Só ao fim de mais de 30 minutos descobri o que queria.
Mas descobri logo o rascunho de uma das primeiras postagens neste blogue.
Achei piada a esse regresso à adolescência.
Por isso aqui um excerto:
"A minha chegada a Bragança, doze anos feitos meses antes, não passou pela estação.
Livrei-me de "cachaços" (na realidade apesar de ir para o 3º ano era caloiro em Bragança) pois levaram-me de automóvel.
Aterrei para lá do Fervença, no Colégio, que iria ser a minha casa por 5 anos, se me portasse bem.
A expectativa era grande, no dia seguinte ia ao Liceu saber em que turma tinha sido colocada, qual era o horário e quem eram os colegas. Será que conhecia alguém?
As primeiras aulas, o "Chico" Faria a bater com o ponteiro no estrado e a dizer "um curso não dá educação"!
Na turma, ao meu lado, o Carlinhos "Butagaz" e o Fernando "Seminário".
A compra dos livros, no Mário Péricles ou na Maria Preta, era sempre uma emoção nova. Na verdade na papelaria poderíamos ficar muito perto de meninas lindas, a cheirar a alfazema.
Passear na Rua Direita e, suprema felicidade, saber onde ficava o Lar!
Meu Deus, nunca tinha visto tanta menina por metro quadrado!
Kilometros, dezenas ou centenas deles, palmilhamos, o Carlinhos, o Seminário e eu, naquela Rua Direita, rua das nossas ilusões, rua dos nossos amores.
Da esquina da Sé à porta do Lar, sensivelmente, que mais para baixo era Marrocos.
A esquina da Sé por onde tinham de passar TODAS as meninas era o ponto favorito, ou "majestáticamente" junto ao Cruzeiro vendo-as passar ao longe mas sempre bem perto.
Na esquina da Sé era bem mais intensa a presença: podíamos cruzar olhares que tudo queriam dizer e que por vezes nada retribuíam.
E quando havia um feriado, abençoada falta do professor, “`bora para o Toural jogar uma futebolada”. Quatro ou cinco de cada lado, até ao último minuto.
Mais tarde, no sexto e sétimo anos, já “grandes”, íamos para o Trinta.
Isaías na baliza, eu na defesa, Seminário à frente, era uma limpeza, “não há pai!”. Até o Quintas jogava, pasta cuidadosamente pousada junto a uma das balizas.
E as meninas, na aula seguinte, “quem ganhou?”, “fomos nós”, diziam upantes, os vencedores.
“P’rá próxima”, ripostavam os vencidos.
As meninas, deliciadas, sorriam, vendo os franganotes eriçarem a crista por sua causa."
Alguns de nós já estão desiludidos! Sou dos que acreditam sempre e sonham até morrer!
3 comentários:
Belos tempos esses...que foram e não voltam
Que os novos tenham orgulho dos
tempos passados.Havia forte camaragem.
Não havia televisão e outras coisas
que nem vale a pena anunciar.
abraço BV.
Foi nesses tempos que as nossas personalidades iniciaram a sua formação e face a determinadas vivências foram adquirindo certas características.É, por esse motivo, que esse período da nossa juventude foi tâo importante para as nossas vidas e , por conseguinte, inesquecivel.
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