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quinta-feira, novembro 27, 2008

Sem comentários!


A avaliação que Mário Nogueira quer

Quem tiver estado atento a Mário Nogueira nos últimos tempos (por exemplo, na entrevista recente de Constança Cunha e Sá), ouviu-o certamente garantir que a Fenprof tem apresentado vários projectos de avaliação dos professores. Afinal, só existe um projecto, reproduzido em dois desdobráveis.

O mesmo Mário Nogueira prometeu há dias que iria reformular o projecto (o dos desdobráveis), apresentando uma alternativa ao modelo simplificado aprovado em Conselho de Ministros. Afinal, também não o fará: Admitindo que esta é a última palavra da Fenprof sobre a avaliação, vale a pena conhecer a forma como Mário Nogueira quer que os professores sejam avaliados.

A avaliação constaria de quatro passos:
    1º passoauto-avaliação, também designada por “auto-análise”, “deverá (…) partir do próprio avaliado” e culmina numa proposta de classificação feita pelo próprio;
    2º passoco-avaliação, em que todos os professores são simultaneamente avaliadores e avaliados, fórmula que “resolve o problema do reconhecimento da autoridade do avaliador uma vez que há a co-responsabilização de todos os pares”;
    3º passoaferição processual da avaliação de desempenho, em que são aprovadas as propostas de classificação elaboradas pelos avaliados;
    4º passoavaliação externa da escola, “dirigida à escola e não ao professor (…), em ordem a promover a sua qualidade.”
Se o leitor quiser aferir a consistência da proposta da Fenprof, o melhor é mesmo lê-la. Para ser franco, duvido que tenha sido elaborada por professores, atendendo aos momentos quase hilariantes que a sua leitura proporciona. Para estimular a curiosidade do leitor, eis o primeiro parágrafo da proposta:
    “O saber profissional constrói-se dentro das regras e dos conhecimentos que os próprios profissionais geram ou dominam. Deste modo, é inviável avaliar contra os docentes, é inviável avaliar desvirtuando o princípio primeiro da qualidade educativa em nome de interesses sociais ou políticos externos à educação. A avaliação do desempenho docente só será credível e reconhecida se orientada para a melhoria efectiva do desempenho, se tiver no seu horizonte o desenvolvimento e o progresso das instituições e das nações e, nesse sentido, ela terá de ser intrínseca aos professores e educadores, participada e co-construída pelos próprios.”


    posted by Miguel Abrantes in Câmara Corporativa


3 comentários:

Anónimo disse...

O Mário Nogueira não representa os professores,quer «apanhar a onda»para fins de natureza política e partidária.
Só quem está nas escolas e lá trabalha sabe verdadeiramente o que se passa e o que está a acontecer é de facto,o fim do ensino público de qualidade ao qual todos deveriam ter direito.

H.B. disse...

Não gostamos de anónimos . agradeci assinasses o que escreves ok ?

Anónimo disse...

Ao que tudo isto chegou!!!Mas que macacada.

Só vejo uma solução.Este ano, parar com todo o processo. Arranjar um grupo de professores(dos que trabalham e sabem como uma escola funciona,dos que são pela avaliação e com cotas)e, partindo do zero preparar uma avaliação digna. Nada disto terá a ver nem com a avaliação da sra ministra nem com a do sr do bigode.
gb