O monstro e o sapo
23 Novembro 2008, 23:43 · Hugo Mendes
Ao contrário do que é costume, os blogues que defendem a desobediência e a sublevação dos docentes à avaliação de desempenho não elogiaram o artigo de António Barreto hoje no “Público”. Percebe-se: por uma vez, o articulista substituiu a demagogia contra a “5 de Outubro” - isto é, contra o “Estado” - e fez o elogio de um sistema de gestão e de avaliação numa escola dotada de ampla autonomia e com um director, que algumas mentes na nossa praça ainda associam ao fascismo, numa confusão pueril - que atravessa n discussões políticas no nosso tempo - entre “autoritarismo” e “exercício legítimo da autoridade”.
O que o autor não tem coragem de dizer é que o modelo que propõe é razoavelmente semelhante - pelo menos nos seus princípios gerais - ao novo regime de autonomia, administração e gestão das escolas aprovado em Abril deste ano, e concebido, pasme-se, no monstro da “5 da Outubro” (decreto-lei aqui).
Admiti-lo seria, simplesmente, engolir um sapo demasiado grande.
2 comentários:
Transcrevo do jornal:
"O Ministério da Educação não tem qualquer intervenção directa na escola. Mas os seus inspectores visitam-na duas vezes por ano e elaboram relatórios que entregam ao ministério e à autarquia." - isto cheira a algo que esteja em vigor?
O jornal é o Público, de 23.11.08, o artigo chama-se "Por exemplo", do sociólogo António Barreto.
O artigo é interessante e tem muito para melhorar!
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