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quarta-feira, novembro 05, 2008

Obamania e Expectativas

"O argumento da “Obamania” é muitas vezes usado para desqualificar a candidatura democrata. Obama está a criar expectativas excessivas, e a desilusão será massiva, diz-se. A mobilização de milhões que gritam e choram e bracejam faz lembrar mais um movimento religioso do que o comportamento de um eleitoriado maduro, acrescentam. A histeria das massas, já sabemos, exige imediatamente um Freud da política.
Ora, não precisamos de nenhuma psicanálise colectiva para compreender o que está em causa. Estes são os fundamentos da política democrática - e se a mobilização tem traços religiosos e a retórica política apresenta contornos messiânicos é porque a política e religião estão mais próximos nos EUA do que ao que estamos habituados na Europa.
O que parece incomodar os que se preocupam com a Obamania é, afinal de contas, o código genético da política democrática. Porque esta assenta na delegação de poderes e numa relação fiduciária entre eleitor e representante, ela tem só pode sobreviver se houver confiança entre o primeiro e o segundo. Se quisermos usar a retórica de Obama, exige “esperança”. Esperança que o poder político permitirá melhorar as condições de vida da maioria da população, subindo o salário mínimo, aumentando o crédito de imposto para os baixos salários, criando um seguro nacional de saúde, ou melhorando o sistema educativo. E a esperança de milhões coloca o poder político sob pressão to deliver the goods.
Na ausência da “esperança”, temos o cinismo generalizado, e o uso do poder político para distribuir favores pelos amigos próximos do poder. Um pouco aquilo a que G.W.Bush nos habituou."
(Do blogue País Relativo)

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