O que têm em comum as notícias sobre a fortuna de Mesquita Machado, os negócios de terrenos em Alcochete coincidentes com a nova localização do aeroporto e os lapsos de memória do ex-todo-poderoso Dias Loureiro?
A primeira, que se saiba, nada terá a ver com as manigâncias do BPN, já as últimas duas têm uma relação entre protagonistas. Todas, porém, exprimem tudo aquilo que deveria estar nos próximos programas eleitorais dos partidos, mas só de forma irregular isso acontecerá. Ou seja, porventura apenas partidos minoritários terão propostas em matéria de criminalização do enriquecimento ilícito, eliminação de paraísos fiscais, aumento incondicional de meios para a investigação criminal e a criação de novos crimes no domínio autárquico. Mas esses, porque são minoritários, tenderão a ser olhados como ‘radicais’ pelos influentes cá do burgo e, portanto, nada acontecerá.
Uma coisa é certa: fortunas como as de Mesquita Machado há na actual classe política quase aos pontapés e com a mesma dificuldade de explicação; negócios obscuros como os do BPN, já se viu, pululam como coelhos pelo sistema financeiro; lapsos de memória como os de Dias Loureiro são o pão-nosso-de-cada-dia quando se trata de matérias tão delicadas... Ou seja, o pântano vai continuar a perfumar o regime!
Eduardo Dâmaso, Director-adjunto do CM
A primeira, que se saiba, nada terá a ver com as manigâncias do BPN, já as últimas duas têm uma relação entre protagonistas. Todas, porém, exprimem tudo aquilo que deveria estar nos próximos programas eleitorais dos partidos, mas só de forma irregular isso acontecerá. Ou seja, porventura apenas partidos minoritários terão propostas em matéria de criminalização do enriquecimento ilícito, eliminação de paraísos fiscais, aumento incondicional de meios para a investigação criminal e a criação de novos crimes no domínio autárquico. Mas esses, porque são minoritários, tenderão a ser olhados como ‘radicais’ pelos influentes cá do burgo e, portanto, nada acontecerá.
Uma coisa é certa: fortunas como as de Mesquita Machado há na actual classe política quase aos pontapés e com a mesma dificuldade de explicação; negócios obscuros como os do BPN, já se viu, pululam como coelhos pelo sistema financeiro; lapsos de memória como os de Dias Loureiro são o pão-nosso-de-cada-dia quando se trata de matérias tão delicadas... Ou seja, o pântano vai continuar a perfumar o regime!
Eduardo Dâmaso, Director-adjunto do CM
1 comentário:
Quase apetece dizer aquela diatribe contra o Catilina! Se a situação é como aqui é apresentada, e não haverá exercício de imaginação relevante no artigo, torna-se necessário criar instrumentos de defesa do bem comum fora dos chavões já gastos pelas agremiações existentes. Uma reforma do sistema.
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