Amigos, cento e dez, ou talvez mais,
Eu já contei. Vaidades que sentia:
Supus que sobre a Terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais!
Amigos, cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que já farto de os ver me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente:
Ceguei. Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.
– Que vamos nós – diziam – lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver!...
– Que cento e nove impávidos marotos.
Camilo Castelo Branco
1825 – 1890
Teremos Amig@s destes ?
3 comentários:
Só te desejo que não tenhas porque os pôr à prova.
Grande abraço
Fbbc
Não às centenas, aos milhares!
Percebe-se a amargura do Camilo e a vossa também.
E mais deveriam perceber a amargura dos penicheiros, quando injustamente se vêem associados a este tipo de comportamento.
Por tudo isso, deixo-vos aqui o desafio de "postarem" sobre a veradadeira história de tão errónea expressão.
Nós os "Amigos de Peniche" agradecíamos. Pelo menos todos os cento e dez....
jp
( http://amigos-de-peniche.blogspot.com/)
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