Nas nossas sociedades tecnocientíficas e urbanas, a morte é tabu, mas permite-se que todos os anos, nos dias 1 e 2 de Novembro, os mortos regressem: são os dias dos mortos. E os cemitérios enchem-se de vivos, numa saudade sem fim.
A palavra saudade talvez venha de solitate (solidão) - talvez melhor, de salutem dare (saudar). De qualquer forma, do abismo sem fundo da nossa solidão, ergue-se uma prece, mais religiosa ou mais laica, pelos mortos: estejam onde estiverem, que estejam bem! É o aniversário dos mortos, no sentido etimológico (annus+vertere): o que volta cada ano, todos os anos.
Se pensarmos bem, não é o aniversário dos mortos, mas apenas dos vivos, que, cada ano, recordam os mortos.
Para os mortos, precisamente porque apanhados pela morte, já não há aniversário.
In DN de hoje
A palavra saudade talvez venha de solitate (solidão) - talvez melhor, de salutem dare (saudar). De qualquer forma, do abismo sem fundo da nossa solidão, ergue-se uma prece, mais religiosa ou mais laica, pelos mortos: estejam onde estiverem, que estejam bem! É o aniversário dos mortos, no sentido etimológico (annus+vertere): o que volta cada ano, todos os anos.
Se pensarmos bem, não é o aniversário dos mortos, mas apenas dos vivos, que, cada ano, recordam os mortos.
Para os mortos, precisamente porque apanhados pela morte, já não há aniversário.
In DN de hoje
3 comentários:
Eu não preciso deste dia para recordar os meus mortos mais queridos.
Pode ser mórbido mas coloco flores naturais todas as semanas na campa do meu filho!
Já lá estive hoje...
Mas também já preparei um belo almoço para alguns elementos da minha "belle-famille" que cá vieram precisamente com esse objectivo.
E vamos recordá-los com alguns risos porque todos os que partiram tinham um extraordinário sentido de humor e há sempre histórias engraçadas a recontar...
Abraço
Parabéns, RDV . É saudável e respeitoso. Abraço.
Com muita pena este ano não cumpri a tradição de me deslocar as origens e colocar a flor e a lamparina AOS MEUS ENTES tão tradicional neste dia !
Para a semana vou ...!
Um abraço
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