Alguém instituíu que amanhã é o dia dos namorados !!!!
Namorar com dia e hora marcada, a pretexto de um qualquer santo chamado Valentim, e cruzado de Cupido, em comunhão com dez milhões de portugueses (para não contar os outros...), é uma ideia mesmo cretina.
Objectivamente, também só recorrem a este expediente, para além dos lojistas (e contra esses não tenho nada, todos os pretextos para o shopping são bons), os casais infelizes, que já viram há muito expirar o seu prazo de validade.
São aqueles, eles e elas, que precisam que a agenda do telemóvel os avise de que é dia de irem comprar uma rosa, um perfume ou um relógio com dizeres próprios para a sua «amada/o», que mandam a secretária marcar um restaurante (luz de velas têm todos a 14 de Fevereiro), e avisar a mulher/marido que esteja pronto a horas.
Distinguem-se a milhas, sentados à frente de uma mesa, impacientes por sair dali, os dedos a trautear na toalha, os olhos a fugir constantemente para os casalinhos em redor, a atender chamadas do escritório, ou a mandar sms debaixo da mesa. Patético.
É claro que os loucamente apaixonados nem sabem a quantas andam, por isso não há qualquer risco de celebrarem este dia de forma diferente de todos os outros.
Mas, sejamos realistas, a bem da produtividade nacional esses não são tantos como isso, e a maioria dos outros, dos que se amam profundamente mas também têm mil outras coisas na cabeça, talvez precisem mesmo de que alguém os lembre que as relações são frágeis, e convém prestar-lhes atenção. Que os dias correm, e quando damos por isso passámos semanas a falar apenas dos filhos e do trabalho e, claro, da crise.
Se faz parte dessa maioria silenciosa, aceite um conselho e celebre imediatamente, já nesta sexta-feira, seguindo o velho ditado que não se deve deixar para amanhã o que se pode fazer hoje.
Mas o "meu" prémio vai para os que conseguirem ignorar em absoluto a data, e surpreenderem o outro quando os corações de plástico já tiverem todos regressado às caixas dos armazéns.
3 comentários:
Então não há virtude nenhuma neste dia?
Não serve para quebrar tantas inibições?
Tanto frustrado que anda por aí...
O Dia dos Namorados é como o Natal!
Quando o homem quiser!... :-))
Abraço
Em miúdos, o dia de S.Valentim era uma francesice, um estrangeirismo fora de contexto. Mas uma massiva campanha de muitos anos, via América,claro, acabou por ser bem sucedida.A mim nunca disse nada. Sempre esteve fora dos meus hábitos, usos e costumes culturais.Mas também não milito contra.Dia de namorados era ,talvez, nos idos da juventude, o dia da feira das cantarinhas... e da prova das cerejas.
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