e ele dizia- me sempre : Então rapaz ? Não podemos esquecer aqui a sua Esposa D.Aninhas, também Professora, que era uma santa. Eram duas pessoas muito boas em todos os aspectos e conseguiram transmitir isso aos filhos ( Zé, Toninho e Niso ) e aos amigos deles ( eu incluído).
Afonso Leitão.Li atento o seu artigo.Gostei e fez-me sorrir.É
efectivamente o que o Afonso diz
no final.Paga o justo pelo pecador.
Como disse o Victor e ainda teve uma nota alta no exercício,se fosse
o contrário caía o castelo mais próximo.(No ensino como em tudo há
o oito e oitenta).
Parabens - continuar
Old
Vitor e Helder.
Ainda foi bem teres falado no Dr.
Correia Alemão e esposa.Não me lembrava do nome e MC.tambem não.
Usava o termo "Cavalhero,cavalhero"
A esposa era dura.
Tambem foi referida a Dra.Halia
Monteiro.Ela e Dra. Maria das Dores
foram a meu ver as melhores professoras de Ciências do nosso
tempo.
Já agora se me permites,gostava
de vos fazer um teste de memória.
Nomes de professores de Ginática,
nossos, e do nosso tempo.Vamos ver
se não esquece nenhum.
Um abraço
Bartolomeu
O 1ºProf de ginástica que tive penso que se chamava Crespo?Também tive o Cap. Ratinho e um médico, já idoso, que não me lembra o nome.Salvo melhor opinião julgo que todos foram muito fraquinhos.Julgo que actualmente se melhorou imenso nesta área.Eu também tenho passado como professor de Educação Física na extinta Escola Preparatória D.Teodósio,Duque de Bragança aqui no burgo.Era eu jovem Tenente e como não havia professor foi feito um pedido aqui ao Comando da minha Unidade para facilitar um!Como eu era o Oficial de Educação Física e tinha o curso de Instrutor de E.F. do CMEFED (Centro Militar de Educação Física e Desportos)lá estive eu 2 anos .Foram tempos muito bons e conservo inúmeras amizades de ex-alunos que ainda hoje (já com os seus quarentas e tais) ainda me tratam por professor.
Afonso: é triste e dificil. Contudo, ao longo da nossa vida temos que engolir muitos "sapos vivos". Esses professores são incompetentes e não merecem o mínimo de respeito.
Pelo que li és forte e firme.
Continua assim!
Profs de Ginástica : nos primeiros anos foram militares , Cap.Ratinho, não me lembro de algum médico , depois o Pisco e finalmente um prof. habilitado com o curso de EDucação Física, o Prof.Barros que revolucionou a ginástica como também o desporto escolar. Organizou equipas e campeonatos. Tive a felicidade de fazer parte das equipas do liceu em Andebol, Voleibol e Futebol . Jogaram comigo os Colheiteiros Isaías ( grande guarda-redes ) e o Zé GOmes . Na ginástica , o maior ginasta do n/tempo era o Niso, que nos maravilhava com a sua técnica nso saltos especialmente no plinto e com o trampolim . Quem não se lembra destas actividades no dia 10 de Junho de cada ano. Velhos tempos....
E as Profs das meninas ? Contem-nos algo ....
Fico muito contente pela minha crónica ter promovido um diálogo aceso sobre a nossa vida de estudantes. É uma das funções deste espaço: recordar e contar.
Não tenho a experiência dos colheteiros adultos, mas já tenho histórias que me marcaram.
Helder estás com nota de 15 valores,pois estás muito perto.
Falas-te de um médico. FOI SIM SENHOR. O NOME ?
Abro um pouco mais o caminho pode
ser que o Victor se lembre.
Era pai de um colega contemporâneo,que é médico tambem e
está ligado á política.
O primeiro que responder ganha um
café.
Quem está em linha?
Vamos era o Dr.....
Não assinei em cima.
Desculpem
BARTOLOMU
Moreno
Hélder
HELDER. Dr.Ramiro Moreno.
20 valores.
Está o café ganho que será acompanhado de mais qalquer coisa,
quando me deres a distinção de me
visitares em Bragaça ou só ou acompanhado da Sra. tua esposa.
Bartolomeu
É verdade o Dr.Ramiro Moreno também foi Prof mas o que eu digo era muito mais velho e deu aulas só 1 ou 2 meses acho!
Victor. Eu só tenho ideia de dois
médicos. O escolar e Dr.Ramiro.
Seria outro, mas agora.....Pode ser que o Manuel Carvalho no dê
uma ajuda.
Bartolomeu
Houve esse outro professor de EF e médico referido ,que estava no liceu em 63, não me lembro do nome, mas era genro daquele senhor dos ditos e histórias engraçadas cuja esposa se chamava Albertina ("Sr. Miranda Braga, tem um serviço igual àquele mas com a asa para o outro lado?").Este professor era na realidade uma pessoa
muito simpática e está visível numa das fotografias do desfile do 1º de Dezembro.Mas não consigo
lembrar-me do nome.Ah, o marido da D.Albertina era o sr Salomão, sogro do professor em questão.Sei que já faleceu há bastante tempo.
Manuel.Amanhã pergunto ao meu pai. Eram visinhos.
Manuel não era o Dr. Macias Teixeira?
Se ainda estiveres em linha comunica.
Veio esse nome a minha memória .
Bartlomeu
Amigos.Já agora enquanto o Manuel
dá a reposta vou contar uma"história" do Sr. Salomão e da
Dª-Albrtina.
O sr.Salomão apontando para o cemitério disse-lhe:
D ÍO`- ZALBERTINA.OLha o sítio para
onde viremos assar os nossos dias
se Deus nos der vida e saúde.
Tem muitas. Umas certo outras inventadas.
Manuel estou em linha
Bartolomeu
Meus amigos está na hora de deitar.
Pedia o favor de uma das meninas da
col.63, me informar se uma tal
Sra. Dª. Gestrudes se era prof.
de Ginástica ou música.
De momemto devo estar a fazer confusão do nome. Até amanhã.
Já ouvi uma bonita canção do Adamo.
Bom Gosto de quem a pediu.
Boa noite já quase bom dia.
Bartolomeu
Bartolomeu: O nome que tu sugeres não é, mas continuo a não me lembrar
do verdadeiro.Que chatice!!
E alguém se lembra como se chamava o médico escolar?O homem não era lá muito simpático e inclinava a cabeça para o lado!
Vitor, além da alcunha, lembro-me que se chamava ... Cunha.
Vitor e todos.
Não seria Montalvão o nome do médico escolar
Vamos andando
Bartolomeu
Não sei se era Silvestre Albuquerque????
Montalvão fazia parte do apelido da esposa, da família Montalvão Machado, de Chaves, onde a senhora ,já viúva, viveu ainda alguna anos.E continuo a ão me lembrar do 1º nomr dele.
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