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sexta-feira, julho 10, 2009

Por terras da ìndia ...2

KHAJURAHO, “ A terra e a lenda”.

A cerca de uma hora de voo de Nova Delhi, fica Khajuraho, localidade que se situa no Estado Central de Madhya Pradesh. Visitar este local pejado de magníficos Templos é como que fazer uma viagem no tempo e regressar aos séculos X e XI.

Sabemos que foi a dinastia Chandela, cuja origem se pode encontrar em Chandra, deus da Lua, que nos seus tempos áureos, foi responsável pela sua construção.


Segundo a tradição, quando a bela Hemavati, filha de um dos sacerdotes varanasi, tomava banho ao luar nas águas do lago Rathi, Chandra, o deus da Lua, desceu dos céus para a abraçar, como se fora um simples mortal. Ao partir, o deus da Lua, disse-lhe que ela viria a dar à luz um homem, o fundador de uma raça com muita força e valor. Foi assim, que nasceu a poderosa dinastia dos Chandela, responsável pela construção de 85 Templos, para venerar os seus deuses.


Deixando de lado o mito, o que é facto, é que ainda hoje, podemos visitar 22 desses gloriosos Templos repletos de uma profusa variedade de esculturas que com muita vivacidade decoram esses belos baluartes da arte indiana, mais clássica.

Os Chandela foram um povo forte e enérgico do clã Rajponte que viveram, lutaram, triunfaram e dominaram em khajuraho. Erigiram templos (em estilo nagara- Índia do norte), aos seus deuses – deuses do Hinduísmo, principalmente a Vishma e Shiva – com todo o fervor religioso de uma raça orientada para a vida espiritual.

Assim, as belíssimas esculturas que decoram os Templos são símbolos da relação do homem com os deuses numa verdadeira visão cósmica do Universo.

São também considerados como o apogeu da escultura erótica mundial, sendo a expressão máxima da arte medieval indiana.

A técnica e imaginação dos seus escultores deu forma às emoções humanas nas representações do amor espiritual e físico. A quantidade de esculturas que aí observámo são muito exuberantes quer nas formas quer nas mensagens que nos transmitem. Algumas delas, abertamente eróticas e outras tantas, com carácter místico.


Ao admirarmos determinadas esculturas decorativas sentimos que elas consubstanciavam um elo da forte ligação do homem com a divindade! Os grifos, as bestas, os demónios revoltados, os deuses em evolução cósmica, os mortais configurando declaradamente emoções fortes como: temor, dúvida, ciúme, amor ardente e paixão consumada, pareciam transmitir-nos que aquele local fora concebido para viver em eterna harmonia e em êxtase de felicidade plena!

Muitas dessas esculturas representam mulheres de seios generosos e de curvas elegantes, em jogos inocentes; outras representam o amor carnal.


Li, em relação a estas questões, numa revista da Incrível Índia, o seguinte: “Um dos princípios do Hinduísmo proclama que o amor sexual é uma forma de emergir e, por conseguinte, a sua representação nos templos era algo de Natural”.

Mais acrescento, que neste conjunto de Templos, profusamente esculpidos, alguns devotados a Vixma ( deus da Preservação) e outros devotados a Xiva ( o deus da Destruição), podemos divisar vestígios do Budismo, Jainismo, Saurapatismo, Animismo e muitos outros cultos, como o esotérico tantra, testemunho clarividente do ecletismo da dinastia Chandela.


Ainda, a este propósito muitos pensadores acreditam: “que a emergância do hinduísmo como religião mais importante durante este período, em detrimento do budismo, é a razão principal não só da renovação da energia que envolveu a construção destes templos, mas também da natureza sensual dos seus escultores”.

Não vos maça mais.

A Índia é, pelo seu exotismo, o país das mil cores e dos muitos sabores!

Vale a pena visitar!

Um abraço

Francisco Almeida



5 comentários:

H.B. disse...

Como sempre , ***** .Parabéns F.A.

Anónimo disse...

Parabéns FA.Ganhas o prémio e,como és generoso,ofereces esta pérola aos visitantes deste blog.
gb

Anónimo disse...

Estais formosos os dois !
C.

mc disse...

Depois desta douta introdução aos Chandela e suas realizações artísticas na dureza da pedra , ficamos à espera que te dignes voltar a maçar-nos com o relato de mais uma das vossas viagens e suas ilustrações.Parabéns!
Na India apenas visitei Bombaim , Goa e Damão. Mas o Nepal ,com base cultural hindu igual à da zona por onde andastes,tem igualmente para mostrar ,não a grandiosidade dos templos, mas a riqueza e força da sua decoração.

Anónimo disse...

FA, apreciei muito os teus relatos sobre a Índia e confesso que até senti uma pontinha de inveja ao mesmo tempo que desejo que continueis a viajar por esse mundo!

Abraços

PS - Apesar do cenário único, também sobressai o casal! Os dois estão muito bem.