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domingo, fevereiro 08, 2009

E se os coelhos fossem GAYS?

A DURA LUTA PELA FRASE GIRA

Ferreira Fernandes


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Louçã é uma inteligência sólida, de dossier, uma espécie de Scania Vabis a quem os acasos da vida obrigam a participar em provas de motoreta. Não fazendo naturalmente o seu género, ele força-se nas tais frases. Ontem, ele lá fez mais uma prova de vida e disse o que vai ser hoje muito citado: "Alguém já viu o capital a produzir? Imaginem dois coelhos numa cova, de certeza que vão sair coelhinhos, mas, se pusermos duas notas de 100 euros, imaginam que vão sair notas de vinte?"

O problema com as frases giras é que o vício nelas embota o raciocínio. A metáfora de Louçã era sobre o trabalho (que seria reprodutor) e o capital (infértil). Ora reduzir os trabalhadores a coelhos que têm coelhinhos é incoerente num defensor da causa fracturante dos homossexuais (até porque se estivermos a falar num casal de coelhos gays já é necessário capital para a reprodução assistida ir avante). E mais: dizer que a acção dos coelhos na cova leva inevitavelmente à reprodução, mais parece o célebre discurso, em 1982, daquele deputado do CDS, João Morgado, que levou com o poema de Natália Correia sobre o truca-truca ("Já que o coito diz Morgado/tem como fim cristalino/preciso e imaculado/fazer menina ou menino..."). João Morgado desapareceu da política: o que leva a supor que as frases célebres não compensam mesmo.
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in DN

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