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terça-feira, abril 17, 2007

"Mau Tempo para os Engenheiros"

"Os juristas já estiveram na moda, sendo a governação traduzida em leis bastava-lhes saberem umas coisas de finanças públicas para estarem vocacionados para a governação, era o tempo dos doutores.

Depois vieram os economistas e os doutores continuaram na moda, a economia deixou de ser exportar cuecas e conservas de sardinha pelo que dos governantes se esperava um pouco mais do que afinar as taxas dos impostos para acertarem a contas no final do exercício. Ser economista era condição necessária e quase suficiente para se ser governante, nada que tenha incomodado muito os juristas, os engenheiros e os licenciados em engenharia pois as pós-graduações e os cursos do MBA tornaram-se moda, não era preciso ir a Oxford, Harvard, MIT ou ao INSEAD, quase todas as nossas universidades passaram a ter o seu MBA e as que não tinham tornaram-se em franchising da universidade de Salamanca ou de outras universidades próximas da fronteira.

Mas tanto os juristas como os economistas decidiam com um elevado grau de imponderabilidade, havia que governar com certezas, o cansaço das incertezas acabou por dar lugar aos engenheiros. O processo de decisão tornou-se ciência certa, o político passou a ser infalível, a governar com certezas, todas as decisões passaram a constar no capítulo das propostas dos estudos técnicos.

Desde os desenhos das pontes às férias dos magistrados tudo passou a ter suporte técnico-científico inquestionável, a moda dos engenheiros pegou, o governo decide baseando-se em estudos de engenharia, a oposição propõe que o Parlamento faça outros estudos, até os jornalistas só opinam depois de consultarem engenheiros. Não admira, portanto, que haja quem considere importante distinguir quem é engenheiro de quem não é, ainda que pareça.

Mas as coisas começam a correr mal para os engenheiros, ao Belmiro não bastaram as engenharias financeiras para comprar a PT, Sócrates foi excluído do clube por parecer da Ordem, o Carmona Rodrigues afunda-se depois de ter batido no iceberg da sua incompetência e até o “engenheiro do penta” começa a ver o título por um canudo.

Quem serão os seguintes? Pelo estado em que o país está não me admiraria que fosse a vez dos teólogos.

PS: Independentemente do que possa vir a suceder na conferência de imprensa estaremos perante uma manobra do tipo mafioso, a meio de um processo de encerramento os supostos donos daquela "universidade" promoveram um suposto inquérito iniciado num fim-de-semana para analisar documentos guardados num cofre blindado. E como se Portugal fosse uma república das bananas tiveram o desplante de convidarem primeiro-ministro e ministro a estarem presentes para ouvirem o veredicto montado por gente sem credibilidade.

Seja qual for a conclusão é muito duvidosa e está mais relacionada com o futuro próximo da Uni, onde se jogam milhões, do que com a suposta verdade que dizem querer apurar. A conclusão ou vai ser uma tentativa de serem simpáticos julgando que assim salvam o seu investimento ou vingarem-se de quem em boa hora lhes acabou com o negócio.

Resta saber qual vai ser a reacção do pequeno Marques Mendes, que depois de ter andado nos caixotes de São Bento em busca de matéria para fazer oposição, não resiste agora a aproveitar-se de qualquer dejecto político para tentar desempenhar o seu papel."

Do blogue "O Jumento", com a devida vénia...

O mau tempo não é só para os engenheiros (digo eu!). O nosso rectângulo, apesar do esplendor deste sol que nos torna destino turístico de centenas de milhares de gringos, parece mergulhado em sombras. Será que só nos resta "juntar as verdes com as maduras" (como sabiamente dizia uma das minhas avós, quando era preciso equilibrar as coisas boas e más que a vida lhe trazia)? Por mim, já comecei: hoje comprei um ramo de ervilhas de cheiro aveludadas e cheirosas, e agora vou sair para a minha aula de dança de salão. Vou continuar a aprender a dançar Salsa...

5 comentários:

Anónimo disse...

Boa , Teresa! A salsa é verde...e para seguir o dito de uma das tuas avós, anda por aqui muito pé de chumbo com a mania que está maduro para a dança!!!!!
Tenho andado macambúzio e fez-me bem a tua prosa a correr para o salão...
Bye.

Anónimo disse...

Teresa.Os factos narrados na crónica,que hoje nos envias-te, parece não merecerem nada a opor.
Julgo eu que basta só ler.
Em face da realidade e como não se
vislumbram a curto prazo dias melhores, julgo que será oportuno, irmos pensando numa nova "Trova do
Tempo Que Passa".
E depos é em tudo. Hoje tive conhecimento que vai encerrar a
Reparição de Finanças ,na Sá Carneiro,bem localizada ,com boas
instalações,bom atendimento etc.
Assim não vale...
Bartolomeu

José Carlos Mendes disse...

A Cidade de Lisboa está entregue à bicharada.
Sabia?
Informe-se aqui:

http://lisboalisboa.blogspot.com

Crie um atalho, agora, e vá lá todos os dias.
Tipo vício!
Bem-vindo/a…

Anónimo disse...

Depois de percorridas quase todas as classes profissionais , sempre com perfomances negativas , não atiro a toalha ao chão e penso que chegou a hora dos "jumentos" ( que tão boa conta de si têem dado nos seus comentários e visões das diversas situações )tomarem o poder.
"Jumentos" ao poder , é o que deve ser ..." "jumentos" ao poder ..."jumentos "...."jum"..."..."
Porra que é demais !!!!

Anónimo disse...

Falou atila.Que terá HB para dizer em seguida? ... Mas gostei," não há nada como realmente"... profundo pensamento que não move montanhas mas
ajuda a lavar a alma.